Ryan Vila Lobos
Acordo meio atordoado. O despertador não para de azucrinar o meu juízo. Irritado, bato no objeto que está sobre o criado mudo, e ele vai o chão, me trazendo de volta o conforto do silêncio. Fecho os meus olhos e deixo a leve sonolência me levar. A porta do meu quarto se abre e logo sinto a luz forte do dia o invadindir, trazendo um desconforto para minha visão. Forço-me a abrir os olhos e encontro Nany com as mãos na cintura, e uma cara de poucos amigos me encarando.
_ Levanta Ryan, está na hora da faculdade! _ fala com estimada autoridade. Solto um grunhido de desagrado e viro para o outro lado da cama, puxando o lençol comigo. _ Ryan, se você não se levantar agora, eu vou jogar esse balde de água fria em você, e então, o que prefere?
_ Mais que droga, Nany!! _ ralho irritado. _ Me deixa dormir, mulher! Eu estou com sono, cansado e não quero ir àquela droga de faculdade!
_Não quer, mais vai! Eu vou contar até três, Ryan! Um..., Dois..., _ Puto da vida, eu jogo os lençóis para o lado e saio da cama com cara de poucos amigos. Olho para Nany, que parece satisfeita em me ver fora da cama. Solto um suspiro audível. _ Não sei porque você insiste nisso _ retruco.
_ Porque o amo, e porque quero o melhor pra você! Agora vai cuidar, o café está quase pronto _ avisa e sai do quarto, e só então noto que não havia nenhum balde de água fria com ela. Rio da sua astúcia e vou para o banheiro. Tiro minha box preta e vou para debaixo da água quente, demorando um pouco debaixo dela. Saio do chuveiro me sentindo mais leve, pego uma camiseta branca, um jeans surrado, a minha habitual jaqueta de couro preta e meu velho e confortável tênis, ajeito os meus cabelos molhados com as pontas dos dedos e pisco um olho para minha imagem de bad boy no espelho. Minutos depois, saio do quarto e encontro Nany na cozinha. Em cima da bancada tem uma xícara de café, ovos mexidos e torradas. Assim que entro no cômodo, a puxo para os meus braços e a beijo várias vezes sua face gorducha e rosada, arrancando algumas risadas da mulher, e me sento a mesa. Nany é como se fosse minha mãe desde que me entendo por gente. Não é minha mãe legítima, essa eu nem considero. Olho para minha baixinha corpulenta, de olhos verdes tranquilos e sorridentes e faço uma cara malcriada pra ela.
_ Não gostei do que você fez lá no quarto! _ Ela sorri.
_ Do balde de água fria?
_ Isso não se faz, Nany, ameaçar uma pessoa em seu sono de beleza...
_ É a única forma de te tirar de debaixo daqueles lençóis. _ Ela retruca, me interrompendo.
_ Da próxima vez nem me levanto, já sei que não haverá um balde me esperando.
_ Da próxima vez pode ter um de verdade, já pensou nisso? _ Ela sabe que eu odeio água fria, então usa essa informação para me tirar da cama todos os dias. _ Você está atrasado, Ryan.
_ Não sei porque insistem que eu faça faculdade. Vocêsá pararam pra pensar que não é isso que eu quero pra mim?
_ Não importa, você vai fazer mesmo assim!
_ Pra que? Qual o sentido de fazer isso?
_ Você é herdeiro de uma grande rede de clínicas e quando o seu pai se aposentar, é você quem vai assumi-las.
_ Quero que tudo aquilo vá para o inferno, Nany! _ retruco com m*l-humor.
_ Não diga isso, meu filho!
_ Por causa dessas malditas clínicas, eu nunca tive meus pais para mim! _ rebato. Ela me lança um olhar triste. _ Quer saber, fui! _ Jogo minha mochila nas costas, coloco meus óculos escuros e sigo para minha moto. Me sinto livre quando o vento bate em meus cabelos, em meu rosto e com ela posso me aventurar pelas ruas de Grambidge. A essa hora o trânsito está leve, me permitindo aumentar a velocidade, e pareço voar pelo asfalto, chegando a faculdade em questão de segundos. Na entrada, encontro a minha galera animada, zoando com os nerds, que passam por ali ou azarando as garotas gostosas, que dão mole para os caras. Cumprimento meus amigos com o bater de mãos e me encosto no corrimão da escadaria.
_ Cara, ontem foi f**a! Se o Caio descobre que você pegou a mina dele e deu uns amassos nela naquela parede do clube. _ Marlon comentou, soltando uma risada escrota, e eu ri do seu comentário.
_ A garota deu mole pra mim, o que queria que eu fizesse?
_ Já pensou se o filho do chefão do narcotráfico descobre que você pegou a namorada dele?
_ Só vai descobrir se ela ou vocês contarem.
_ E ai, Ryan, você é o cara! _ Josh chega junto.
_ Contou pra ele? _ perguntei quase exasperado para o Marlon.
_ Esse fato foi histórico, Ryan, acha mesmo que eu não ía contar pra galera?_ Ele disse com um tom festivo, batendo na mão do Josh em comemoração. Lancei-lhe um olhar irritado.
_ Depois a gente se fala, tenho que ir pra sala de aula. _ Dei a conversa por encerrada por enquanto, acendi um cigarro e dei uma tragada, sentindo a nicotina percorrer as minhas veias e acalmar o meu sistema. Marlon é um i****a desequilibrado, como ele pode sair por aí contando vantagens de um ato como esse? Se o Caio descobre, a merda está feita! Chego em frente a sala de anatomia, dou mais duas tragadas longas no cigarro e o jogo, apagando- o com o tênis. Entro na sala cheia de alunos, interrompendo o professor Adônis e sigo para minha cadeira no último lugar da fila.
_ Está atrasado, senhor Vila Lobos! _ Ele diz irônico.
_ Pois é professor, tive um imprevisto aí.
_ Sabe que pelas normas da faculdade, o senhor não pode entrar na sala de aula, sem a minha permissão. _ Assinto com deboche.
_ Sei, se o senhor quiser eu posso me retirar. _ Me esparramo na cadeira, encarando o senhor de aproximadamente 45 anos, que tem uma cara carrancuda direcionada a mim.
_ Vila Lobos, nós precisamos que conversar _ disse indo em direção a porta de saída.
_ Não é melhor voltar para sua aula?_ sugeri com ceticismo.
_ Sim, eu vou voltar para a minha aula, e o senhor vai direto para a diretoria.
_ Só porque cheguei atrasado? _ indaguei exasperado.
_ Não exatamente, senhor Vila Lobos. O senhor Gray deseja falar-lhe, então por favor, queira se retirar da minha aula. _ Revirei os olhos e xinguei mentalmente, levantando-me da cadeira e saí da sala.
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_ Senhor Vila Lobos, quanta gentileza vê-lo por aqui! Queira sentar-se, por favor! _ O senhor Gray falou cordial até demais para o meu gosto, apontando uma cadeira a sua frente. Sentei-me, sem tirar os meus olhos do homém, e em um gesto impaciente balancei uma das minhas pernas de modo frenético, por baixo da mesa. _ Estive olhando o seu currículo acadêmico, senhor Vila Lobos, e me parece que o senhor não anda nada bem em termos de frequência e de notas. _ Ele me lançou um olhar especulativo e esperou que eu dissesse alguma coisa, porém não falo nada, então ele continua. _seu currículo acadêmico está muito desfalcado, tem muitas faltas e as notas vermelhas são incontáveis. _ O homem fechou o livro de registro e me olhou nos olhos. Ele cruzou os dedos debaixo do seu queixo. _ Esse é o seu segundo ano aqui nesta faculdade, senhor Vila Lobos, devo ressaltar que será o seu último se não passar de ano. _ Mas que p***a ele está me dizendo? Não posso sair da faculdade, não agora! Se eu sair, adeus mesada, adeus farras, adeus tudo!! Meu coração bateu descompassado no peito, sentindo o sangue quente correr por minhas veias.
_ Espera aí, você não pode me expulsar da faculdade!
_ Não , eu não posso, mas o sistema pode, senhor Vila Lobos. As regras são claras, o senhor não frequenta as suas aulas e não atinge as metas das notas que a instituição exige. Se não há interesse de sua parte, há muitos jovens por aí querendo essa vaga, dispostos a tudo, esperando apenas uma aprovação minha. Então, o senhor tem até o final do ano para mudar esse quadro que eu estou vendo aqui. _ Ele aponta para o livro com o indicador, eu suspiro cansado.
_ Senhor Gray..., _ Tentei protestar.
_ Acho que já terminamos por hoje, meu jovem! _ Ele me cortou sem nenhuma cerimônia. _ Sugiro que saia daqui direto para sua próxima aula, para correr atrás do tempo perdido, e cancele suas férias de verão para repôr o que perdeu durante esse semestre. _ Arregalei os olhos e levantei umdedo em riste, para dizer alguns desaforos, mas o desgraçado se adiantou, me dispensando. _ Passar bem, senhor Vila Lobos! _ Enguli em seco e me levantei irritado, batendo a porta com mais força do que o necessário e saí da sala. Sigo pelo corredor virado de raiva e vou direto para próxima aula como exigiu.
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No final da tarde encontrei a galera reunida no pátio e me animei ao ver Brad, o mais novo m****o do grupo. Ele entrou para o nosso meio quando trouxe o contato de um dos melhores provedores pra gente. Como sempre, sou recebido com muita empolgação pelos caras, porque eles me acham o Deus da depravação, e isso, porque uma certa vez fiz algo que eles julgararm que eu daria para trás, e como não aconteceu, de vez em quando sou instigado a fazer certos desafios, como o aconteceu na noite passada. Os caras haviam apostado que eu não teria coragem de t*****r com Gill, a namorada do chefe do narcotráfico. E como vocês perceberam, eu ganhei a aposta e sai com uma carreira de pó garantida no bolso.
_ E aí, moleque, fiquei sabendo da pegada de ontem! _ Ele se chegou, batendo na minha mão e automaticamente fuzilei Marlon com os olhos. O infeliz apenas deu de ombros.
_ Festinha da boa lá em casa, hoje a noite, e aí, vai?_ Brad pergunta atraindo a minha atenão.
_ Não vai dá cara, meus pais vão estar em casa hoje, e...
_ Qual é Ryan, você já fez 24, cara, sai de debaixo das asas dos teus pais! _ Marlon rosnou.
_ Não posso, se eu sair, terei que me virar sozinho, aí nada de grana, entende?
_ Aí, é f**a! _ Josh retrucou.
_ Tenho que ir, galera, a gente se vê por aí. _ falo, montando na moto, para ir para casa. A essa hora, o trânsito tem algum agitação, mas isso não me impede de voar com a minha menina no asfalto. Gosto de sentir a adrenalina correndo por todo o meu corpo. É alucinante e me faz sentir invessível. Estaciono na espaçosa garagem da mansão Vila Lobos e observo o Mercedes preto e blindado estacionado na vaga do meu pai. Puxo a respiração, pego a mochila e subo os degraus na frente da casa, e assim que abro a porta, dou de cara com David Vila LObos, meu pai. Um homem de porte imponente, cara sempre séria e olhar firme. Com seus 48 anos, ele deixa qualquer galã de cinema para trás. Como CEO, é um administrador com punhos de ferro, como pai, é um negligente, um carrasco. Observo o copo de uísque em sua mão e noto os seus dedos, apertarem o vidro transparente, assim que ver. Minha mãe está do outro lado da sala, ela me lança um olhar preocupado. Diante desse quadro, já sei que vem merda por aí. Do outro lado da sala, está Cherr, minha mãe. Uma patricinha, com seus vestidos colados ao corpo, sempre em cima dos seus saltos altos. Seus cabelos loiros e curtos, estão sempre bem cuidados, assim como sua pele branca e sedosa. O contrário do meu pai, assim que me ver, ela me lança um olhar preocupado e se levanta do sofá, e caminha com passos elegantes em minha direção. Seus saltos altos faze, um barulho oco no assoalho escuro e envernizado da sala. Ela me abraça meio sem jeito e dá um beijo rápido no meu rosto e quando se afasta, encontro um sorriso forçado em seu rosto. Suspiro baixinho e sem dirigir-lhes uma palavra, vou as escadas, mas paro quando ouço a voz imponente do meu pai reverberar atrás de mim.
_ Não vai falar com seus pais, garoto? _ Parei imediatamente e desci o único degrau que havia subido, virando-me para olhá-lo.
_ Não era para vocês virem só daqui a duas semanas? _ questionei com desdém. Ele bebeu o que restou da sua bebida e me olhou duramente.
_ Recebi uma ligação de Eduard Gray essa manhã. _ c****e! Xinguei mentalmente. _ Ele me falou sobre seu curriculo academico. _ Engulo em seco e tento pensar em algo o mais rápido possível. _ Tem alguma coisa para me dizer sobre isso?_ perguntou. Seu tom de voz era calmo, porém gélido. Ele caminhou até o bar de canto me dando suas costas, e se serviu de mais uma dose.
_ Não se preocupe com isso, eu vou resolver.
_ Acho bom você me mostrar uma melhora considerável, Ryan. Se ano que vem você for expulso da faculdade, também será expulso de casa e eu diserdo você. Aí vamos ver como você vai se virar. _ Sinto a raiva tomar conta do meu ser. Quem ele pensa que é pra falar assim comigo? ELE É O DONO DA p***a TODA SEU i****a!!! Meu subconsciente gritou dentro de mim. Respirei fundo mais uma vez e dei-lhe as costas, voltando a subir as escadas.
_ Não se preocupe, vou melhorar o meu currículo, e garanto que ainda estarei na faculdade ano que vem _ rebato, sem olhar para trás.
_ Acho bom! _ rosna, e eu desapareço corredor a dentro, direto para o meu quarto. Irado, eu jogo a mochila contra uma parede e chuto uma cadeira contra a porta, resmungando alguns palavrões. Aquele desgraçado do Gray não tinha nada que ligar para os meus pais. Filho da p**a, desgraçado!
Horas depois, observo o meu quarto luxuoso, agora arrumado; uma cama grande e macia, coberta com os melhores e mais caros tecidos franceses que ela escolheu, um closet enorme, que cabe dois apartamentos dentro dele, as prateleiras cheias de sapatos caros, roupas finas e elegantes que nem uso e no centro do cômodo, tem um saco de pancadas que eu coloquei , um divã n***o próximo a uma janela, uma mesinha de mogno com um no Zbook G3 que quase não uso. Para quê tudo isso, p***a? Trocaria tudo por um gesto de carinho deles, por suas presenças em minha vida. Tiro a jaqueta de couro, jogo no chão do quarto e faço o mesmo com a camiseta, a calça e a cueca. Vou para o banheiro, ligo o chuveiro, testo a temperatura da água e desabo lá dentro, sentindo a raiva consumir o meu interior. Passo horas e horas debaixo do chuveiro tentando me acalmar para depois enfrentar um maldito "jantar em família," onde o meu pai enfia sua cara no jornal e finge ler e minha mãe que não tira os olhos do seu prato. Ninguém diz nada, sequer perguntam como eu estou, é como se eu tivesse jantando sozinho naquela enorme mesa de doze cadeiras. Ponho um jeans velho e rasgado nos joelhos e uma camiseta preta, ajeito o meu cabelo e desço as escadas. Sara, nossa empregada está servindo a mesa e Nany está em pé ao lado da porta, que separa a cozinha da sala de jantar. Ela me lança um olhar complacente, um pedido mudo de paciência da minha parte. Bufosem emitir som e me sento a mesa. Logo Nany e Sara saem da sala nos deixando a sós. Mexo a comida sem vontade de comer e diferente do que eu havia comentado anteriomente, David baixa seu jornal e me olha nos olhos.
_ Amanhã irei visitar uma das unidades hospitalares aqui de Grambidge, gostaria que você viesse comigo _ diz com um tom seco na voz.
_ Não posso, terei um dia cheio na faculdade _ respondo no automático.
_ Dê seu jeito rapaz, quero você lá comigo às dezessete, e não aceito atrasos!
_ Por que?
_ Porque eu quero! _ Ele volta a olhar para o jornal e encerra o assunto. Minha mãe continua do mesmo jeito; comendo e olhando para o seu prato, sem dizer uma palavra. Parece até que ela tem medo de me encarar, de falar comigo. Solto os talheres sobre a mesa e me levanto da cadeira.
_ Não vai comer?_ Só então ela olha pra mim.
_ Estou sem fome, com licença!
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No meu quarto me sinto como um animal enjaulado, andando de um lado pra o outro. Estou agitado por dentro e ansioso, pego um pacotinho dentro do criado mudo, contendo um grama de felicidade. Faço duas fileiras do pó fino em cima do móvel e inalo em seguida. A dormência chega rápido e aos poucos a minha cabeça fica leve e logo em seguida me sinto livre, aliviado e feliz. Pego minha jaqueta de couro um cima da cadeira caída no chão e resolvo sair pela janela do segundo andar. Tento alcançar o galho de uma árvore que fica próxima da janela, como eu fazia quando era pequeno e desço até o jardim. Através da janela da sala vejo meus pais em uma discussão acalorada. Não pego a minha envenenada, embora esteja precisando correr na mais alta velocidade, decidi caminhar pelas ruas. O vento frio da noite me faz puxar meu casaco para tentar me aquecer um pouco mais. Ando por longas horas, até parar em uma praça e fumo pelo menmos dois cigarros. Longos minutos depois, me sinto mais calmo e me lembro da festinha na casa de Brad. Mais animado, sigo para a curtição. Durante o longo trajeto, passo em frente a uma lanchonete movimentada e vejo a turma do Caio numa farra muito peculiar e meneio a cabeça em negação. Bando de babacas! Resmungo mentalmente.
_ Ei, não é o carinha que pegou a July no clube aquela noite?_ Um deles diz apontando para mim. Caio se vira e nossos olhos se encontram. Merda! Resolvo apertar os passos. Como o desgraçado descobriu isso? Me pergunto exasperado. A uma certa distância escuto os passos dos caras atrás de mim. _ Ei cara! _ Ele grita. _ Espera aí pô, quero ter uma palavra contigo! _ É hora de correr. Pensei e corri em direção do campus, onde é mais fácil para esconder-me. Olho rapidamente para trás e constato que eles estão cada vez mais próximos. p***a, se me pegarem estou fudido! Dobro na esquina do terceiro prédio e vejo uma garota caminhando displicente, e vejo nela a minha chance de escapar da morte. Sem pesar duas vezes, corro em sua direção e a puxo, chocando o seu corpo contra uma parede de tijolos e colando o meu corpo no seu, beijo a garota na boca. Os caras passam desapercebidos por mim, porém não paro o beijo, preciso ter certeza que estou seguro.
_ Hum! _ Ela resmunga e eu me afasto, olhando para os lados, certificando-me que posso sair do campus. _ Ficou maluco?! _ A garota continou a resmungar.
_ Valeu, gata! E a propósito, você beija muito bem! _ ralhei. Sequer a olhei e saí em disparada para a saída, antes que tudo se tornasse um inferno em minha vida.