Pensei que levaria muito menos tempo para fazer aquelas tarefas. Quem diria que pegaria mais de QUATRO horas para simplesmente limpar um apartamento de cinco cômodos, fazer comida e um exercício de química (e olha que eu várias coisas ao mesmo tempo!!).
Infelizmente não deu tempo de sair de manhã para ir visitar o meu namorado, então resolvi ir à tarde mesmo.
Agora, estou saindo apressadamente do prédio enquanto olho a hora no celular, já são quase três da tarde. Em passos rápidos e cuidadosos, caminho pela calçada tomando cuidado para não esbarrar em alguém ou escorregar em alguma coisa.
Depois de caminhar por mais alguns minutos, paro em frente à uma padaria, na qual eu sempre vinha quando tinha tempo, os bolos daqui são simplesmente os mais gostosos de toda LA. Entro na pequena, mas muito aconchegante padaria e caminho até o balcão, desviando das mesas redondas de madeira.
- boa tarde!- digo sorrindo para a senhora de meia idade atrás do balcão.
- oh, boa tarde Alec, você nunca mais tinha vindo aqui.- ela diz, enquanto coloca uma travessa de pães na vitrine. Forço-me a não corrigir, dizendo que meu nome é Alex e não Alec, seria deselegante não é?
- eu estou sem tempo esses dias.
- parece que todos estão sem tempo esses dias... Mas então, o que você vai querer?- olho para a vitrine, vendo se hoje tem o que eu estava procurando... Rá! Ali está!
- eu quero meia dúzia desses bolinhos.- digo, apontando para os bolinhos em formas individuais, que parecem cupcakes, só que são mil vezes mais gostosos. Diego gosta muito deles.
- ótima escolha querido, espere só um segundo que eu vou procurar uma caixinha para que fique mais fácil você levar.- dito isso, ela some na porta atrás do balcão, e volta segundos depois com uma caixinha de papelão retangular, com o logotipo da padaria na parte de cima.
Ela se curva sobre a vitrine e pega os bolinhos, organizando-os na caixa para não fiquem deformados na viagem.
-obrigado.- agradeço, enquanto ela coloca a caixinha em cima do balcão. Tiro o dinheiro do bolso e pago, antes de dar-lhe um pequeno sorriso, pegar a caixinha e marchar para fora da padaria.
Olho para a rua, procurando um dos táxis amarelos que se destacam entre os outros carros. Consigo ver um estacionado lá na esquina, então caminho apressadamente até lá, comando cuidado para não sacudir a caixa em minhas mãos.
Quando chego lá, dou duas batidinhas na janela do carro, então o motorista abaixa os vidros e me encara, sem se preocupar em parecer gentil.
- boa tarde. Você poderia me levar neste endereço.- tiro o celular do bolso e mostro-lhe o lugar, até porque ainda não sei de cor onde fica.
- claro. Sobe aí.- reviro os olhos, antes de ir até uma das portas de trás e abri-la, antes sentar no banco confortável e colocar os bolinhos no colo. O carro começa à se mover no segundo seguinte, noto que o motorista (um homem de trinta e poucos anos) está me encarando por aquele espelhinho que fica ao lado da sua cabeça.
- algum problema?- indago, franzindo a testa, sem quebrar o contado visual.
- desculpa, é que seus olhos são...- ele para de falar, embora eu tenha quase certeza de que ele iria falar “estranhos”. Mordo a parte interna das bochechas e olho para baixo, não querendo falar mais nada. Tiro o celular do bolso e ligo-o, vou para o w******p e noto que Diego está online.
Deve ser bom não é? Isso indica que ele não está mais tão ocupado com seus trabalhos. Desligo o aparelho e o enfio de volta no bolso, então fico apenas olhando pelas janelas do carro.
(****)
Mais ou menos meia hora depois, o carro para em frente ao enorme condomínio em que meu namorado vive.
- obrigado.- saio do quarto e estendo o dinheiro pela janela do carro. O motorista pega com a mão esquerda e assente levemente com a cabeça, antes de fechar a janela e sair dirigindo. QUE m*l EDUCADO!!
Reviro os olhos para o nada e caminho em direção ao condomínio, passando pela calçada que corta o enorme gramado ao meio. Depois de passar pelo estacionamento e pelas grandes portas de vidro, vou até o balcão da recepção.
- boa tarde.- digo para o porteiro, ele já me conhece, até porquê eu já vim aqui várias vezes.
- boa tarde Alex, você vai ver o Diego não é? Pegue o segundo elevador, porque o primeiro está com um pequeno problema.- o homem que parece ter menos de trinta anos explica, então faço que sim com a cabeça e caminho pelo corredor até os elevadores.
Entro no elevador da esquerda e clico no botão com o número 5, e mesmo não sentindo absolutamente nada, sei que estou subindo um segundo depois. Como no do meu condomínio, o elevador faz um pequeno barulho antes de abrir as portas.
Começo à caminhar pelo corredor familiar, observando as portas à procura do numero 39. Poucos segundos depois, encontro o apartamento que estava procurando.
Levo a mão até a maçaneta e a giro, fazendo a porta abrir. Entro em passos silenciosos, antes de fechar a porta atrás de mim.
O apartamento de Diego é bem maior que o meu, na sala, há dois sofás enormes, uma poltrona, tapetes peludos e na parede há uma televisão que deve ter mais que cinquenta polegadas. As janelas da parede estão abertas, fazendo uma brisa entrar no apartamento.
- Diogo??- pergunto alto o suficiente para que ele escute de onde quer que esteja, mas não há nenhuma resposta. Reviro os olhos e caminho até o seu quarto, ele deve está com fones de ouvido.
O seu quarto está vazio, a cama de casal está perfeitamente arrumada (o que me deixa surpreso já que ele é muuuito desorganizado). O guarda-roupas cobre quase toda a parede ao lado da cama e também há uma escrivaninha cheia de papeis do lado oposto do quarto.
Ele deve ter saído e esquecido de trancar a porta (isso é tão a cara dele). Sento sua cama confortável e coloco a caixinha com os bolinhos ao meu lado.
Eu devo esperar ele voltar? Deve demorar pouco para ele vir, já que tem que fazer vários trabalhos da faculdade.
Deito na cama e fecho os olhos por alguns instantes, sentindo o cheiro do perfume que ele sempre usa exalar das cobertas e entrar nas minhas narinas. Aposto que ele vai ficar bastante feliz ao me ver...
- vamos logo com isso.- ouço o meu namorado falar logo depois da porta do apartamento ser aberta. Franzo a testa e encaro a parede do quarto, ele está conversando com alguém, um amigo talvez??
- vamos.- alguém responde baixinho, então estuco alguns passos vindo na direção do quarto. O QUARTO QUE EU ESTOU!! Será que eles vão fazer um trabalho em grupo??
- você falou com Alex?- uma voz masculina diz, mas... ESPERA!! Eu conheço essa voz, é a voz do... Tommy! Meu amigo.
- sim, eu disse à ele que estava fazendo um exercício da faculdade.- Diego responde, fazendo um calafrio subir pela minha espinha.
- ótimo.- uma terceira voz diz, o que me faz ficar meio desesperado. Olho em volta, procurando algum lugar para me esconder, e o único lugar grande o suficiente é o guarda-roupas.
Pego a caixinha com os bolos e corro até lá em passos silenciosos. Entro no guarda roupas e fecho as portas duplas com cuidado para não fazer barulho.
Ouço eles caminharem na direção do quarto, antes da porta ser aberta e os três entrarem juntos. Pela pequena fresta entre as portas do guarda-roupas, consigo ver o quarto praticamente todo.
Por favor Deus, que não seja o que estou pensando...
- isso é tão excitante.- diz uma garota loira muito bonita, que eu ainda não conheço.
- sim.- Tommy olha para meu namorado como se estivesse prestes à come-lo.- aposto que Alex nos mataria se pelo menos imaginasse isso.
- verdade.- Diego confirma com um sorriso estranho no rosto. Cerro os punhos com força, sentindo minhas pernas tremerem. Tenho vontade de sair e enfrentar os três, além de gritar o que p***a está acontecendo, mas meus pés estão enraizados no chão, e eu só consigo olhar.
- você vai me deixar f***r a sua b***a dessa vez Diego?- Tommy diz com uma cara de s****o. QUEM É SÃO ESSAS PESSOAS?! COM CERTEZA NÃO SÃO AS QUE EU CONHEÇO. Noto que ele disse “dessa vez”, o que quer dizer que eles já fizeram isso antes...
- não, eu já disse que sempre sou o ativo, ninguém chega perto da minha bunda.- o garoto loiro e alto responde, antes de pegar a garota pela mão e indicar que ela deite na cama.
Sinto meus olhos pinicarem com as lágrimas que ameaçam cair, uma sensação r**m passa pelo meu peito, como se estivesse sendo esfaqueado.
- vem aqui.- Tommy leva as mãos até a bainha da camisa de Diogo e a puxa para cima, deixando-o sem ela um segundo depois. A menina loira começa a tirar toda a roupa também, antes de deitar completamente nua na cama, com as pernas abertas.
CÉUS!! ELES VÃO f********o À TRÊS!! Engulo o choro, porque se der uma fungada que eles podem me escutar.
O garoto que eu conhecia como meu melhor amigo fica de joelhos antes de abaixar a calça e a cueca de Diego, antes de abocanhar seu p*u de uma vez só.
- isso é tão gostoso...- a sua voz me faz estremecer, as lágrimas já correm livremente pelas minhas bochechas e pingam no chão. Cubro a boca com as minhas mãos, tentando abafar o grunhido que insiste em escapar.
- venham aqui garotos, não gosto de ficar só vendo isso, apesar de ser uma cena sexy.- a menina loira diz, fazendo Diego se afastar um pouco de tommy e engatinhar até a cama. Ele pega uma c*******a que estava sobre o criado-mudo da cama e rasga o lacre, antes de colocar no...
Tommy começa a tirar a roupa também, ficando completamente nu. Fuzilo-o com o olhar, como se pudesse queima-lo vivo apenas com os olhos. Ele também sobe na cama e começa a beijar a menina, enquanto Diego acaricia as pernas dela, antes de penetra-la.
Essa é a coisa mais h******l que eu já vi na vida. A sensação dolorosa que faz meu peito doer sem parar é quase insuportável, quero m***r todos eles! Quero m***r Diego, Tommy e essa menina por fazerem isso comigo.
Sento silenciosamente dentro do guarda-roupas e me encolho em uma posição fetal, então deixo as lágrimas rolarem enquanto tampo os ouvidos com força, mesmo que isso não impeça que eu escute alguns gemidos, que tenho certeza que são de Diego.
(****)
Quando finalmente acaba, mais ou menos uma hora depois, Tommy e a garota catam suas roupas pelo chão, vestem-se e saem do quarto como se nada tivesse acontecido.
Diogo deita na cama, ainda completamente nu e todo suado, ele respira apressadamente, como se estivesse muito cansado (claro, ele transou com aqueles dois que acabaram de sair pela última hora inteira).
Sem levantar, ele pega o celular que descansa ao seu lado na cama e o liga, antes de começar à mexer nele.
Por favor Deus, que ele não esteja...
O meu celular começa a vibrar sem parar no meu bolso, fazendo uma onde de terror se apoderar do meu corpo. Pego o aparelho com as mãos trêmulas e vejo que ele está me ligando. O nome “DIEGO” seguido por vários coraçãozinhos vermelhos está brilhando na tela, fazendo eu entrar em desespero.
Olho pela fresta da porta e noto que ele ainda está deitado com as pernas abertas, exatamente na mesmo posição que antes. O seu m****o que ainda está duro aponta para o teto.
Respiro profundamente e junto toda a coragem que ainda me resta (ou melhor, que eu nem sabia que existia) e aperto no botão verde, onde está escrito “atender”. Segundos depois, ele fala:
- oi Baby.- aposto que ele escutou a própria voz se repetir, como um eco se espalhando pelo quarto. Uso o pingo de coragem que ainda tenho e abro as portas do guarda-roupas.
Mesmo com as pernas bandas, marcho até o meio do quarto, sem me preocupar em esconder o rosto molhado pelas lágrimas e o medo que estou sentindo, até porque esse homem loiro deitado na cama não é o mesmo que eu namorei durante dois anos, para quem eu me entreguei e disse “eu te amo” várias vezes.
- B-Baby é??- gaguejo, sentindo mais lágrimas escorrerem pelo meu rosto e minhas pernas tremerem como uma vara verde. Agora, quem está com uma expressão repleta de terror, é ele.