Capítulo 43 – Fogo Frio

1413 Words

Grego O salão da gala brilhava como faca recém-lavada. Do mezzanino técnico improvisado, eu via o necessário: telão com criança sorrindo, cristais batendo como sineta, mesa dos patronos com a assinatura da Fundação Marechal. O resto vinha pelos espelhos — as placas com olho escondido que China e Monge encaixaram em molduras, arranjos e no carrinho de inox do “buffet”. Na tela do meu caderno cego, a imagem deslizava preta e prata: QR rabiscado no guardanapo, assessor ditando “luz cênica”, o juiz com suor que não é calor. — Pinça iniciada, Veludo — murmurei no rádio. — Seque as rotas. Cais em silêncio. — Já toco o vento — ele devolveu. — Caminhão mudo no 12B, motos sem placa na sombra. Se tentar fugir pelo mar, eu dou areia na hélice. Russo cantava números com voz de sacristão: — Entrou

Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD