Capítulo 33 – A Dama não Deve, Cobra

1441 Words

Lorena O salão reservado tinha cheiro de uísque caro e cortina pesada. Vidros grossos, madeira que absorve vozes, um arranjo de flores que fingia inocência. Entrei como quem já sabe a planta do perigo: costas para a parede, olhos nas saídas, mão livre para o copo de água. O garçom nos deixou com um “qualquer coisa, campainha”, e foi embora com passos de biblioteca. A mesa refletia duas pessoas e três intenções. — Senhora Lorena — o juiz começou, sorriso de vitrine, gravata que valia um aluguel. — Minha assessoria me recomendou sua… companhia. E sua discrição. — Minhas regras, doutor — respondi, sem perfume de gentileza. — Sem mão, sem foto, sem surpresa. E conversa limpa. Se for suja, que seja sua, não minha. Ele riu como quem não acredita que possa perder. Tinha a voz treinada para au

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