Debora narrando Ele saiu. Pegou meu celular, minha raiva, minha sede de justiça e levou junto com ele. Sabia que ia atrás das peças certas, das informações precisas, dos favores que só ele sabia cobrar. Caveira era assim. Quando dizia que ia resolver, era porque ia. E eu, mesmo com o peito dilacerado, com o coração esmagado pelo peso das últimas horas, precisava ficar firme. Não por mim. Pelos meus filhos. Foi quando me sentei com a minha mãe, e ela começou a falar. Falar tudo. Tudo o que viveu aqui dentro com eles durante a invasão. Cada segundo de terror. Cada barulho de explosão que fez os meninos se esconderem atrás da porta. Cada grito que os fez tapar os ouvidos e chorar. Cada vez que ela rezava baixinho, com eles no colo, sem saber se aquele seria o último abraço. Me doía. Me d

