Debora narrando O dia tinha tudo para ser um dia normal. Eu tinha acordado cedo, tomado meu café com calma, já com a lista mental das tarefas: ver a escola das crianças, organizar documentos, fazer as transferências que precisava, adiantar os compromissos da empresa. Eu queria um dia tranquilo para, pela primeira vez eu poder respirar e começar a colocar a vida no lugar. Mas eu não posso ter um dia tranquilo. Eu não posso ter paz. Nem uma hora de sossego. Porque lá está ele. Sempre ele. Renato. Sombra que insiste em me seguir, mesmo depois de tudo, mesmo depois de ter montado a vida que ele quis, mesmo depois de ter vivido anos de amante nova, viagens, luxos e mentiras. Não estava feliz? Não estava satisfeito? Por que tinha que voltar agora para infernizar a minha vida, justamente quando

