Debora narrando Eu não acreditava que o Caveira tinha feito aquilo. Não porque duvidasse da capacidade dele, mas porque, até então, eu mesma não tinha imaginado que ele fosse agir com tamanha precisão, com tanta frieza, como se já tivesse arquitetado tudo muito antes de me conhecer. E a verdade é que ele provavelmente tinha. Ainda assim, eu não me penalizava. Pelo contrário, não havia nem sombra de dó em mim. Aquela mulher quis me afrontar, quis me testar, quis pagar de boazuda, de mulherona — e ali estava o resultado: se fudeu. A vida cobra, e cobra caro de quem confunde coragem com atrevimento. Ela não foi esperta, não foi cuidadosa, não foi sequer racional. Brincou com fogo achando que eu era feita de cera. E agora, que queimasse. A cada lembrança do olhar dela, das palavras arrogan

