Debora narrando — p***a, ISSO É BRIGA DE MULHER! — o delegado gritou, batendo mais uma vez com a palma pesada na mesa, como se estivesse tentando controlar um bando de adolescentes numa sala de aula. — VOCÊS NÃO TÊM VERGONHA, NÃO?! Revirei os olhos com tanto desprezo que por pouco eles não ficaram presos no fundo da minha cabeça. Cruzei os braços, firme na cadeira, e respondi sem levantar o tom — mas com a força de quem não ia recuar um centímetro sequer. — Vergonha é roubar e não sustentar. Vergonha é meter o p*u onde não cabe e depois botar criança no meio pra encobrir a própria culpa. Eu bati, sim. E bati pra proteger os meus filhos. E se for preciso, bato de novo. — Então bate. — a Karina rebateu, com o nariz sangrando, os olhos maquiados todos borrados, mas a mesma boca suja de

