Debora narrando No caminho de volta pra casa, dentro daquele carro com os vidros escuros e o silêncio quase sufocante, tudo que martelava na minha cabeça eram os meus filhos. O Heitor, meu primogênito, meu sensível, meu menino que carrega o mundo nos olhos e sente tudo com uma intensidade que às vezes me desespera. Eu conseguia imaginar a aflição dele, os olhos arregalados, a respiração curta, a insegurança estampada no rosto pequeno. E o Gael… o meu pequeno raio de sol, que sempre espelha o irmão… se o Heitor estava em crise, era certo que o Gael também estaria abalado. O carro enviado por Guto, ou melhor, pelo Caveira, não demorou nada a chegar ali. O segurança não ousou dizer uma palavra — nem ele, nem os dois que faziam a escolta de moto logo atrás. O clima era tenso. Denso. O rap

