Renato narrando O taxista me deixou bem perto da entrada do Jacarezinho. Fiz o PIX com pressa, como quem queria se livrar rápido daquele ambiente, e saí do carro com nojo. Nojo do lugar, nojo das pessoas, nojo da realidade ao meu redor. Era como mergulhar num universo paralelo de miséria e criminalidade. Bastou eu dar cinco passos pra ser engolido pelo olhar dos que ali habitavam. Um mar de pobres ridículos e bandidos se achando os donos do mundo. Um teatro de poder forjado na ignorância. — Coé, doutor… todo engomadinho subindo a favela? Tá achando que vai aonde? — um menor perguntou, já me cercando com mais dois. Todos armados, claro. A arrogância deles me irritava, mas eu mantive a pose. — Vou na casa da minha sogra. Da minha mulher — falei firme. — Sou marido da Débora. Na hora q

