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Itapuã, Quinta-feira 9:00h
Clara Narrando
Acordei com uma ligação de Léo.
Desde que eu me separei a 1 ano atrás, Léo é o único amigo que eu tenho, sempre esteve do meu lado e me ajudou muito depois que consegui me livrar daquele relacionamento abusivo, ele é como um irmão pra mim.
Levanto sonolenta da cama e atendo o celular.
LIGAÇÃO ON
Clara: Oi, ta tudo bem?
Léo: Oi amiga, preciso de você aqui na delegacia, meu irmão foi preso e minha mãe tá desesperada, corre aqui por favor!
Clara: Calma, me explica o que tá acontecendo que eu vou me arrumar e tô indo aí.
Léo: Beleza, a mais ou menos um mês atrás ele comprou um carro, tava andando de boa até ser parado numa blitz, falaram que o documento do carro era falso e que tá com restrição de roubo, Clara meu irmão não roubou esse carro, eu te juro, ajuda ele por favor
Clara: Ok, acredito em você, daqui a 30 minutos estou aí.
LIGAÇÃO OFF
Léo sempre me contou sobre tudo, mas me fala muito pouco desse irmão dele, evita o assunto quando pergunto sobre, depois de um tempo parei de perguntar, hoje vou ter a oportunidade de conhecer ele.
Me arrumo rápido, nem tomo café e já vou logo ajudar ele, imagino que dona Dora esteja muito nervosa, ela não merece passar por isso.
Delegacia 9:35h
Assim que chego na delegacia vejo eles na frente me esperando e já vou ao encontro dos dois.
Clara: Oi, bom dia!
Léo e dona Dora: Bom dia!
Clara: Seu irmão tem como provar que comprou o carro? Conversas em alguma rede social, comprovante de pagamento, ou qualquer outra coisa que comprove que ele realmente pagou pelo carro.
Léo: Tem conversas e a transferência que ele fez, amiga eles foram no cartório passar o carro pro nome dele, tenho tudo aqui.
Dona Dora: Tira meu filho desse lugar Clarinha, por favor!
Clara: Ok, eu vou fazer de tudo pra tirar o seu filho daqui ainda hoje, não se preocupe, estou indo lá falar com ele
Entro dentro da delegacia e procuro pelo delegado, ele é um velho conhecido, e tenho certeza que vai me ajudar, perguntei ao policial que me disse que ele já está chegando, então me sentei em uma cadeira e fiquei esperando. Não demorou nada ele chegou e assim que me viu me chamou até a sala dele.
Delegado Bruno: Bom dia querida! O que te trás aqui? Posso ajudar?
Clara: Bom dia! Estou com um cliente preso aqui, preciso vê-lo.
Delegado Bruno: Ok, o que ele aprontou para vim parar aqui? - Pergunta irônico -
Clara: Na verdade, ele não fez nada, pelo menos não com seu consentimento. Ele comprou um carro a um mês atrás e não sabia que tinha restrição de roubo, então foi parado em uma blitz enquanto ia pro trabalho e já sabemos o resto.
Delegado Bruno: Entendi. Vou levar ele até você, ele tá numa cela com os outros presos, me espere na sala de interrogatório que em 5 minutos levo ele até você.
Clara: Ok.
Saiu da sala do delegado e espero por ele na sala de interrogatório, não demora muito até ele chegar com o irmão do Léo na sala e me deixar sozinha com ele.
Ficamos por alguns segundos nos olhando, foi um pouco estranho, parecia que já nos conhecemos a tempos, ele ficou parado na porta da sala me olhando enquanto eu fiquei o olhando da cadeira. Ele é um moreno alto, o cabelo é bem curto que chega a parecer careca, olhos castanhos, musculoso e com algumas tatuagens no corpo, meu deus que homem lindo, um pedaço de m*l caminho. Paro meus pensamentos quando ele se senta do outro lado da mesa na minha frente.
Danilo: Bom dia!
Clara: Bom dia! - Me levantei e nos apresentamos e logo sentamos
Danilo: Então você que é a melhor amiga do meu irmão? Ele me fala muito de você, mas nunca me disse que é advogada, obrigada por vim!
Clara: Sim, sou eu - dou um sorrisinho um pouco sem graça - Já de você ele fala bem pouco, não precisa agradecer.
Danilo: É, ele nunca foi muito de falar sobre mim. Quando eu sair daqui te pago pelo teu trabalho, pode ser?
Clara: Não se preocupe com isso, não quero o seu dinheiro, estou aqui pelo seu irmão e pela sua mãe, gosto muito deles dois.
Danilo: Não dúvido, mas faço questão de te pagar e não adianta dizer que não quer.
Clara: Já que você insiste, não vou recusar. - Ele assente com a cabeça -
Danilo: Me tira uma dúvida, lá na cela os caras falaram que eu vou ter que ficar aqui até a próxima semana porque como cheguei hoje eu não vou pra audiência de custódia, é isso mesmo?
Clara: Não, eu vou dar um jeito pra você ir pra audiência ainda hoje, vou fazer o possível para você não dormir aqui nesse lugar.
Danilo: Muito obrigada!
Clara: Não precisa agradecer, agora tenho que ir resolver algumas coisas pra você poder sair daqui ainda hoje. E vou tranquilizar sua mãe.
Danilo: Ok, até mais tarde!
Clara: Até!
Sai da sala e ele continuou lá até eu avisar um policial que o levou para a cela de novo, esperei alguns minutos até o delegado estar disponível e assim que o rapaz que estava na sala dele saiu ele me chama, eu entro e me sento na cadeira e nos começamos a conversar.
Delegado Bruno: Em que posso lhe ajudar dr. Clara?
Clara: Gostaria da sua ajuda para por o meu cliente na audiência de hoje, tem como me ajudar com isso?
Delegado Bruno: Claro que tem, o que é que você me pede com essa carinha de anjo que eu não faço? - Eu dou um sorriso de lado e ele continua falando - Hoje a audiência será mais cedo, vai começar as 13h, então você terá que se apressar em fazer a defesa dele.
Clara: Obrigado Delegado Bruno! Ok, vou me preparar e breve nos veremos novamente, até mais!
Delegado Bruno: Não precisa agradecer, somos amigos e não tenho o porque negar um pedido simples, até mais! - Sorrio e saio da sala -
O delegado Bruno sempre deu em cima de mim, desde que eu comecei a advogar, mas nunca dei moral, ele é muito gato mas tem fama de cafajeste, pega todas e depois sai espalhando o que faz e até o que não faz, corro desse tipo.
Tenho que me apressar com a defesa dele, já são 11h e eu ainda estou aqui, vou dar notícias a Léo e dona Dora e logo depois cuido disso, o caso dele é fácil e está tudo ao seu favor.
Estou saindo da delegacia e vejo os dois num banquinho na sombra e logo vou na direção deles, que por sinal estão bem preocupados.
Clara: Oi, falei com ele e ele está bem, também conversei com o delegado e ele vai mandar ele para a audiência ainda hoje, para que ele não tenha que ficar aqui até semana que vem.
Léo: Que bom, muito obrigado Clarinha, nem sei como te agradecer.
Dona Dora: Ô minha filha, graças a Deus, nem sei como te agradecer, quando a gente sair daqui vou fazer um lanche com tudo que você gosta.
Clara: Não precisa agradecer, agora eu vou fazer a defesa dele porque a audiência vai ser 13h, até mais tarde.
Dona Dora: Até meu bem - dou um sorriso de lado e chamo Léo de canto -
Clara: Léo leva ele daqui pra ela não ver ele saindo daqui algemado e entrando no fundo da viatura, ela vai ficar muito m*l com a sena.
Léo: É, você tem razão, vou conversar com ela.
Não demora muito e ele a convence a ir pra casa e eu vou pro meu carro fazer a defesa de Danilo. Um tempo depois olho a hora no meu celular e já são 12:50h, quando abro a porta do carro vejo os policiais saindo da delegacia e indo até a viatura com ele e mais dois volto para o carro e vou até o fórum, chego lá e não demora muito para eles chegarem também, espero eles tirarem o Danilo da viatura para entrar com ele.
Uma hora depois saímos de lá com sua liberdade, passo na delegacia para resolver algumas burocracias da sua liberação e para pegar seus pertences, e levo ele para a casa de sua mãe. Assim que chegamos lá eu toco a campainha e logo dona Dora abre a porta e sai com um sorriso de orelha a orelha.
Dona Dora: Que bom que você está livre meu filho - fala o abraçando e ele retribui o abraço -
Danilo: Graças a dr. Clara - eu sorri sem graça -
Dona Dora: Muito obrigada minha querida! Agora vamos entrar que eu fiz um lanchinho pra vocês
Clara: Não precisa agradecer.
Entramos e fomos para a cozinha, olho para todos os lados e não vejo o Léo, então resolvo perguntar por ele.
Clara: Dona Dora onde o Léo está?
Dona Dora: Ele teve que sair para resolver algumas coisas, mais disse que vai passar na sua casa 19:30h.
Clara: Ok.
Eu e Danilo ficamos o tempo todo trocando olhares, até que terminei o lanche e me despedi. Fui pra casa e já era 15h quando entrei em casa, tomei um banho, me deitei e fiquei mexendo no celular até pega no sono.
18h acordo com o som da campainha.
Danilo Narrando
Acordei por volta das 7h, fiz minhas higienes, tomei café da manhã e sai de casa, peguei meu carro na garagem e fui pro trabalho, comprei esse carro a menos de uma semana e só hoje vou usá-lo. Como sempre o trânsito está infernal, depois de quase meia hora parado começa a andar, devagar mas pelo menos não estou mais parado, um pouco mais a frente vejo uma blitz da polícia e eles pedem para que eu encoste e assim eu fiz, fiquei por alguns minutos lá parado até dois policiais virem até mim e apontar uma a**a na minha cabeça, eu não estava entendo nada, será que fui descoberto?
Policial 1: Mãos na cabeça e saia do carro. - fala enquanto abri a porta
Policial 2: A casa caiu vagabundo
Danilo: O que tá acontecendo? Eu não fiz nada.
Policial 1: Está na posse de um carro roubado.
Danilo: Mas eu comprei esse carro, tenho como provar.
Policial 2: Vai provar na delegacia - olhou pro outro policial e disse - Algema ele.
Policial 1: Tá bom.
Eles me algemaram e me levaram pra delegacia, lá fui direto pra cela e alguns presos começaram a soltar piadinhas, fiz de conta que não era comigo e fui passando até a minha cela que já tinha mais dois caras, fiquei em silêncio até um deles puxar assunto.
Preso 1: Tá aqui porque playboy?
Danilo: Comprei um carro e pelo que parece é roubado.
Preso 1: É f**a ein, boa sorte!
Danilo: Espero que ainda hoje eu saia daqui. - eles riram e eu fiquei sem entender - O que foi? Qual a graça?
Preso 2: Muito difícil te colocarem na audiência de hoje, tem gente aqui que chegou antes de você.
Danilo: Que merd4
Passei a mão na cabeça e me afastei deles, ouvi os dois comentando alguma coisa mas não dei importância, fiquei na minha até me chamarem, ligaram pro meu irmão e ele conseguiu uma advogada pra mim.