Difícil passado
CAPITULO 1
Pedro Parker
Realmente a vida não tem sido nada fácil para mim! A cada dia sinto como se o mundo fosse desabar aos meus pés, procuro de todas as formas encontrar o caminho correto, para enfim chegar ao meu único objetivo: Descobrir quem é o cretino que acabou com a vida dos meus pais, e que quase destruiu a minha. Não foi nada fácil para um menino de apenas 13 anos, descobrir que a sua família, sua inspiração, sua vida! Foi simplesmente arrancada de si!
Aquela conversa nunca sairá da minha mente, pois quando penso que consegui esquecer, eu volto a sonhar com aquilo. O dia em que o meu verdadeiro sofrimento começou, aquela dor profunda, que dói no peito e na alma, e nada tira de dentro de você!
— Tio Jackson! Porque eles estão demorando tanto? Deveriam estar aqui na semana passada! — Pergunto já impaciente.
— Eu sinto muito querido! Não sei como lhe dizer isto, mas o jatinho que eles estavam caiu, e já tem uma semana que estão fazendo as buscas ao redor, mas infelizmente encerraram hoje... Sinto muito mesmo. — Diz com a cabeça baixa sem saber oque fazer.
Neste momento a minha vida perdeu o sentido! Foi como se eu também tivesse morrido, a frustração de perder as pessoas que mais ama, e que te amavam. Eu daria qualquer coisa para estar com eles ao meu lado.
Sou grato por ser acolhido com muito carinho por meus tios Jackson e Jhuly, e poder contar com a amizade do meu primo irmão Matthew.
Tio Jackson foi meu tutor, enquanto não atingia a maioridade, e embora eu realmente seja muito grato a eles por receber-me, dentro de mim eu sabia que esta não era minha verdadeira casa.
— Obrigada por tudo! -Digo me despedindo daqueles que me apoiaram.
— Você sabe que é um filho para nós, não sabe Pedro? Ainda não entendo esta sua necessidade de voltar para a sua casa, pois esta aqui também é sua casa agora! — Diz tio Jackson com aquele brilho avermelhado nos olhos, de quem se controla para não chorar.
— Claro que sei tio! Mas sinto que preciso começar a trilhar o meu próprio caminho, agora que terminei a faculdade preciso cuidar muito bem da presidência das empresas Parker's, já estou com 26 anos e preciso concluir as investigações do acidente. E por mais difícil que seja aquela foi a casa dos meus pais, e fui muito feliz lá por muitos anos! — Digo-lhe dando um abraço.
Apenas eles sabem das minhas teorias e investigações, pois nunca engoli aquela história que o jatinho simplesmente caiu, era particular nosso para uso principalmente em viagens de negócios, estava muito bem cuidado e impecável a sua manutenção, sem contar que nunca esqueci do comentário do mordomo na época, contando haver algo errado com o piloto no dia do acidente, pois ouvimos comentários que alguém notou o piloto sonolento no momento do embarque.
— Meu querido, venha sempre nos visitar! — Diz tia Jhuly com aquele sorriso encantador.
— Obrigado tia! — Digo já a abraçando.
— Meu filho, o Matt saiu mais cedo hoje, foi adiantar o trabalho na empresa, precisava resolver uns assuntos importantes! — Tia Jhuly avisa.
Após despedir-me levo algumas coisas que faltavam para a minha residência, organizo tudo com os empregados. — Fred! Não exite em me ligar!
— Sim, patrão! Responde Fred meu mordomo.
Encaminho-me para a empresa Parker's de Nova York, preciso adiantar a papelada pendente nesta manhã, pois agendei um horário com um suposto funcionário que diz ter visto o piloto do jatinho que levava os meus pais no dia do acidente, há 13 anos.
— Bom dia Matt! — Digo.
— Um pouco tarde para bom dia não acha? — Diz o meu primo com um sorriso estampado.
— Passei em casa levar o que ainda faltava das minhas coisas, acabei a atrasar bastante né! — Digo sem graça.
— Até parece irmão! Só estou te zoando! — Riu da minha cara!
— Agora falando sério, partiu balada hoje? Conheci uma gatinha linda e ela tem uma irmã top! — Falou batendo com a mão nas minhas costas.
— Claro! No fim da tarde vou conversar com aquele funcionário que lhe falei, e depois passo na sua casa! Mas quanto a garota, não vai rolar! Sabe que estou namorando sério com a Maria, vou levar ela comigo. Penso que chegou o momento de tornar essa relação mais séria, estou pensando em pedir ela em casamento!
— Tudo bem cara, combinado! Mas não posso deixar de lembrar que ela é bem diferente de você, é uma patricinha mimada!
— Talvez você precise conhecer ela melhor! Digo franzindo o cenho.
— Se você tá falando! — Ergue as mãos em rendição, e vai para sua sala.
Hoje o dia passou voando, já estou atrasado para a minha conversa com o funcionário, quando chego no estacionamento do prédio percebo que deixei o meu alarme desativado, pois o meu BMW está aberto. Mas também, com essa correria toda é plausível! Pego a via principal e dou uma boa acelerada para não atrasar mais, o meu celular começa a tocar, piso no freio para diminuir um pouco a velocidade, mas assusto-me quando percebo ser inútil!
— Droga! O freio está desativado!
Sem saber o que fazer, fico em choque! São os segundos mais difíceis da minha vida, e antes que eu possa decidir, é tarde demais, pois só consigo ver um caminhão batendo no meu carro, depois disso não vejo mais nada, o sono é profundo.
Acordo num lugar estranho, todas as paredes são brancas, e muitos aparelhos conectados em mim, a minha cabeça dói ao mexer-me na cama, vejo que tem uma mulher no quarto, mas eu não conheço.
— Que bom que acordou Sr. Parker! Vou chamar o doutor para examila-lo. — Disse a mulher que parecia ser a enfermeira.
— Espere! Onde estou? Oque aconteceu comigo? — Disse já assustado.
— Calma Sr. Parker! O senhor sofreu um acidente muito grave, e esteve em coma por 3 meses, precisa ser examinado imediatamente! Não se preocupe, volto num instante!
Ela saiu me deixando sozinho, mas logo em seguida o médico chegou para me examinar.
— Sr. Parker o seu acidente foi muito grave, foi um milagre ter acordado, mas ainda passará um tempo no hospital para se recuperar completamente, o Sr. teve múltiplas fraturas, inclusive quebrou as 2 pernas, e uma batida muito forte na cabeça, que o deixou em coma esses 3 meses. Precisamos fazer muitos exames e agendar a cirurgia da perna direita, que perdeu os movimentos.
— Vou voltar a andar Doutor? — Pergunto
— Sinto muito Pedro, mas por enquanto não há possibilidade, teremos que confiar na cirurgia e fisioterapia para termos algumas possibilidades. Precisará usar uma cadeira de rodas!
— Preciso falar com o meu primo, podem entrar em contato com ele por favor? — Pergunto já de cabeça baixa.
— Não é necessário Sr. Parker! O Sr. Matthew Parker foi apenas tomar café, já deve estar voltando. Ele visita-o diariamente, e os seus tios também vem sempre. No dia posterior ao acidente veio uma moça chamada Maria, mas assim que soube as notícias não voltou mais. — Comunica a enfermeira.
Apenas assinto, não tenho palavras no momento, a minha mente está muito confusa! Não consigo entender tudo o que aconteceu, o meu carro estava ótimo pela manhã, não tem como ter estragado sozinho, e também pensando bem, alguém pode ter desativado o alarme, com um possível intuito de danificar os freios. E também tem Maria, não entendi porque não veio mais me ver, estamos juntos a cerca de um ano, não sinto que a amo, mas sonho em construir uma família, e por algum tempo pensei que ela pudesse ser a esposa ideal, mas não vou implorar por amor a ninguém, preciso entender que não existe esta mulher que idealizei, eu apenas sonho, e agora este sonho se impossibilitou, ninguém vai querer um homem pela metade, que estará preso a uma cadeira de rodas.
Maria esqueceu-me, provavelmente nunca me amou, Matt sempre achou ela diferente de mim, mas não posso culpa-la, pois nem eu sei o que realmente sinto por ela!
— Preciso sair do país! Posso estar correndo risco de vida! Mas aguarde-me, seja quem for, vai pagar muito caro pelo que anda fazendo!