Luz e trevas

Cindy saiu do orfanato aos dezessete anos, tinha que encontrar um emprego, uma casa e começar uma vida nova fora da instituição que a criou desde seu nascimento. Apesar de todo sofrimento por ser órfã e nunca saber o paradeiro de seus pais a jovem de quase dezoito anos era otimista, de bem com a vida e possuía uma alma amorosa, estava sempre disposta a ajudar as pessoas, era atenciosa, apreciava ouvir as pessoas, principalmente as mais velhas que para ela sempre lhe deixava algum ensinamento com sua experiência de vida. Como a diretora do orfanato sabia desse seu lado humano e cheio de compaixão pelo próximo ajudou Cindy a encontrar seu primeiro emprego. Conhecia um importante senhor que era um dos benfeitores do orfanato, na última visita a instituição esse Senhor de idade avançada, viúvo e sem herdeiro algum se queixou a diretora Nelma de que precisava de alguém para ser seus olhos e seus pés, o que significava que tinha necessidade de ajuda para viver em sua imensa mansão no interior de uma vasta propriedade ao sul. Seu nome era Túlio Freitas, um filantropo, dedicado a fazer o bem as instituições de órfãos. Ele visitava as instruções uma vez no ano para receber homenagem de agradecimento. E Nelma acabou telefonando a ele e informando que tinha a pessoa certa para ser seus olhos e seus pés. Não economizou elogios para descrever as virtudes e qualidades de Cindy. A menina precisava de boas referências para conseguir um emprego e por sorte o senhor rico e caridoso a aceitou como dama de companhia. Cindy teve sua vida transformada quando deixou o orfanato para viver na mansão de Túlio Freitas. Tudo naquele lugar a encantava, ela não estava acostumada ao luxo, a riqueza impregnada em cada detalhe da decoração daquela casa imensa que mais parecia um palácio. Ela foi recebida por uma empregada de rosto gentil, era uma mulher baixinha que sentiu feliz com a presença de Cindy. Todos que tinham a chance de olhar nos olhos caramelos da garota ficavam tocados com sua pureza. Sem contar na indescritível beleza feminina de Cindy. Ela era alta, possuía 1,75 de altura e as curvas delicadas de seu corpo eram bem distribuídas rendendo uma beleza estonteante tanto de rosto que lhe dava a graça de uma boneca de porcelana, quanto a formosura de seu corpo escultural. A empregada baixinha por nome Sara a olhou com admiração: ___ Seja bem vinda a mansão Freitas! (Disse Sara sorrindo) ___ Obrigada! (Disse Cindy) Sara não disfarçava seu olhar sobre Cindy, ela estava pasma do quão bonita era aquela nova empregada: ___ A senhorita não tem aparência de uma serviçal! (Disse Sara) Cindy avaliou o rosto rosado da delicada empregada que teria a mesma idade que ela e lhe ofereceu um sorriso de gratidão: ___ Não precisa parecer uma empregada! Eu serei uma! (Disse Cindy) ___ A senhorita é muito bonita! Tenho certeza que seu namorado morre de ciúmes! ___ Não tenho um namorado! Mas tenho muita força de vontade de trabalhar e viver com dignidade! (Disse Cindy) Sara soltou um pigarro limpando a garganta, não conseguia disfarçar sua grande admiração pela nova empregada: ___ Vamos senhorita o senhor Freitas a espera! (Disse Sara quebrando o silêncio) Cindy a seguiu por um extenso corredor cheio de quadros de pinturas históricas na parede. Ela percebeu que a parede era revestida por um delicado tecido de flores e o mesmo decorava o chão em um tapete de qualidade persa. Sara recuou antes de bater na enorme porta de cobre trabalhado em lindos desenhos do ramificações e inspiração da natureza: ___ Qual o seu nome? (Perguntou Sara) ___ Me chamo Cindy! (Respondeu ela) ___ Se não bastasse ser uma mulher lindíssima ainda possui um nome bonito! (Disse Sara sorrindo) Cindy sorriu agradecendo por mais aquele elogio. Sara finalmente bateu na porta e a empurrou devagar. Uma nova sala decorada em tons vermelho e branco se revelou diante dos olhos curiosos de Cindy: ___ Senhor Freitas? A senhorita Cindy chegou! (Disse Sara) Um homem encurvado surgiu segurando uma bengala de madeira rústica envernizada. O ancião era Tulio, um ex mafioso, escondia essa identidade das pessoas próximas e dos empregados. Na sua juventude serviu a máfia com trabalhos sombrios, como porte de armas ilegais e tráfico de drogas. Na velhice abandonou o crime e passou a viver em segredo dos olhos de seus muitos inimigos conquistados com anos servindo a máfia. Aos setenta anos tudo que ele queria era "paz" e todo ex mafioso sabia que paz era algo que jamais poderiam ter pois sua consciência acusava dia e noite por todos os seus atos. Ele se escondia da vida em sociedade, após a morte de sua esposa Diana vítima de um assassinato a sangue frio para ela atingir,, Túlio nunca mais quis voltar a se socializar. Fazia da sua mansão seu mundo e não tinha necessidade de mais nada além da sua própria solidão. Exigiu apenas uma pessoa de confiança que pudesse auxiliá-lo em coisas simples do dia a dia. Depois de ouvir as qualidades específicas de Cindy pela diretora de uma das instituições que zelava, resolveu conhecê-la pessoalmente e lhe dar o emprego de "dama de companhia". Cindy entrou na sala e se colocou em frente ao sofá que Túlio estava sentado: ___ Boa tarde senhor! (Ela disse com educação) Tulio avaliou a garota órfã que se apresentava, era uma menina jovem, bonita e sabia se comportar, principalmente na presença de um velho cheio de manias como ele: ___ Qual seu nome é idade menina? (Perguntou Túlio fazendo sinal com as mãos para Sara sair da sala) Sara se apressou a deixar aquele cômodo e fechou a porta assim que saiu: ___ Meu nome é Cindy! Tenho dezoito anos! ___ Como vê sou um velho inválido que necessito de ajuda para viver! (Disse Túlio) ___ Não acho que o senhor é velho nem inválido! Deve ser muito grato pela vida ter sido generosa com o senhor e te dado tanto para viver! (Disse Cindy) Túlio estava surpreso com as palavras de Cindy, na maioria das vezes Cindy sempre impressionava com sua espontaneidade e carisma. Ela não tinha medo de ser sincera, sabia escolher as melhores palavras para deixar as pessoas aí seu redor felizes e de certa forma ouvir aquilo deixou o poderoso ancião muito feliz: ___ Seja bem vinda a minha casa e a minha vida! Pelo que vejo terei uma companhia agradável! (Disse Túlio) ___ Eu que agradeço a oportunidade senhor!