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Complexo do Alemão - Sangue e Poder

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Martelo, dono do Complexo do Alemão, é temido e respeitado por todos que vivem no morro. Forte, calculista e implacável, ele comanda sua comunidade com mão de ferro, mas seu mundo vira de cabeça pra baixo quando Patrícia surge no seu caminho. Fugindo do Complexo da Maré, ela escapa de Th, que queria obrigá-la a ficar ao seu lado.

Entre tiroteios, disputas de território e traições, Patrícia encontra em Martelo um aliado improvável e algo mais. Apesar da tensão que separa seus mundos, a química entre eles cresce, provocando medo e desejo. Cada passo no morro é perigoso, cada decisão pode significar vida ou morte.

Enquanto Th intensifica sua perseguição, disposto a destruir tudo que Martelo construiu, alianças inesperadas se formam e inimigos declarados se enfrentam em uma guerra onde regras são feitas para serem quebradas. No meio desse caos, Patrícia e Martelo precisam escolher: seguir cada um seu caminho ou arriscar tudo por um amor que nasceu na bala, na fuga e na tensão das vielas da favela.

No fim, entre tiros, poder e desejo, eles descobrem que, no mundo deles, sobreviver não é apenas questão de força, é questão de saber com quem lutar… e com quem se entregar.

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Capítulo 1
Martelo Narrando Meu vulgo é Martelo. Tenho 29 anos, minha vida não foi fácil, filho de mãe solteira, meu pai? Não faço questão de saber quem é, cresci nas vielas, cercado de perigo, pobreza e gente que não tinha nada a perder nem a vida. Desde moleque, aprendi que ou você se impõe, ou é passado pra trás. E eu não ia ser passado pra trás nunca. Entrei pro crime cedo aos 15 anos, pra colocar comida na mesa, minha mãe era diarista mas cada dia tava mais difícil ela conseguir uma diária fixa, quando conseguia ia uma vez e quando descobria que ela morava na comunidade não chamava mas ela, cansado de não ter nem um pão pra comer tive que recorrer ao crime. Primeiro, como olheiro, fazendo favores pros caras grandes, depois fui subindo, até me tornar sub fui observando cada movimento, cada escolha. Aprendi rápido que o crime não é só bala e grana. É estratégia, respeito e medo calculado. E se você vacilar, morre ou desaparece. Quando eu tinha 25 anos, o Complexo do Alemão era comandado pelo Caveira. O cara era um merda. Só pensava em curtição, drogas, orgias, e ainda por cima com menores de idade. A comunidade estava à Deus dará, ninguém se sentia seguro. Todo mundo tinha medo dele, mas medo não é respeito, e na favela, quem manda de verdade protege o povo. Peguei ele no flagra uma noite. Eu era sub, mas sabia que precisava agir. Eu não hesito quando a justiça da favela precisa ser feita. Acionei o comando e o Caveira caiu, e com ele, a autoridade fraca que ele tinha. Foi ali que meu nome começou a pesar de verdade. Não foi prazer, foi necessidade. A partir desse dia, comecei a consolidar meu poder. Cada aliado começou a me seguir, sabendo que comigo não tinha enrolação. Cada rival mediu seus passos antes de atravessar meu caminho. Eu aprendi rápido: ser dono do morro não é só ter bala, é ter visão. É saber escolher quem protege, quem trai e quem vai cair. Hoje, o Complexo do Alemão é meu. Não porque eu queria, mas porque a favela precisava. Martelo não é só força; é decisão, respeito e medo na medida certa. Quem me desafia sente o peso do nome antes mesmo de sentir o peso do braço. E quem confia sabe que aqui dentro, ninguém mais cuida da comunidade se não eu. Teve tiro? Sempre. Teve traição? Não faltou. Mas eu não desisti. Cada inimigo que caiu, cada ponto que segurei, só me deu mais respeito. Aqui do pico observo o sol nascer e lá embaixo minha comunidade acordar, moradores indo trabalhar, cachorro latindo nas esquinas, comércio abrindo, crianças indo pra escola e na maioria das vezes e sempre assim o movimento não para. Subo na minha moto e vou dar um giro pelo morro, aproveitar e já fazer o recolhe das bocas, tenho que colocar alguém na gerência urgente, tá puxado pra mim e pro Riba. Venho observando o Liso a um tempo o moleque é esforçado, e bom em matemática e organizado. Riba hoje pela manhã tá de folga vai levar a Laila irmã dele pra fazer a inscrição na faculdade, a piveta vai ser advogada. Mas assim que ele chegar, com certeza vai bater o ponto lá em casa pra comer àqueles dois só sabe fazer ovo e miojo. Ai eu troco essa ideia com ele. Tava descendo o morro indo pra primeira boca quando me bati com o Liso e vou aproveitar pra testar ele. — E aí Liso, tá de boa? — perguntei, parando a moto do lado dele. O moleque me olhou rápido, sem vacilo, meio surpreso de eu parar bem ali, mas sem demonstrar medo. — Tranquilo, patrão. Tava indo pra boca, começa meu plantão. — respondeu, ajeitando a mochila nas costas. — Beleza, Liso. — falei, apoiando a mão na moto. — Então, é o seguinte… preciso que você faça o recolhe das bocas hoje. O Riba e eu estamos atolados e não vai dar pra eu passar em todas. O Liso piscou, tentando processar o pedido. — Recolhe das bocas, patrão? Tipo sozinho? — perguntou, a voz carregada de dúvida, mas sem mostrar medo. — É, moleque. Confio em você. — falei firme, sem deixar margem para recuo. — Só presta atenção, segue o esquema, pega o dinheiro, confere tudo e me traz. Entendeu? O Liso respirou fundo, ajeitou a mochila de novo e assentiu: — Entendi, patrão. Pode deixar comigo. — Boa. — sorri de canto, vendo que ele tava pronto pra assumir a responsa. — Mas não vacila, hein. Qualquer problema me chama no rádio. Ele deu um aceno curto, firme, e começou a caminhar em direção às bocas, já pegando o ritmo. Eu voltei pra moto, observando ele se distanciar, sentindo que talvez aquele garoto tivesse mesmo jeito pra gerência. Vou aproveitar que ele vai fazer o recolhe e vou em casa tomar café senão é capaz de dona Fabiana vulgo minha mãe, brota la na boca. Assim que cheguei no portão já senti o cheiro de café fresquinho, desci da moto acenei pros vapores da contenção que por sinal cada um já tava com sua xícara de café e o pratinho com bolo e pão, e ai deles se não aceitar. — Desse jeito meus vapores vão descer esse morro rolando, dona Fabiana. — Entrei dentro de casa já falando. Minha mãe me olhou de canto, franzindo a testa como sempre que acha que tô exagerando. — Não exagerar Ricardo. — falou, já servindo meu café, bolo e pão. — Olha pra você meu filho… m*l come, m*l dorme, você tá trabalhando demais. — falou com aquele jeito preocupado dela. — Tá parecendo que o morro vai desabar e só você consegue segurar. — Relaxa, mãe. — tentei sorrir, mas a culpa pesava. — Tô só mantendo as coisas em ordem, sabe como é. Ela balançou a cabeça, suspirando, o olhar meio preocupado, meio bravo. — Eu sei que você quer ajudar, mas não pode se cobrar assim. Café da manhã é sagrado, filho. Tem que comer, descansar, senão… — ela fez um gesto dramático, apontando pro meu corpo. — Não vai aguentar. — Eu aguento, mãe. — falei firme, tentando não mostrar o cansaço. — Mas valeu pelo café e pelo bolo, tá me dando energia. mais que eu fosse duro no trabalho, ainda era filho dela. — Só não esquece, viu? Nã Ela sorriu de leve, mexendo a panela como se quisesse me lembrar que, poro adianta ser forte se não cuidar de você também. Eu dei um gole no café, sentindo o calor na boca, e balancei a cabeça. — Tô ligado, mãe. Vou maneirar. Ela me olhou desconfiada, mas parecia satisfeita. Só espero que ela não descubra que “maneirar” no meu mundo significa cinco vezes mais correria.

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