📕 NARRADO POR AMARA O barulho da porta fechando ainda ecoava quando meus joelhos cederam. Não por fraqueza. Mas porque o corpo não aguenta o que a alma segura sozinha. Me deixei cair no colchão duro. Com o peito travando, com a respiração em pedaços, com a garganta arranhando por dentro como se eu tivesse engolido vidro. Mas não chorei. Não mais. As lágrimas secaram no dia em que ela — a Regina — rasgou meu caderno e disse que minha voz não valia nada. Hoje, eu entendi. Ela não rasgou papel. Ela treinou o mundo pra me calar. E Nilo… era o mundo. Era a p***a do sistema inteiro materializado em carne, osso e olhos que não piscavam. Mas ele não me quebrou. Não ainda. Porque mesmo com a mão dele no meu rosto, com o cheiro dele grudado na minha pele, com a ameaça na voz e a sente

