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1232 Words
— Eu vou lutar com você se você me tocar — , as palavras escaparam dos meus lábios, carregadas de indignação. Mas a verdade era que eu não tinha a menor chance contra aquele homem. E ele sabia disso. O sorriso que se abriu em seus lábios, enquanto ele se elevava sobre mim, era a prova de que ele estava totalmente ciente dessa pequena, mas crucial, desvantagem. Seus músculos se tensionaram sob o tecido fino da camisa preta enquanto ele se levantava lentamente, mantendo seus olhos fixos nos meus. — Hmm... — Seus dedos brincaram com a gravata, antes de soltá-la. — Eu não vou forçar você, Jenna. Meu nome soou tão suave em sua boca que quase soou angelical. Era a única forma dele conseguir algo s****l de mim, teria que ser a força. E eu não queria absolutamente nada vindo dele. — Mas não se engane, bambina. Você vai me implorar por isso. — É isso que todos vocês pensam? — Cuspi as palavras, enquanto a memória me invadia. Eu podia sentir o cheiro do suor de Max, e meu corpo se encolheu em puro terror ao me lembrar de suas pernas peludas entre as minhas. — Tenha uma ideia original. Meus braços automaticamente se envolveram ao redor do meu corpo, na vã tentativa de suprimir os arrepios. Meus pensamentos correram para Margo. Será que ela já estava desesperada me procurando? Se ela estivesse aqui, eu teria mais força para me manter firme e lutar. Ela sempre tornava tudo mais suportável. — O que isso significa? — Embora sua voz estivesse baixa, eu podia sentir a raiva borbulhando dentro dele, como se ele tivesse gritado. Seus olhos escureceram, e sua mandíbula se contraiu enquanto ele enrolava a gravata em seu punho. — Max... ele tentou me forçar. — A voz falhou, e meus olhos começaram a arder. Eu odiava chorar na frente dos outros. Me sentia fraca, patética, como uma criança incapaz de controlar suas próprias emoções. Mas eu estava com medo, e enojada de mim mesma. Completamente desprotegida. Todos que se importavam comigo estavam longe, sem a menor ideia do meu desaparecimento, ou provavelmente loucos de preocupação. — Ele estuprou você? — A voz era monótona, sem emoção alguma. Se não fosse pelo leve estreitamento de seus olhos, eu teria pensado que ele não se importava nem um pouco. — Ele estava prestes a. Felizmente, você interrompeu antes que ele pudesse ter esse prazer. — Respondi, irritada, gesticulando com a mão em sua direção. — Mas está tudo bem. Funguei e enxuguei os olhos com raiva. De jeito nenhum eu ia desmoronar na frente dele, na frente de alguém que provavelmente se deliciaria com o meu sofrimento. — Interessante — , ele disse, com os dentes cerrados. — Espero que você esteja vestida às oito da manhã. Você vai me servir o café da manhã às oito e meia. Sem atrasos. O mesmo vale para o almoço e o jantar. — Por que eu faria isso? — Você valoriza sua família e seus amigos? Minhas sobrancelhas se juntaram em confusão. Ele zombou e sentou na mesa. — Se você me desobedecer, eu vou matar seus pais e você. E sua amiguinha Margo pode muito bem tomar o seu lugar. Senti como se tivesse levado um tapa na cara. Fiquei boquiaberta, meus olhos ardendo com uma nova onda de lágrimas, enquanto eu encarava aquele homem c***l. — V-você faria... — Esse é o erro que você continua cometendo. Você não me conhece, p***a. — Luke pegou um canivete do bolso e colocou a ponta da lâmina contra o lábio inferior. — Você vê... Ele começou, cortando o lábio com a lâmina. Sua língua passou pelo sangue, e um pequeno sorriso se formou no canto de seus lábios. Ele me ofereceu a lâmina. — Se você não fizer o que eu mandar, não terá utilidade nenhuma. Pode muito bem se matar agora. A tentação de pegar a lâmina dele me invadiu. Era a minha chance. Talvez eu pudesse esfaquear sua artéria e fugir. Por outro lado, eu não conhecia aquele lugar, e poderia me perder ainda mais. — Pegue! — Ele gritou. Dei um pulo, assustada com sua explosão repentina, e agarrei a lâmina que ele me oferecia. A virei em sua direção, minha respiração irregular. Meu coração batia forte no peito, e eu tinha certeza de que ele podia ouvi-lo no meio do silêncio que dominava a sala. Seu rosto não demonstrava medo algum enquanto eu o ameaçava com a lâmina. Minhas pernas tremiam enquanto eu me esforçava para ficar de pé. Ele empurrou o pé contra a mesa e se levantou. — Quer saber a diferença entre você e eu? — Ele apontou para a faca. A área ao redor de seus olhos se enrugou em diversão enquanto ele sorria. Ele era definitivamente mais velho, mais experiente. Talvez na casa dos trinta. Eu não sabia muito sobre ele, mas tinha certeza de que a polícia saberia quem ele era. Eu tinha seu nome completo. Luke Bianchi. — Eu não deixo o medo me paralisar. — Ele disse, antes de arrancar a faca da minha mão. Ele guardou a lâmina de volta e colocou o canivete no bolso. Passou o dedo de volta no lábio, limpando o sangue restante antes de usar um lenço que tirou do bolso. — Sabe, meus pais vão me procurar... Margo vai me procurar. Ela vai alertar a polícia. — Eu sou o dono da polícia — ele disse, rindo. — Imagino que você nunca prestou muita atenção no que seu 'ex-namorado' fazia da vida? Balancei a cabeça. Nunca tinha me interessado. Ele ganhava um bom dinheiro e até conseguia ter uma vida social, mas vivia estressado com o trabalho. Era o que eu me lembrava. — Ele era gerente de um andar no seu prédio. Eu controlo todo o império do comércio. — Eu deveria estar impressionada? — Respondi, sarcástica. Eu não me importava com o que ele fazia. A única coisa que importava era continuar viva. Endireitei os ombros e, com a pouca confiança que me restava, o encarei. — O mundo está aos meus pés... se isso te impressiona ou não, não faz diferença para mim. Na verdade, você não faz a menor diferença. Tudo o que eu quero são as coisas que aquele seu namoradinho de merda roubou. — — Ex-namorado — corrigi. Sem dizer nada, Luke pegou um peso de papel da mesa e o arremessou contra a parede. Me calei, encolhendo-me na cadeira. Ele falou em italiano enquanto passava a mão pelo cabelo. Levantei-me e fui empurrada de volta com força. — Continue assim e eu vou amordaçar você. — A ameaça em suas palavras conjurou imagens minhas amarrada. Uma mistura de excitação e medo me percorreu, e eu não conseguia entender o porquê. Um brilho de hesitação brilhou em seus olhos antes que ele se virasse para sua cadeira. — Saia agora. Saltei da cadeira e cambaleei em direção à porta. Ela se abriu, e Hunter entrou. — Espero que você seja educada amanhã — , ele disse, enquanto Hunter agarrava meu braço. Encarei-o com raiva, tentando me soltar. — Sim — , respondi, petulante, antes que pudesse me controlar. — Sim o quê? — Ele explodiu. — Senhor? — Seria sensato não esquecer disso — , ele retrucou, assim que a porta se fechou atrás de mim.
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