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1144 Words
— Não se preocupe, princesa. Não estamos aqui para puni-la, apenas vamos levá-la. — Ele disse, tirando um pano do bolso. Umedeceu-o com um líquido e o pressionou contra meu nariz e boca. Eu estava fraca demais para lutar. Minhas unhas arranhavam, tentando afastá-los, mas eu estava indefesa. A sonolência me dominou e logo perdi a consciência. [...] — Ai. — Gemi ao cair no chão. O quarto estava completamente escuro, exceto por um filete de luz que escapava pela cortina entreaberta. Onde diabos estou? Apoiei a mão na cama ao lado e me levantei, indo até a janela para fechar a cortina. Pelo que pude ver, só havia árvores a quilômetros. Entrei em pânico. — p**a merda, eu vou morrer aqui. Vou morrer e Margo e meus pais nunca vão saber o que aconteceu comigo. — Jurei que, se saísse dessa viva e isso tivesse algo a ver com Josh e suas atividades ilegais, eu mesma o mataria! Girei nos calcanhares e encarei a porta, caminhando até ela. Talvez meus sequestradores fossem estúpidos o suficiente para deixá-la destrancada. Girei a maçaneta, mas ela não cedeu. Gritei, batendo os punhos na porta como uma louca. — Me deixem sair! Por favor! Meus punhos golpeavam a madeira grossa sem parar. A ansiedade mascarava a dor dos cortes que se formavam em meus dedos. — Alguém! Me ajudem! Por favor! — Minha garganta doía enquanto minha voz se elevava. Eu não vou passar despercebida. Talvez alguém estivesse passando de carro ou caminhando pela floresta e me ouvisse gritar. Ah, quem eu estou querendo enganar? Eu vou morrer aqui sozinha. Apenas uma mulher patética que nunca teve controle sobre sua vida. Mesmo quando pensei que estava voltando aos trilhos, essa merda aconteceu e agora eu ia morrer antes de poder consertar alguma coisa. Abaixei as mãos, derrotada, e encostei a testa na madeira fria, grata por sentir algo fresco contra minha pele em chamas. É assim que você se sente quando vai morrer? Tráfico s****l. Um nó se formou rapidamente na minha garganta com o pensamento. Eu não vou t*****r com um bastardo velho e rico que precisa de pílulas azuis só para ficar e******o. Eles que me matem. A maçaneta da porta tremeu e levantei a cabeça, me afastando da porta. Alguém a abriu e acendeu a luz. Era um dos homens que ajudou a me sequestrar. Cerrei o maxilar, tentando parecer mais irritada do que assustada. Ele me encarou e apontou um dedo grande e carnudo para o meu rosto. — Pare com essa merda, ou vou ter que te punir. — Onde diabos eu estou? — Oh, você vai descobrir em breve, querida. — Ele sorriu. — Eu vou gritar de novo... — Retruquei. Ele deu de ombros. — Você só está se machucando. Grite à vontade. Mas não se surpreenda quando um de nós vier aqui para te calar. Balancei a cabeça em descrença. — Por que vocês estão fazendo isso? Eu não fiz nada de errado. — Mas alguém fez. — Ele interrompeu rapidamente. — Agora fique quieta. Ele sibilou antes de fechar a porta. Olhei ao redor do quarto. A cama em que eu estava deitada tinha lençóis de seda e uma cabeceira grande. O cômodo era grande o suficiente para abrigar uma lareira, e as paredes eram de pedra. Onde diabos eu estou? Em algum castelo, em outro país? Levei a mão à boca para abafar meus soluços. Um sofá de dois lugares ficavam em frente à lareira. Outra porta perto da janela chamou minha atenção e caminhei cautelosamente até ela. Apalpei a parede do quarto escuro à procura de um interruptor de luz. A luz iluminou o cômodo, e meus olhos pousaram calmamente no vaso sanitário. Era um banheiro. Amplo, com chuveiro, banheira de hidromassagem e duas pias. O espelho ocupava metade da parede. Fui até o banheiro e coloquei o vestido e os sapatos na mesinha ao lado da porta. Puxei minha camisa pela cabeça e joguei-a no chão, junto com o resto das minhas roupas. Meus s***s eram pequenos. Admirei a forma como meus quadris se curvavam, mas o pensamento de que alguém poderia me forçar a fazer coisas me assustou demais. Depois de soltar meu cabelo, fui até o chuveiro para tomar banho. Quem era esse homem ou mulher? O que eles queriam de mim? Eu não poderia oferecer-lhes muito dinheiro. Procurei embaixo da pia e peguei uma barra de sabão fechada. Abri a caixa e joguei-a no lixo ao lado do vaso sanitário. Quando a água esquentou, entrei debaixo do chuveiro e suspirei. Havia uma vantagem em tudo isso, e era esse maldito banho. Pelo menos eu poderia morrer cheirosa e me sentindo melhor. — Você não vai morrer. — Murmurei. Eu precisava lutar, por Margo e pelos meus pais. Eles esperariam isso de mim. Lavei-me rapidamente, apreensiva, mas ansiosa pelo jantar. O que eu diria ao meu sequestrador? Como eu me dirigiria a ele? E se ele fosse um homem c***l? Um homem sádico, pronto para me torturar? Margo saberia o que dizer numa situação como essa. Ela sempre foi tão calma e controlada. Eu era esporádica e ansiosa, e muitas vezes isso me causava problemas. Assim que me vesti e prendi meu cabelo em um coque, bati na porta. O homem de antes entrou. — Se você tentar correr ou gritar, eu vou te nocautear. — Ele ameaçou. Assenti, obediente, e o segui. O corredor se estendia infinitamente, iluminado por algumas luzes. Passamos por muitas portas antes de nos aproximarmos da luz forte no final do corredor. A sala de jantar era enorme, com uma mesa grande o suficiente para acomodar cerca de doze ou quinze pessoas. Estava coberta com um pano vermelho e completamente cheia de comida extravagante. Meu estômago roncou ao ver aquilo, mas permaneci calma e determinada. Todos os assentos estavam ocupados, exceto três. — Por aqui. — O homem andou enquanto puxava meu braço. Estremeci quando a dor irrompeu de onde seus dedos cravaram minha pele, enquanto ele me arrastava até o meu assento. — Você está me machucando. — Respondi rapidamente, mantendo minha voz baixa para que ninguém percebesse minha angústia. — Bom. — Ele murmurou antes de me soltar. Puxei a cadeira um pouco para trás e sentei-me. Senti-me como um porco em uma sala de jantar cheia de lobos. A mesa estava cheia de homens e mulheres vestidos formalmente que me encaravam com sorrisos sádicos nos lábios. Mexi-me desconfortavelmente enquanto olhava ao redor da mesa. Poderia ser qualquer um deles.A cadeira na ponta da mesa estava vazia, e me perguntei silenciosamente se ele se sentaria ali. Naquele momento, uma porta do outro lado da sala de jantar foi aberta, e o homem que entrou fez meu coração parar. — Luke. — A voz embargou quando a respiração falhou e o mundo começou a me engolir inteira.
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