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2143 Words
A garotinha olhando para mim era linda. Cabelo loiro, olhos azuis e pequena. Muito pequena para sua idade, mas seus olhos pareciam envelhecidos além dos anos. Ela sentou-se calmamente em uma cadeira no hall de entrada. Fiquei na frente dela, ao lado de Luke enquanto ele discutia algo com o homem que a trouxe aqui. O pai dela, presumo. Seu cabelo não era loiro. Na verdade, eles não tinham muita semelhança além dos olhos. Mechas escuras cobriam sua cabeça, mas seus olhos eram azuis hipnotizantes. Ela parecia bem comportada. — Jenna. — Luke disse. Pisquei rapidamente antes de desviar o olhar para ele. Seus olhos escureceram, se é que isso é possível, e ele agarrou meu braço me puxando em direção a eles. — Este é Clyde Parker. Cumprimentei-o com um sorriso educado, apesar da pressão crescente no meu pulso. — Você cuidará da filha dele enquanto discutimos negócios. Minha boca caiu aberta. Eu não era babá. Este não era lugar para uma criança, mas eu não conseguia expressar essas coisas. Coisas tão óbvias. Aqui não. Eu não era ninguém. Então engoli minha oposição e balancei a cabeça bruscamente. Meu cabelo caiu sobre meus olhos e eu os joguei para trás com a mão livre. — Obrigado, Jenna. — Clyde falou. Seu leve sotaque era o de um britânico. Ele parecia genuinamente gentil. — Moly é uma criança peculiar. Tenho certeza que você aproveitará ao máximo o tempo que passarem juntas. Quanto a nós, homens, temos muito o que discutir. Luke me soltou. Instintivamente agarrei meu pulso dolorido com a outra mão e esfreguei suavemente. Ele me ignorou, enquanto ele e Clyde desapareciam no corredor. Sorri para Moly. Ela não retribuiu meu sorriso quando me aproximei dela. Na verdade, ela parecia muito desinteressada. — Olá Moly. Sou Jenna. — Ofereci minha mão para ela. Ela olhou para minha mão e voltou para mim, antes de estender a mão para apertar. A mão dela era pequena na minha. Fiquei brevemente com medo de esmagar seus dedinhos. — Está com fome? — Perguntei. O canto dos lábios dela se contraiu para cima. — Me siga. — Eu falei. Ela desceu da cadeira e começou a caminhar ao meu lado. Seus pequenos saltos batiam no chão. Preenchendo o silêncio arrepiante. — Há alguma coisa em particular que você gostaria de comer? — Camarões salteados. — Ela disse. Fiquei surpresa por ela saber o tipo de prato. Eu lancei a ela um olhar divertido. — Meu Deus, estou surpresa. As crianças geralmente não gostam de pratos de frutos do mar. — Empurrei a porta que dava para a sala de jantar e a segurei aberta para ela. Ela deu um passo hesitante para dentro da sala. — Isso é porque eu não sou criança. — Você não é? — Eu questionei. Ela parecia insultada. Seus olhos azuis rolaram e ela cruzou os braços sobre o peito. — Não, eu não sou. — Bem, então. Camarão scampi, é isso. — Apontei para a mesa da sala de jantar. Era enorme comparado a ela. Ela caminhou em direção a mesa com confiança. — Sente-se em qualquer lugar que você quiser. Eu direi a eles o que você gostaria de comer. — Leite com chocolate para beber. — Ela adicionou. Sorri enquanto caminhava em direção à cozinha. Leite com chocolate e camarão scampi. Duas coisas completamente diferentes. Era como se ela estivesse lutando para ser criança, mas amadurecer ao mesmo tempo. O chef, Quin, esfregava os balcões quando entrei. Ele olhou para mim, um olhar interrogativo. — Você pode fazer camarão scampi? Temos uma pequena convidada que Luke insiste que seja bem tratada. Quin assentiu. — Leite com chocolate para beber. — Ele ergueu a sobrancelha. — Ela tem sete anos. — Ah, isso faz sentido. Estará pronto em breve. — Ele respondeu. Eu o deixei e voltei para Moly, rezando para que ela não tentasse fugir enquanto eu estava ocupada. Luke teria minha cabeça em uma bandeja de prata se isso acontecesse. Ela estava sentada à mesa, com os dedos entrelaçados, enquanto chutava as pernas por baixo da mesa. — Seu pedido foi feito, Moly. — Puxei o assento na frente dela. O que Luke esperava que eu fizesse com ela? Não havia muitas coisas para crianças aqui. Comer foi a melhor ideia que me veio à cabeça, mas o que acontece quando ela termina? Eu deveria mostrar a ela uma coleção de armas de assalto? Talvez ensinar a ela os pontos exatos para esfaquear alguém e paralisá-lo? Este lugar era como um museu assassino esperando para corromper cada alma inocente que entrasse. — Então, Moly. O que você gosta de fazer? — Conversa afiada era a única maneira que conhecia de superar situações embaraçosas. Por outro lado, geralmente acontecia com pessoas da minha idade ou mais velhas, nunca com uma criança. Ela encolheu os ombros. — Eu tenho uma boneca. — Muito legal. — Eu disse com entusiasmo. — Papai me deu. Ele disse que me protegeria do homem mau. — Homem m*l? — O homem que entra no meu quarto à noite. Bem, costumava entrar. — Eu desconsiderei isso como um amigo imaginário que ela estava evocando. As crianças sempre pareciam ter muitos amigos imaginários. — Papai disse que o homem mau não tocaria mais em mim, desde que eu tivesse minha boneca. — O homem mau tocou em você? — Eu não consegui mascarar o horror em minha voz. As crianças não inventaram esse tipo de merda. — Sim, debaixo da minha camisola. Ele não o fez desde que ganhei a boneca. Papai estava certo. Oh meu Deus... Ela estava sendo molestada. O pensamento me enojou. Aqui estava eu, acabando de conhecer a adorável garotinha, e ela estava conversando casualmente comigo sobre o homem que entraria em seu quarto e a tocaria. — Quem era o homem, Moly? — Não sei. Papai disse que a boneca cuidaria disso. — Ela disse enquanto balançava os pés. — Onde está a boneca agora? — Em casa. Eu queria trazê-la, mas papai disse que ela precisava descansar. Você foi tocado pelo homem mau? Você age como se tivesse sido. — Ela murmurou. Minhas pernas tremiam violentamente debaixo da mesa. Sua pergunta atingiu o alvo. Você age como se tivesse... Eu sabia exatamente o que ela queria dizer. Agi como se tivessem levado a vantagem, porque fui. Eu agi como uma mulher assustada e nervosa porque um homem mau me agarrou e um deles quase me estuprou. Ela e eu éramos iguais. Exceto que eu não tinha uma boneca para me proteger; Algo para fazer tudo desaparecer, e eu não era ingênua para a realidade da situação. Eu não poderia fugir para uma terra de conto de fadas e fingir que estava tudo bem. Eu estava presa no meu inferno; o homem mau era minha vida agora. Meus olhos ardiam com o início das lágrimas. — Eu queria que minha boneca estivesse aqui. — Ela murmurou, com as sobrancelhas franzidas. Esfreguei os olhos e moldei meus lábios em um sorriso. — Por que, Moly? — Porque você precisa. — Ela afirmou. Ela estava certa. [...] Já havia passado do almoço quando Luke e Clyde interromperam uma acalorada partida de amarelinha. Se Luke estava chateado com o fato de a passarela estar contaminada pelas cores vibrantes do giz, ele não demonstrou. Eu o aplaudi secretamente por ser tão educado na frente de Moly. Ela realmente era uma garota extraordinária. Inocente para tudo isso, que ainda não sabia o que significava. Acenei um adeus para ela quando ela entrou no banco de trás de um carro com o pai e os observei se afastar. Eu havia chegado a um acordo sobre o que deveria fazer para salvar minha vida. Eu cederia. Eu me renderia aos sentimentos de luxúria que neguei ter por Luke. Eu os deixaria assumir completamente. Entregar-me a ele, com a dolorosa incerteza de ele aceitar ou não. — Não vou precisar de você pelo resto da noite. Você pode ir para o seu quarto. — Ele afirmou categoricamente, sem sequer olhar em minha direção antes de desaparecer mais uma vez. Minha confiança vacilou, mas eu não iria recuar. Ainda não. Não quando eu poderia ter alguma aparência de controle. Corri em direção ao escritório dele. Presumindo que seria onde ele estaria, mas estava vazio. Eu ainda não sabia onde ele dormia. Então, foi uma corrida cega de quarto em quarto. Entrei na biblioteca. Uma parede inteira coberta de livros. Meus olhos se arregalaram de admiração. Este era um refúgio. Um lugar para me enterrar, me perder e fugir do monte de merda que era minha vida. Meus olhos se voltaram para uma porta ao longo da parede lateral. Um leve farfalhar empurrou minhas pernas ainda mais em direção a ela. Encostei o ouvido na porta, mas o farfalhar parou. Meu interesse diminuiu e minha ansiedade atingiu o pico. — Você consegue fazer isso. — Eu sussurrei. — Você tem que conseguir. Agarrei a maçaneta e girei-a, antes de abri-la rapidamente. Luke estava ao lado de sua cama, coberta por lençóis de cetim. Seu telefone estava pressionado em seu ouvido e, após minha invasão, ele murmurou um rápido adeus e baixou lentamente a mão. Ele olhou para mim. Se eu pudesse ter me escondido, eu teria feito isso. Eu tinha certeza de que seu olhar me transformaria em carne derretida. — Que p***a você está fazendo? — Ele falou. Entrei mais no quarto e fechei a porta. Minha ousadia vacilou um pouco quando ele cerrou os punhos. — Quero você. — Eu falei. Minhas palavras não foram convincentes. Até para mim mesma, apesar da verdade. — P-por favor. Levei minhas mãos até a bainha do meu vestido e arrastei o tecido até minha barriga, revelando minha calcinha preta rendada. Meu lado do corpo doeu de dor quando eu o puxei para cima, lutando para forçá-lo sobre meus s***s. Depois de tirar o vestido pela cabeça, joguei-o no chão. Eu estava sem sutiã. Meus m*****s esfaquearam o ar dolorosamente. Naquele momento, eu não sabia se era por causa do frio do quarto ou da minha própria necessidade de ser controlada. Sua expressão não mudou. Seus olhos se estreitaram ligeiramente, mas ele parecia mais agitado do que satisfeito. — Você quer? — Ele enfiou o telefone de volta no bolso. Fazendo malabarismos com minhas palavras em sua boca, como se ele estivesse interessado nelas. — Luxúria? — Ele riu sem humor enquanto seus dedos agarravam a gravata em seu pescoço. — Você não sabe o significado da palavra, Jenna. Ele zombou e começou a desfazer a gravata do pescoço. Meus olhos piscaram para a pele exposta de seu peito quando o botão de cima foi desabotoado. Recuperei a compostura e cruzei os braços sobre o peito, olhando para ele. Odiando-me secretamente por notar a curva de seus lábios, a borda afiada e definida de sua mandíbula e a maneira como seus cílios escuros beijavam sua bochecha quando ele piscava. Ele era incrivelmente bonito, quase angelical, mas longe de ser um anjo. Eu estava convencida de que ele era o d***o. — Desejar algo tão animalesco, implacavelmente e usar tudo em seu ser para se controlar... — Ele puxou a gravata do pescoço e a enrolou na mão, enquanto dava um passo em minha direção. O leve sotaque presente em sua voz me seduziu, enquanto um arrepio percorreu meu corpo. — A luxúria vai te levar ao delírio... — Com uma mão, ele brincou com os botões da camisa, abrindo outro para expor os traços de pele em seu peito. Meu peito se agitou quando ficando sem fôlego. Ele tirou a mão do peito e levou os dedos até meu rosto para roçar meu queixo, descendo lentamente até minha clavícula. — Então me diga, Jenna... você está delirando? Meus olhos se fecharam brevemente, quando a única palavra de rendição saiu dos meus lábios. — Sim. — Meus olhos se abriram, observando um sorriso lento e tortuoso se espalhar em seus lábios antes dele se afastar. — Toque-se. — O quê? — Eu engasguei. Ele queria que eu me desse prazer na frente dele? O ato parecia tão íntimo. — Agora. — M-mas... — Isso foi o que eu pensei. Você não se importa com você mesma. Você não se importa com sua vidinha patética. Você está fingindo ser mais forte do que é. Saia da p***a da minha vista. — Ele cuspiu. Foi o suficiente para me levar ao limite. Meus olhos suavizaram. Eu me importava com minha vida. Ele observou quando eu lentamente levantei meu dedo até os lábios, passei minha língua ao longo da ponta para cobri-lo com minha saliva e coloquei-o dentro da minha calcinha. A onda de prazer atravessou meu corpo enquanto eu circulava meu c******s, a satisfação me consumiu quando vi os olhos arregalados e surpresos de Luke.
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