CAPÍTULO 7 MORTE NARRANDO O sol ainda nem tinha subido direito no céu quando eu cheguei na laje da boca. A quebrada começava a despertar: radinho chiando baixo, uns vapor já na correria, segurança se ajeitando na contenção, e eu… com o sangue fervendo. Encostei na mureta, camisa sem manga, baseado na mão, e o olhar lá longe. Mas minha mente? Tava nela. Valéria. Desde que jogaram ela na cadeia, eu não tinha mais sossego. Sabia que a qualquer momento podiam fazer alguma merdä com ela. E se eu demorasse mais um dia… podia ser tarde demais. Passei a manhã toda vendo uns corre que o Macaco deixou pendente. Vai demorar até eu colocar tudo no lugar, tá fodä. Eu tava na minha sala da boca fumando um baseado quando me chamaram. — Patrão, o advogado chegou aí. Tá lá embaixo te esperando — a

