A sala ainda exalava aquele cheiro agridoce de champanhe caro misturado com cigarro de palha de um dos meus capangas mais antigos. A fumaça pairava como um véu pesado, meio turvo, refletindo nas luzes baixas do lustre dourado. A comemoração tinha tomado conta do meu covil como se fosse uma final de campeonato. Gritos, gargalhadas, tapas nas costas, brindes estourando de cinco em cinco minutos. Todo mundo tinha algo a falar sobre o golpe perfeito que Kian tinha armado. E eu? Eu estava ali no meio, taça na mão, sorriso preso no rosto, mas com a mente em guerra. — Mano, você tinha que ver a cara do segurança da PF quando percebeu que o cofre tava vazio! — um dos caras do setor de armas falou, rindo tanto que quase derramou bebida na mesa. — Parecia que tinham arrancado o fígado dele! A ro

