As novas telas do meu escritório piscavam em tons de azul e vermelho, como se fossem a pulsação de um coração doente. Mapas digitais, notícias em tempo real, notificações de operações policiais… tudo passava diante dos meus olhos em sequência frenética. No centro da sala, eu estava recostado na poltrona de couro, girando um copo de uísque entre os dedos. Do outro lado, Kian se jogava no sofá como se fosse dono do lugar — pernas cruzadas, um cigarro aceso na mão e aquele sorriso debochado que só ele tinha coragem de usar comigo. — Então é isso mesmo, né? — ele disse, soltando a fumaça em círculos. — Você tá obcecado pela pedrinha azul. — Não é pedrinha, Kian. — respondi, sem paciência. — É uma safira raríssima, e agora tá na mão da polícia. Ele revirou os olhos. — Ai, Gabrian, às vezes

