As telas do meu escritório piscavam como constelações artificiais, espalhadas em um céu privado que só eu e Kian sabíamos interpretar. Era madrugada em São Paulo, mas nem o silêncio da noite era capaz de sufocar a avalanche de informações que fluía para o meu império.
Relatórios, áudios interceptados, imagens de satélite… tudo convergia em um só ponto: ela.
Eliza Ferraz.
Eu havia prometido a mim mesmo que ela não passava de um teste. Uma peça intrigante, sim, mas ainda assim apenas uma peça. Porém, à medida que os dias se desenrolavam, a delegada mostrava uma obstinação que eu não via há anos. Ela não atacava de frente, não avançava com pressa — cavava, paciente, arrancando uma raiz de cada vez.
E naquela noite, finalmente, ela havia chegado perto demais.
— Ela interceptou um carregam
