Capítulo 01: Prólogo
ZOEY HARPER.
Oi, sou Zoey Harper, tenho 23 anos e estou sentenciada à morte. Isso mesmo, sentenciada. E não foi por escolha minha. Foi a maldita jogada do destino, que resolveu me sacanear justo agora, quando, pela primeira vez, me deixei sentir algo que nunca imaginei: me apaixonei. E, sabe o que é mais irônico? Eu nunca quis me apaixonar, sempre soube que não teria tempo para viver um amor. O diagnóstico que me foi dado tornou isso claro para mim.
Saber que meu tempo é limitado me aterrorizou. Por isso, nunca me envolvi de verdade com ninguém. Essa parte da minha vida é um segredo, e só meu pai e minhas melhores amigas a Vivian, Silvia e Clara, sabem da minha condição. Eu não quero que ninguém sinta pena de mim. Acredite, eu não sinto pena de mim mesma. Pelo contrário, sou obstinada. Decidi viver minha vida ao máximo, fazer o que eu quero e me arriscar, mesmo que sejam coisas idiotas.
Quando descobri que meu coração tinha um defeito de fábrica, foi um choque. Me desesperei, chorei noites seguidas, mas depois de muito sofrimento, percebi que não havia muito o que fazer. Então, decidi aproveitar o tempo que me restava, seja ele em dias, meses ou anos. No entanto, não é sobre essa parte triste da minha história que quero falar agora. Quero falar sobre a mudança repentina que aconteceu na minha vida, uma transformação de calma, estabilidade e conformismo para algo completamente agitado, confuso, e com um desejo ardente de sobreviver. E tudo isso começou por causa de uma aposta boba que fiz com minhas amigas, por conta dessa maldita aposta louca, me ferrei completamente, agora estou aqui, perdidamente, apaixonada por um cretino de merda, que é lindo, tem um sorriso perfeito, uma voz que deixa qualquer calcinha molhada e uma pegada que deixa as pernas bambas, porém isso não é o pior, esse cretino é nada mais, nada menos que o chefe do meu pai... Agora me falem, eu não podia esta mais encrencada? Quem mandou dá ouvidos a três bêbadas... tinha que ter ficado quietinha onde estava, mas não, me deixei levar pelas minhas amigas e fui ganhar a aposta.
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Estamos na quinta rodada de tequila, já comecei a sorrir sem motivo, hoje é um dia especial, é aniversário da Vivian, e mesmo sem poder beber, estou aqui comemorando o níver da minha amiga, na balada mais cara de Chicago, balada essa onde minha vidinha pacata iria mudar drasticamente. O garçom traz mais uma rodada e todas ao mesmo tempo, viramos o copo, nesse momento passa por nós um homem alto, forte, que mais parece um armário de tão grande, cabelos castanhos, barba bem feita, olhos azuis, porém um deles é de tonalidade diferente, de uma presença que faz todos ao seu redor dizer sim para ele, pois ele sabe que tem o poder e que é o dono do mundo.
Vivian- Que pedaço de m*l caminho é esse homem, meninas?
Silvia- Há temperatura até subiu, aqui! (Diz se abanando)
Clara- Se ele olha para mim, tenho certeza que atinjo o orgasmo no mesmo instante.
Zoey- Meninas, já chega, ele não é tudo isso não, a tequila está afetando a noção de vocês, ele não é tudo isso não.
Vivian- Como não Zoey, não venha me dizer que você não achou ele um pedaço de m*l caminho?
Zoey- Ele é bonito, não exagerem, normal como qualquer outro homem.
Clara- Ok, Zoey, então como ele é tão normal assim, acredito que não terá problema em ir até ele, e roubar um beijo, não será tão difícil assim, não é?
Vivian- Quero, ver Zoey, quero ver se você tem coragem de ir até lá beijar esse deus grego.
Zoey- Vocês só podem estar viajando, não mesmo.
Clara- Está com medo, é isso? (Diz e começa a grita me chamando de medrosa.)
Silvia- Aposto dois mil reais, que você não consegue roubar um beijo dele.
Clara- E eu aposto mil.
Vivian- Também aposto mil, que você não consegue.
Zoey- Isso é sério?
Vivian- Seríssimo.
Zoey- Então eu vou ganhar essa aposta facilmente, e vocês terão que me pagar os 4 mil, entendeu?
Silvia- Se você consegue beijá-lo, o dinheiro já é seu.
Zoey- Ok, meninas, vão preparando o dinheiro aí, que eu já volto para pegar.
Tomo uma dose generosa de tequila, para me dá coragem, ajeito o meu vestido, retoco o batom, e vou andando rebolando até a área vip, onde a minha presa estaria, quanta ingenuidade a minha, pensar que ele seria minha presa, sendo que na realidade eu que seria sua presa, andei confiante demais em direção as garras do grande e perigoso predador. Assim que cheguei onde ele estava sentado, nossos olhos se encontraram e o seu olhar fez meu corpo reagir estranhamente, andei lentamente até ele, sem quebra a nossa conexão em nenhum momento, o que me deixou nervosa.
Solto o ar que estava prendendo, sento em seu colo e o beijo intensamente, para minha surpresa o babaca nem para me afastar, pelo contrário, enfiou sua língua na minha boca, me apertando com vontade, o que fez minhas pernas ficarem bambas na hora, só não cai porque estava em seu colo. Nos afastamos para recuperar o ar, mas ele ainda continua com suas mãos grandes na minha perna e a outra na minha nuca, seus olhos me encaram, porém, ele não diz nada, pisco algumas vezes e só aí volto a si, me levantando rapidamente e saio praticamente correndo de lá.
- O que foi isso? (Falo mentalmente)
Desço as escadas, aérea, sem saber o porquê desse alvoroço no meu peito, o beijo desse i****a, foi tão diferente que até o álcool que consumi evaporou. Olho pelo meu ombro e o vejo me encarando, mas logo volta para onde estava.
Vivian- Amiga esta tudo bem? (Pergunta assim que me aproximo dela)
Zoey- S-sim... ganhei a aposta. (Falo ainda desconsertada)
Clara- Verdade, você é louca mesmo.
Silvia- Ele beija bem?
Zoey- Beijo... Beija... aí, meninas, isso não vem ao caso, e sim que ganhei a aposta, agora passem o meu dinheiro para cá. (Falo tentando muda de ideia, apenas porque não quero demonstrar que fiquei abalada com esse estranho)
Vivian- Qual o nome dele, Zoey?
Zoey- E eu vou saber, criatura.
Clara- Você deveria ter perguntado, assim nós saberíamos quem você beijou.
Zoey- É melhor esquece essa loucura, se o meu pai sonhar que estou aqui bebendo e ainda por cima beijei um estranho, ele me mata.
Silvia- Relaxa, o tio Miguel não vai saber de nada, agora vamos nos divertir. (Diz e voltamos a beber)
Não passou muito tempo e o cara que beijei, sai com uma loira daquelas, tipo capa de revista, alta, magérrima e linda, nossos olhos se encontram, e aquele alvoroço volta com força, o que me faz muda o meu olhar o mais rápido possível, mas uma sensação de incômodo por ele está com outra mulher fica presente em meu peito.
- Ficou louca, Zoey? (Diz meu subconsciente)
Balanço a cabeça para dispersar qualquer início de lembrar do beijo daquele estranho, porém é inútil, o beijo dele foi outro nível de beijo, deixando todos os outros caras que já beijei no chinelo.
Clara- Ainda pensando só gostosão? (Pergunta me tirando dos meus devaneios)
Zoey- Não. (Minto)
Clara- Sei, me engana que eu adoro.
Nada respondo, apenas tomo meu último drinks de saideira, pois já está bem tarde, e não quero deixar o meu pai preocupado. Me despeço das minhas amigas, que insistem para ficar mais um pouco, porém não posso, prometi para o meu pai que voltaria cedo, e também moro a uma hora dessa boate de bacana.
Zoey- Bay, meninas... Amo vocês.
Silvia/Clara/Vivian- Bay, gatona, te amamos. (Falam todas juntas)
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Entro em casa, e vou direto para o meu quarto, tomo banho, visto uma camisa do anime Black clover, um short e me jogo na cama, fico encarando o teto, pensando na loucura que foi beijar um completo, estranho, porém, vou morrer mesmo, caso não consiga um coração novo, então isso conta no meu caderninho de idiotices.
Zoey- Como você se chama? (Falo me virando e fechando os olhos.)
Fico horas me remexendo na cama, e nada do sono vim, tudo por causa daquele estranho, isso não pode ser normal, deve ser por conta do tanto que bebi, por isso que não estou conseguindo esquecer. Após muitas tentativas, em fim o sono veio, e eu apaguei, porém, sonhei com o estranho da boate.