CAPÍTULO 2

1336 Words
atualmente... Acordo com a voz de Sofia me chamando, seus pequenos bracinhos me sacudiam. Tento prestar atenção nas palavras da pequenina.  - Mamãe, mamãe. Acorda mãe! - sorrio para ela e acaricio seus cabelos claros. - Oi minha princesa. - massageio minhas têmporas, por causa da dor de cabeça que se formou.  - Tá nevando, vem ver! - ela puxa meu braço e sou obrigada a levantar.  Calço minhas pantufas e arrumo meu roupão de dormir, faço um coque e vou com ela até a sala, onde há uma janela que cobre quase a parede inteira. Observo a neve caindo, provavelmente começou a nevar de madrugada, já que a neve cobre todo o verde de meu quintal.  - Vamos brincar mamãe! - sua mão puxa a minha em direção à porta.  - Vamos, mas primeiro vá se agasalhar. Mamãe vai tomar um banho enquanto isso. - beijo o topo de sua cabeça.  - Vai demorar muito mamãe. - ela abaixa a cabeça e faz um bico.  - Não vai não amor, pede pra Carol colocar sua roupa, tá? - olho ela que só está de calcinha. Ainda bem que temos aquecedor, ou ela estaria congelando.  Sofia vai correndo para o quarto de Carol e eu vou para o banheiro. Retiro todas minhas peças de roupas e tomo uma ducha rápida. Faço minhas higienes matinais e vou para o meu quarto apenas de toalha. Procuro alguma roupa em minhas gavetas e visto uma calça jeans preta, uma blusa longa branca e um casaco vermelho por cima. Coloco uma bota bege que eu não usava faz um tempo e solto meu cabelo.  Vejo Sofia entrando no quarto, agora vestida. Ela estava eufórica, uma coisa que minha filha ama é neve. Termino de pentear meu cabelo - que agora estão curtos, pois eu cortei logo após o parto de Sofia. - Vamos brincar bastante? - pergunta, sorrindo e correndo para a porta.  - Vamos sim. - sorrio e pego as chaves na mesa.  Depois que fechei a porta, não demorou muito para as mãozinhas de Sofia fazer uma bola de neve e arremessar em mim. Me escondo atrás de uma moita que há no quintal. Sofia correu em minha direção e me jogou no chão, assim colocando muita neve sob meu corpo.  - Vou enterrar você na nevi mamãe. - ela joga mais neve em mim e começa a gargalhar.  - Agora você vai ver! - me levanto e derrubo ela com cuidado no chão, fazendo cosquinhas em sua barriga.  Sua gargalhada pode ser ouvida de várias quadras daqui, já que hoje está muito silencioso no bairro.  - Isso... Não... Vale. - ela diz com dificuldade. - Pala mamãe. - ela segura minhas mãos, e eu paro de fazer cosquinhas nela ao ouvir uma voz vinda do portão.  - Mamãe? - olho para a figura masculina que estava à poucos centímetros de nós duas.  Richard? O que ele faz aqui? Que m***a.  Levanto Sofia do chão coberto por neve e arrumo seu agasalho. Dou um beijo em sua testa e me aproximo de seu ouvido.  - A mamãe vai conversar um pouco, vai lá pra dentro! - tiro a neve do seu cabelo com minha mão.  - É uma conversa de adultos mamãe? - ela pergunta, já fungando seu narizinho.  - Isso mesmo minha menina esperta. Agora vá! - sorrio.  Ela vai correndo para a porta de casa e fecha a mesma. Levanto passando a mão por minha calça, que estava coberta de neve. Ando até o portão, onde Richard se encontra.  - Como você soube? - pergunto, me referindo a Sofia.  - Meu pai... - ele retira sua touca, deixando à mostra seus cabelos loiros em um tom escuro.  - Você não tem direito de estar aqui, vá embora!  - Que recepção maravilhosa, estou surpreendido. - ele coloca a mão em seu peito, fingindo estar ofendido. - Eu vim em paz, posso ver ela?  - Não, não pode! Foi minha escolha não contar para ela sobre o pai e essa escolha permanece intacta.  - Isso mesmo, eu sou o pai dela. Você não tinha direito de esconder a gravidez de mim. - ele coloca a mão no portão. - Me deixe vê-la! - Se contar pra ela, eu te mato. - encosto o indicador em seu peitoral e retiro rapidamente ao sentir algo estranho, algo que não sentia há anos.  - Adoro ameaças. - um sorriso torto surge em seus lábios e ele entrou em meu quintal.  Mando ele esperar do lado de fora e entro na minha casa. Carol estava com Sofia no colo e a mesma chupava seu dedão. Sorrio para Carol e pego a Sofia dela.  - Tem um amigo da mamãe que está louco pra te conhecer, vamos lá fora ver ele? - a palavra amigo saiu um pouco mais desgastada do que eu planejei.  - Quero! - Sofia abre um sorriso de orelha à orelha.  Seguro sua mão, ainda insegura de que ele conte para Sofia que ele é seu pai. Abro a porta e dou de cara com Richard, que olha fixamente para Sofia.  - Oi menininha. - ele agachou, ficando do tamanho dela.  - Oi amigo da mamãe. - ela coloca as mãos atrás de suas costas e sorri.  Com a palavra amigo na frase, Richard olhou para mim e arqueou uma sobrancelha.  - Como você chama, pequenina?  Impressionante que ele nem sabe o nome da própria filha e vem atrás dela. Cretino. - Sofia. - ela levanta seus bracinhos, me pedindo colo.  Pego ela. Richard levanta e limpa seus joelhos que haviam neve.  - Mamãe, quero chocolate quente. - ela sussurra em meu ouvido.  - Eu vou fazer, espere o amigo da mamãe ir embora. - digo.  - Chama ele também. - ela olha pra ele e desce do meu colo. - Tio, você gosta de chocolate quente?  - Eu amo. - ele sorri com minha reação. - A mamãe vai fazer, vem com a gente. - Sofia diz. - Filha, ele tem muita coisa pra fazer, ele vai se atrasar pra uma reunião ou coisa do tipo. - julgo pelos trajes dele, que era um terno impecável.  - Na verdade estou livre hoje de manhã. - ele sorri de lado.  - Ok, vamos entrar então. - desisto, já sabendo que ele não iria embora.  Abro a porta, Richard e Sofia entram. Suspiro antes de entrar. Deus me ajude.  Levo eles até o balcão da cozinha e começo a fazer o chocolate quente, enquanto Sofia faz um questionário ao Richard.  - Qual seu nome, tio? - foi a primeira pergunta.  - Richard. - ele responde com uma suavidade em sua voz.  - Sério? - Sofia fica surpresa. - Mamãe, ele chama Richard também.  Suas mãozinhas cobrem sua pequena boca.  - Sim filha, que coincidência. - digo, sorrindo falsamente.  - Alguém me explica? - Richard pergunta rindo.  - Sof... - tentei impedir, mas falhei miseravelmente.  - Meu papai também chama Richard. - ela fica animada.  - Ah, é? - ele se mostra interessado. - Me conte mais sobre seu papai.  Esse Richard é um abusado.  Mas continua lindo.  Cale-se! - Eu não sei muita coisa sobre ele, mas a mamãe me disse que ele amava chocolate quente no frio. - Richard me olha, e eu sinto minhas bochechas corarem.  - Sua mãe deve saber bastante coisa sobre seu pai, né? - ele arqueia uma sobrancelha e me olha.  - Na verdade, não. Não éramos muito próximos. - me defendo.  - Tenho certeza que eram, aliás, vocês tiveram uma filhinha linda. - ele passa a mão nos cabelos de Sofia.  Não perco meu tempo respondendo, volto minha atenção ao fogão.  [========] Ficamos tomando chocolate quente no sofá, até eu ouvir o barulho da porta. Levanto do sofá e sorrio ao ver Chris chegar.  - Oi amor. - ele se aproxima e deposita um selinho em meus lábios.  - Bom dia. - respondo e pego seu casaco coberto de neve.  Os olhos de Christopher não saiam de Richard.  - Quem é esse...? - enfim, ele pergunta.  Eu me apressei em falar, mas Richard foi mais rápido.  - Me chamo Richard. - ele disse formalmente e estendeu a mão para Chris.  - Richard? - ele me olha e logo aperta a mão dele. - O famoso Richard?  - Sim, eu mesm... - Richard não conseguiu terminar a frase e foi golpeado com um soco em seu rosto.  Quando eu vejo, a mão de Chris está machucada, o nariz de Richard está sangrando e ele está no chão.
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