RICHARD NARRANDO
No momento em que meu pai contou que eu tinha um filho, fiquei confuso, já que eu não sabia nem por onde começar, o que comprar, o que vestir e o que dar de comida. m*l sabia qual era o s**o do bebê.
Fiquei mais indignado quando soube que a mãe dessa criança era a Maria Eduarda. Eu sempre fui um galinha, admito. Mas se tem uma menina pela qual eu fui apaixonado, essa menina era a Duda.
Seu cabelo preto era longo, batia em sua b***a. Ah, e nem me fale naquela b***a. Com certeza ela seria nomeada a garota da b***a mais bonita. Sem contar naquelas duas piscinas de olhos azuis. Seu sorriso era o mais lindo de todos, e deve ser até hoje.
Demorei semanas até achar seu endereço e tudo o que eu precisava saber. Quando finalmente achei, não demorou nem um segundo para eu comprar as passagens.
Eu estava no aeroporto, meu pai me acompanhava, já que decidi não contar pra minha mãe. Eu já briguei muito com meu pai, mas ele é o homem que me deu a vida, e que sempre me ajuda quando eu preciso de socorros. Já na faixa dos quarenta anos, ele é alto e forte. Seu cabelo é castanho e seus olhos verdes, como os meus. As rugas foram gentis com ele, já que ele não aparenta ter a idade que tem.
Eu estava com apenas uma mala preta, pois não pretendia ficar por muito tempo. Só queria conhecer minha filha, e se possível trazê-la para morar comigo.
Quando meu vôo é anunciado, abraço meu pai o mais forte possível.
- Vai dar tudo certo. - ele nos afasta. - Qualquer coisa, não hesite em ligar.
- Obrigado por tudo pai. - pego a minha mala e ando até a sala de embarque.
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O vôo foi tranquilo mas não consegui dormir uma vez sequer, apenas imaginando como seria nosso encontro, como ela é, e se puxou o pai. Quando eu desembarquei, peguei minha mala e fui para o hotel mais perto da casa de Maria. Fiquei no quarto mais caro, como sempre. Deixei minhas malas, tomei um banho e me vesti como um verdadeiro homem de negócios. Como eu não vim com meu carro, pedi um táxi e dei o endereço de Duda.
Pedi para o táxi me deixar uma quadra antes da casa dela. Fui andando até sua suposta casa. Quando estava chegando, ouvi algumas vozes. Mas especialmente uma voz de criança. Era ela. Minha filha.
- Pala mamãe. - a menininha estava no chão, chorando de tanto rir.
Nem percebi quando minha voz saiu.
- Mamãe?
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Meu rosto doía, coloquei a mão onde ele golpeou. Eu estava sangrando. O filha da p**a quebrou meu nariz. Levanto com dificuldade do chão, ainda desnorteado. Maria grita palavras que eu não consigo decifrar, o cara que me bateu à pouco tempo grita com ela também. Olho para minha filha, que olhava assustada para mim.
- Você está bem? - ela vem até onde estou. - Vem, eu tenho um kit de primeiros socorros.
Sua mãozinha me puxa até um cômodo da casa. Já que ela não sabia fazer curativos, eu mesmo fiz. O sangramento havia parado, e os gritos também. Me arrisquei a sair do quarto pequenino de Sofia e dei de cara com Maria.
- Oh meu Deus, me perdoe, eu não sabia que ele faria isso. - ela anda apressada em minha direção e observa meu curativo. - Você está bem? Está doendo muito?
- Eu estou bem, Sofia cuidou de mim. - sorrio para a pequenina que estava do meu lado, segurando minha mão direita.
- Está quebrado? Você não quer ir no hospital?
- Relaxa, eu estou bem. - sorrio e passo por ela.
Ando até a porta. Não estou em condições para cuidar da minha vida complicada no momento. Só quero ir pro meu quarto de hotel e dormir.
- Você vai embora tio? - Sofia me pergunta.
- Sim lindinha, vou tomar um banho e dormir um pouco, a viagem foi muito longa.
- Eu gostei de você! - ela corre e me abraça, colocando seus bracinhos em volta de meu pescoço.
- Eu também gostei muito de você! - afasto ela de mim e beijo sua testa.
Levanto com dificuldade e dou alguns pequenos passos para onde Maria está.
- Você pode me dar seu número? - pergunto.
- Eu não tenho celular, mas eu passo o da Carol se quiser.
- Quem é Carol?
- Minha colega de quarto. - ela pega um papel que havia na mesa de centro da sala e uma caneta. - Aqui está. - ela me entrega o papel com o número.
- Eu ligarei. - giro a maçaneta e saio pela porta.
Chamo um táxi e vou para o hotel onde eu estava hospedado. Ao chegar, coloco meu celular para tocar música na faixa aleatória, e tomo uma ducha enquanto isso.
Quando sai do banho, com a toalha cobrindo apenas meu m****o, e meu cabelo totalmente molhado, vejo uma garota próxima à minha cama.
- Quem é você? - pergunto me aproximando da mesma.
Seus olhos vão automaticamente para meu físico.
- E-eu bati na porta, mas ninguém abriu. - ela diz, gaguejando.
- Você trabalha aqui no hotel? - pergunto, agora na frente dela.
- Sim, você quer alguma coisa? - ela tenta manter sua postura profissional, mas falha.
Eu ia respondê-la, mas meu celular tirou minha atenção. Pego o mesmo e vejo o nome destacado: Josh.
- Desculpe, eu preciso atender... é meu irmão. - digo para a moça e me sento na cama de casal, assim atendendo o telefonema.
- Josh? - digo.
- Ah, graças a Deus. Eu preciso te contar uma coisa. - ele parece estar ofegante.
- Precisa ser agora mesmo? Estou meio ocupado no momento. - falo olhando para a loira super gostosa na minha frente, que agora enrola uma mecha de cabelo em seus dedos.
- Sim, precisa ser agora! - ele diz rapidamente.
- Opa, estou começando a ficar preocupado. - me ajeito na cama. - O que você fez?
- Promete que não vai brigar comigo?
- Josh... - reviro os olhos.
- Promete! Eu não quero ficar s***o de um ouvido pelos seus gritos futuros.
- Tá, tá, eu prometo.
- Eu bati seu carro. - sua voz saiu tão natural.
- Você o que? - grito, irritado.
- Você prometeu, d***a.
- Joshua, você tem apenas dezesseis anos, o que está fazendo com o meu carro? - digo enfurecido.
- Eu fui t*****r.
- Você o que? - massageio minhas têmporas.
- Nem adianta brigar comigo, na minha idade você transava também.
- Mas eu não quebrava o carro do meu irmão mais velho. Você perdeu o juízo?
- Não... é só que...
- É só que nada... você irá pagar o conserto. - tento me acalmar - Pelo menos você transou? - suspiro.
- Transei. - sua risada de orgulho percorreu todo o local.
- Espera aí, você bateu com a garota dentro?
- Não, foi na volta.
- E como ela era? - pergunto. - Não, quer saber, dane-se, eu tenho mais o que fazer.
Desligo o telefone.
- E então?... - a voz suave da garota na minha frente tomou minha atenção.
- Você pode dar uma escapadinha do trabalho? - pergunto, levantando da cama e indo trancar a porta.
- Por que você não disse antes? - seu sorriso malicioso tomou seu rosto, e suas mãos foram parar nos botões de sua própria blusa.