face mercantil

Capítulo 2: A Realidade Dolorosa

#alerta de conteúdo sensível

*crack*

O som do estalo ecoou pelos corredores do supermercado, fazendo com que Maya congelasse no lugar. Seu coração disparou enquanto uma sensação de terror se apoderou dela. O mundo ao seu redor começou a tremer, as prateleiras oscilavam e logo o teto começou a desmoronar.

- droga isso não pode estar acontecendo

Em um instante caótico, o cenário mudou drasticamente. O mundo apocalíptico dos seus livros, cheio de aventuras e desafios heróicos, desmoronou diante de seus olhos. A realidade era muito mais brutal, muito mais c***l do que ela imaginava.

*Ponto de vista de Maya*

Enquanto o supermercado desmoronava ao meu redor, eu me vi testemunhando aquelas cenas terríveis. Uma mãe desesperada enquanto agarrava seu bebê para salva-lo, porém uma pedra gigante os esmagou impiedosamente, antes que qualquer pessoa pudesse agir

- por que?

vi um casal de idosos caírem nas rachaduras que se abriam no chão, engolidos pelo abismo.

Era como se o tempo passasse mais rápido lá fora enquanto o meu tempo estava lento.

- por que?

Monstros que emergiam das sombras, estavam devorando vários de meus colegas de trabalho e clientes sem piedade. Aquelas que eu considerava "amigas" agora eram presas fáceis para as criaturas que assolavam o supermercado.

O desespero se apoderou de mim, quando vi uma mulher idêntica a Emma, ela estava no chão sangrando enquanto um monstro com forma de lagarto comia ela das pernas para cima lentamente, eu a vi gritar por ajuda.

- por que?

- porque minhas penas não se movem, emma preciso salvar pelo menos ela.

- por favor

Elas não se moveram.

eu não sou uma protagonista como nos livros que eu lia, sou uma pessoa comum que come m*l, dorme m*l e sofre de sedentarismo precoce, oque eu estava esperando de mim?

A mulher foi devorada, sei que não era Emma mas naquele momento eu pensei que fosse, engraçado né? Sou uma covarde inútil.

em meio à confusão e ao caos, algo estranho aconteceu em meu coração. Não era apenas o medo que me consumia, mas também uma dor profunda, uma dor por aquelas vidas que estavam sendo perdidas ao meu redor, minha situação não era diferente, poderia morrer a qualquer momento é claro, mas algo era diferente. oque?

- por que?

Uma criança, devorada por uma dessas criaturas no corredor da perfumaria, deixou um vazio em meu peito, um vazio que eu não sabia como preencher. Apesar de sempre reclamar da minha personalidade r**m, (quando se vive na merda é difícil ter uma personalidade melhor, me dê um desconto ok?) não pude deixar de sentir o peso da tragédia que me cercava.

Não sei se é assim com todos os protagonistas das minhas novels, mas acho que agora entendo, uma nova consciência começou a se formar dentro de mim, meu ego havia mudado. Talvez, neste mundo apocalíptico, a verdadeira batalha não fosse apenas contra os monstros que vagavam pelas sombras, as tragédias ou as destruições, mas também contra os demônios dentro de mim mesma.

neste instante eu renasci.