Eu soltei a mão dele assim que nos apresentamos e desviei o olhar sentindo que, se eu continuasse segurando o olhar penetrante de olhos cinzentos, eu iria me furar inteira. Meu coração estava batendo muito rápido, minha respiração tão confusa, eu queria morrer.
O pior foi que isso Senhor ele era belo, como se a juventude nele fosse eterna e sua beleza fosse um tanto hipnótica à vista.
Olhei para Gael e me aproximei dele tentando chegar o mais longe possível do capitão Daniel Chances.
— Já consertei as coisas. — disse ao Gael. — Vamos partir agora?
Ele franziu a testa.
— Mas está virado? Lembre-se que vamos partir amanhã de manhã. — disse como se não tivesse noção.
Claro que ele sabia, mas ele queria dormir em qualquer outro lugar que não fosse aqui, muito menos com seu pai por perto; o homem que tinha me fodido ontem à noite.
Que horrível não se choro ou confesso meu pecado horrível acho que realmente não vou para céu.
Senti o olhar de Daniel Chances em mim, ele me observou, ele sabia que eu estava nervosa.
—Certo.
Eu disse pois não encontrava mais nada para dizer, eu não queria ser tão óbvia sobre o quão desconfortável eu me sentia aqui nesta casa agora.
O Sr. Daniel Chances inclinou as costas da bancada cruzando os braços sobre o peito, fazendo com que seus músculos grossos se flexionassem e disse:
— Você é a família de Carlos Bem?
Ele gostava de me torturar? Não queria que ele falasse comigo, não depois de ontem à noite.
— Foi o meu avô. — Também disse cruzando os braços tentando manter-me protegido de alguma forma.
— O seu avô. — Repetiu agora com outra coisa no seu olhar, talvez reconhecimento.
— Sim, é por isso que queria pertencer ao exército. — Disse com orgulho.
— Ele era um grande homem. — disse Chances.
— Ele era capitão assim que eu comecei minha carreira militar, ele deu tudo, até o último ataque da guerra.
Eu disse com uma cabeça orgulhosa.
Meu avô se tornou uma grande referência para a nação, eu sempre o admirei, vi as pinturas e documentários de sua vida, sempre quis ser como ele, fique tão alto quanto ele e marque a história.
— Você não precisa aborrecê-la com histórias de seus anos de idade. — Gael comentou com seu pai.
— Não há problema. — Eu disse honestamente —, gosto de pensar no meu avô como um herói.
Eu adorava falar do meu avô e adorava que as pessoas soubessem disso Carlos Bem era meu avô.
— Talvez devesses aprender com isso. — respondeu Chances —, alguém orgulhoso da sua família, para variar.
Gael incomodou-o com o comentário, ele notou pela maneira como suas bochechas corou, disse ele, mas para ninguém era um segredo que Gael não gostava de ser comparado ao seu pai.
— Terei orgulho em você, no dia em que as pessoas te procurarem por admiração e não por terem medo de você. — Gael respondeu.
Era evidente que ele tinha um grande rancor contra seu pai.
No entanto, Chances riu, uma risada quase diabólica quando disse:
— Você ficaria surpreso com as vezes com as pessoas que me procuram de uma maneira ... — olhou para mim Dominique. — Surpreendente.
Prenda a respiração.
Porque Daniel Chances falou isso, que me torturou mais só pode.
Senti o sangue circular nas minhas bochechas e arranhei a parte de trás da minha cabeça, senti que esta era uma bomba que não estava em lugar algum para explodir, devo dizer primeiro? Como começar a dizer uma coisa dessas?
“Então Gael ontem à noite aconteceu algo engraçado, pensei que tinhas ido para a cama e fodemos, mas ele era mesmo o teu pai, fiquei confuso, mas me perdoa foi apenas uma f**a sem graça, tudo bem que horrível.”
Pensou Dominique.
— Quantos anos estão relacionados? — disse o Sr. Chances de repente a olhar para o Gael e para mim com um certo ar burlesco.
— 4 anos. — Gabriel disse.
— 4 anos? — repetiu — Uau, isso é ... quase um casamento.
— Os olhos cinzentos dele olharam para mim, e acontece que eu não te conhecia até esta manhã, Dominique, foi uma manhã muito tensa. interessante.
Parei de respirar e desviei o olhar.
— Não ficaria tão surpreendido se estivesse mais consciente das cartas que lhe enviei, ou se pelo menos tivesse respondido a alguma.
— Gael respondeu mais consciente do seu ressentimento do que aquilo que estava realmente a acontecer aqui entre o pai dele e eu.
Senti que não conseguia respirar mais.
— Vou tomar um banho. — Comentei numa tentativa de fugir.
— Espere amor.
— Gael disse de mãos dadas para me parar, eu vou primeiro, acho que vou vomitar, estou transpirando muito. Tome o café da manhã, vai demorar cerca de meia hora.
Sem me deixar dar uma desculpa, nem perceber minha angústia, Gael levantou-se e saiu, deixando-me na cozinha com o Sr. Daniel Chances.
“Bendito Deus me faz desaparecer daqui juro que nunca mas transo com ninguém na vida.”
— Quer café? — perguntou gentilmente ao Sr. Chances, quebrando o silêncio tenso que nos tinha governado por vários microssegundos.
— Não, — Eu disse.
— Bem, sim, um pouco, obrigado.
Lembrei que se não bebesse café, a minha cabeça doía terrivelmente o resto da manhã.
— Com açúcar? espuma? ou extra... Leite?
Por que isso soa como um duplo significado leite extra? Era esse o tom sensual que parecia emitir em cada palavra?
Não se lixe, acho que eram as minhas ideias.
— Não, simples está bem, obrigado — Eu forcei-me a responder.
Ela me deu a xícara com o café simples e minhas mãos tremeram quando seus dedos escovaram os meus quando ela me entregou a xícara, por que ela estava tão nervosa?
Quero dizer, sim, nós fodemos, mas ele não deveria continuar a sentir coisas assim, foi porque este homem era mais atraente do que fotos? Não Sim? Talvez tenha sido porque ele era meu sogro e nos conhecemos da pior maneira.
Agora eu nunca me aceitaria na família de Gael e terminaremos.
Que aperto.
— Obrigado ... — Eu murmurei ainda evitando olhar para ele e tomei um pouco do meu café amargo como se fosse uísque quente, sentindo-o descer pela garganta.
— Então ... — disse Mr. Daniel Chances. Como acordou na minha cama.
Eu quase cuspi a outra bebida de café e queimei a ponta da minha língua.
Suspirei, sabia que teríamos que falar sobre isso mais cedo ou mais tarde, assim que Gael se fosse, mas...
Que desconfortável.
— Esta é uma conversa que eu não quero ter, Sr. Chances. — Eu sussurrei mordendo meus lábios.
— Agora Sr. Dominique.— ele comentou com alguma zombaria arrogante, certamente referindo-se a tudo o que eu gemi e gritei por ele ontem à noite.
— Você é meu sogro. — Eu expus e passei uma mão sobre a minha cabeça, eu já estava começando a pulsar.
— Você teria pensado antes de ir para a minha cama ontem à noite. — disse o Sr. Chances, parecendo divertido com esta conversa estranha.
Suspirei e me virei para ele ousando encará-lo, seus olhos cinzentos estavam fixos nos meus; olhando para mim, caramba, poderia ser bastante intimidante. Acho que foi a primeira vez que o vi tão de perto e em detalhes, com os lábios cheios, maçãs do rosto altas, queixo quebrado e aqueles cílios grossos que emolduravam os olhos, dando-lhe mais um olhar... intenso, ele poderia ser o sonho molhado de qualquer um, apesar de ser um homem mais velho, eu acho que foi o seu apelo, a experiência.
“Mas o que está a pensando? “
Pisquei algumas vezes, acordando para focar meus pensamentos, não queria voltar atrás.
— Não o fiz de propósito. — Finalmente disse
— Ontem à noite pensei que fosse o Gael ou algum tipo de sonho molhado, mas nunca foi minha intenção seduzi-lo ou dormir com você, nem sabia que estava em casa, o Gael disse-me que só viria amanhã.
Ele olhou para mim por um longo tempo, tanto que eu pensei que ele não iria mais falar, mas finalmente ele disse com um leve sorriso:
— Que maneira de se conhecerem, Dominique.
Quando ele disse meu nome, ele tinha um tom estranho, íntimo e sensual... Segredo...
Engoli pesadamente e balancei a cabeça, era a pior maneira de conhecer seu sogro; dormindo com ele.
— Proponho algo. — Eu disse respirando fundo.
— Vamos esquecer o que aconteceu, nada aconteceu ontem à noite, nós nos conhecemos esta manhã, ele irá mentir para o filho dele.
Ele apertou os olhos para as minhas últimas palavras.
— Tem a certeza que o ama? — respondeu e um dos cantos dos lábios esticou-se em meio sorriso. — Porque ontem à noite não parecia.
“Porque está a sorrir assim?”
Senti que quando sorria assim, conseguia ficar sem fôlego.
Porque estava a pensar nisto? Não devia ter estes pensamentos em relação ao meu sogro.
— Ontem à noite foi um erro. — Libertado devastado.
Ele deu um passo em minha direção, ainda tínhamos espaço suficiente para nos separar, mas conseguiu me deixar mais nervoso se isso fosse possível.
— Você cometeu outro erro antes? — perguntou levantando uma sobrancelha.
Eu sabia que eu estava me perguntando se eu tinha traído Gael antes, e não, nunca na minha vida eu tinha traído ele foi o único que eu dei a minha virgindade para, nunca estive com outra pessoa na minha vida.
— Não, Gael foi o único na minha vida. — Eu disse e olhei para ele novamente , ou pelo menos até ontem à noite.
O capitão Daniel manteve os olhos em mim, parecendo saber que ele estava dizendo a verdade, e então lentamente assentiu.
— Eu também fiquei bêbado. — Ele comentou admitindo parte da culpa, eu pensei que você fosse ... — sua voz foi embora por alguns segundos — alguém me esperando.
Alguém está à espera dele? Achaste que ela era uma prostituta em casa ou quê?
— Ok. — Eu murmurei, já não queria pensar nisso, só queria fechar este episódio horrível.
Ele assentiu.
— Ok, Dominique — disse —, o que eu menos gostaria é dar ao meu filho outra razão para me odiar mais do que ele me odeia.
Ele se aproximou de mim e eu parei de respirar olhando para seus olhos cinzentos, ele parou na minha frente, ele era muito alto, então eu tive que olhar para cima, minhas pernas e barriga se contraíram lembrando tudo o que vivi com ele na noite passada, desejando que tivesse sido uma má f**a e não a melhor experiência da minha vida.
De repente, ele levantou a mão e tocou uma mecha do meu cabelo para dizer:
— E tire esses destaques loiros, você não sobreviverá ao primeiro dia se tiver o cabelo pintado, Dominique.
Ele soltou a fechadura, recuando e mantendo meu olhar por alguns segundos que para mim foram os mais intensos da minha vida, Ele deixou a cozinha deixando-me respirando no caos.