TALITA MARQUES;
— mamãe?! — a voz do meu bebê, faz meu coração agita-se no peito.
— filho, como você está meu amor? — tento controlar as lágrimas, porém, é impossível.
— estou com saudades. Quando a senhora volta mãe? — sua voz embargada, me faz perder qualquer controle, Marcos quase nunca chora, e é difícil imagina-lo assim.
— eu não sei meu amor. — sou sincera, como meu bebê gosta.
— tem um homem aqui, ele disse que é seu amigo. — referisse ao juíz, e sinto meu estômago apertado, queria poder dizer quem esse homem é.
— sim meu amor, é o juíz Antony, ele irá protegê-lo. — prometo, esperando realmente que ele faça.
— dele mãe? — a voz no meu bebê entrecortada, faz meu peito apertado.
Jamais imaginei que estava colocando alguém assim próximo ao meu filho, Gaston era sempre tão educado, e carinhoso, que me fez cegar, porém, não por muito tempo, porque minha ligação com meu menino é intensa, e percebi que algo não estava certo no mesmo instante.
— sim meu amor. Me desculpa por estar passando por isso, eu... — minha voz para na garganta, e me sinto culpada. — fui irresponsável.
— não mamãe. A senhora é a melhor mãe. — meu filho reconhece meu sentimento, e tudo que mais quero é abraça-lo.
— obrigado meu amor. Você ainda está guardando aquele envelope?! — tento me recompor, e agir para nós ajudar.
— sim mamãe. — sorri por meu menino ser tão responsável.
— entregue ao Sr Antony, ele saberá o que fazer. — peço, e sei que ele fará.
— tem certeza que posso confiar nele? — questiona preocupado, e me recrimino mais uma vez, por meu filho já ter que preocupasse com esse tipo de situação.
— sim meu amor. — asseguro, esperando realmente está fazendo o certo.
— está certo mamãe. — sua voz.
Escutar sua voz, me faz quase entrar em um colapso. Como queria poder sentir seu cheiro e poder abraça-lo bem apertado.
— terei que desligar querido. — aviso, quando a polícial Susan, faz um sinal para mim.
— volta logo, tá mamãe?! — pediu com a voz trêmula.
— certo meu amor. — prometo, mesmo não tendo tanta certeza.
Deixo as lágrimas virem com vontade, quando ele desliga. Parece que meu mundo inteiro está naquela criança, e faria qualquer coisa para vê-lo bem, e se caso tivesse tentado matar aquele desgraçado, para merecer estar aqui, não seria apenas uma tentativa, porque o ódio que sinto daquele monstro, seria fácil cometer uma loucura.
— sou amiga do Tony, então, qualquer problema, tente contato comigo, que ajudarei. — avisou preocupada. — não se preocupa, dará tudo certo.
Entrego o aparelho, e me encolho naquela sela fria. Odeio esse espaço, e estou com muito medo de ser colocada com outras pessoas, que possam me machucar a mando do Gaston. Tenho certeza que ele tentará algo, e pelo que vi, muitos aqui estão a mando dele, porque me sinto vigiada.
...
— você tem visita. — o guarda avisa, e estendo minhas mãos para as alguemas.
É tão humilhante, que quero chorar sempre que sinto o metal frio contra minha pele, mas enfrentarei essa merda, e farei o possível para sair desse lugar de cabeça erguida, e farei aquele maldito pagar por cada segundo que estou sofrendo.
— quem é?! — me refiro a visita, e não gosto nem um pouco do sorrisinho que o guarda da.
— surpresa princesa. — meu corpo arrepiou, e não precisei entrar na sala, para saber quem estava a minha espera.
Encarei o loiro a minha frente, com ódio cintilando em todas as células do meu corpo. Seu sorriso de deboche, me faz querer mata-lo, querer descontar tudo que ele causou ao meu bebê, porém, me controlo, sabendo que ataca-lo, só piora minha situação.
— o que você quer? — encaro o verme com nojo.
— você já foi mais receptiva. — sorriu de lado. — tenho uma proposta.
Sei que não é coisa boa, não espero nada de bom desse maldito desgraçado, porém, encaro, esperando que ele prossiga.
— posso te livrar facilmente. Tenho meios e poderes, mas, como sabe, tudo tem um preço. — seu sorriso desafiador, faz meu estômago embrulhar. — você passa a guarda do Marcos para mim, e provo sua inocência.
— nem morta seu maldito nojento. — declaro levantando-se. — jamais permitirei que toque no meu filho.
— então... — sorriu de modo macabro. — você logo saberá, que essa delegacia, não é nada r**m, se comparada ao buraco que você vai.
— e já pensou no buraco que você, vai?! — olho em seus olhos, sem esconder meu ódio.
— logo ele estará morando comigo. Pai e filho, juntinhos. — seu sorriso nojento, me fez perder o controle, e em segundos acerto sua boca, com cotovelo. — que mamãe agressiva. — debocha secando os lábios. — horas no judô, realmente te serviram. Será que não conseguiu se curar dos seus exerço de raiva?! É um perigo uma criança conviver com uma assassina agressiva como você.
— canalha doente. Vou acabar com você. — declaro querendo quebrar sua cara de babaca. — você é um doente.
Os guardas me levam de volta a cela, e meu corpo está travado, sabendo que cai na sua provocação. Jamais irei permitir que ele toque no meu filho, custe o que custar, mesmo que cause minha prisão definitiva.
— o que aconteceu?! — a tenente Susan aproximasse das grades com pressa. — o delegado acabou de pedir sua transferência para o presídio.
— merda! — passo as mãos no meu rosto, me sentindo transtornada. — tudo agora ficará mais difícil.
— eu já avisei ao Tony. — assinto agradecida. — não estou sabendo qual a sua relação com ele, porém, seja o que for, ele vai ajudá-la. — promete tentando me acalmar.
— obrigado. — agradeço deixando meu corpo demorona, sobre o colchão duro. — inferno, não devia ter socado aquele maldito, não aqui. — resmungo irritada.
— tem razão. Boa sorte. — desejou, antes de sair.
...
No outro dia, estou sendo levada a um presídio, e quando desço daquela van quente, sinto meu corpo travar. Não será tão fácil, confesso que estou com medo, nunca fiz nada de errado, e agora estou nessa situação assustadora.
— vamos! — a guarda que me guiava, me empurrou um pouco.
Sou levada a um escritório, e vejo uma mulher madura, me encarar com severidade, ela faz um sinal para que a polícial saia da sala, então me olha segundos seguidos.
— sou Antonieta Vesarles. — travo no lugar, reconhecendo o sobrenome. — sou tia do Antony, e ele pediu para que cuidasse de você. — ela sorri tocando meu ombro.
— obrigado. — agradeço, ela faz sinal para que me sente.
— falei pro Tony reverter essa situação, porque essa sua transferência não pode ser totalmente legal, afinal você não foi julgada, não poderia esta nesse lugar. — disse com certa frustração.
— talvez estando aqui, esteja mais segura, que na delegacia. — confesso lembrando dos dois policiais, e do delegado, que não me sinto confortável próximo. — parece que cada suspiro meu, está sendo vigiado.
— meu sobrinho disse o mesmo. — confessou, com um sorrisinho. — eu sei que está acontecendo algo entre vocês, porém, o Tony brigou comigo, e não me disse nada.
— ele está apenas me ajudando. — assumo, sem mais detalhes.
— conheço aquele menino. Não fui eu que pariu, mas, ele é meu filho. — divertisse com mistério. — voltando a você. Sei que é formada em enfermagem, então designei você para ajudar na enfermaria, e isso te dar o direito de uma cela especial.
— céus! Obrigado senhorita Antonieta. — sorri agradecida.
— você ainda está com isso. — reclamou indo até a porta, e falando com um policial, em seguida voltando e abrindo as algemas. — se eles acharam que iria te destruir mandando para cá, se enganaram fácil. Você tem toda a minha proteção.
— a senhora acredita na minha inocência? — questiono com espanto.
— assisti as notícias, e achei tudo muito perfeito, e quando meu sobrinho me falou que você era inocente, só me deu a certeza. — sorriu reconfortante, e só quis abraca-la. — pode me abraçar menina.
Quando todos estão te apontando como assassina, e alguém que você nunca viu na vida, fala dessa forma, parece um copo de água, em meio ao deserto.
— obrigado. — sinto o conforto do abraço daquela mulher durona. — é tão desesperador.
— estamos com você. — prometeu, e relaxei um pouco mais. — agora teremos que seguir os protocolos da sua entrada, mas não precisara usar isso. — referisse as algemas.
— odeio elas. — confesso em um fungado, e percebo que estou chorando. — elas são geladas, e parece que carrega tantas culpas.
— tudo bem. — acaricio meu ombro. — se algum dia tive dúvidas, depois dessa cena, não tenho nenhuma. Você é um anjo, não seria capaz de matar.
Não quis contestar, porém, sinto que mataria Gaston com prazer, e talvez ela tenha sentido meus pensamentos, porque ela voltou a me abraçar, parecendo querer me apoiar.
Mesmo nessa situação assustadora, tento me acalmar, e até consigo, sempre que olho a senhora que me acompanhou em todos os procedimento humilhantes. Antony está me ajudando, e com certeza também ao meu filho, então sinto que posso tentar ainda mais provar minha inocência. Preciso encontrar algo, que possa me favorecer.