01
O JOGO PERDIDO
—Pronta para o primeiro dia? - Avani pergunta para Gray, enquanto retirava seu café, e a seguia até a porta de saída da cafeteria.
— Vamos nessa. - diz Gray, acompanhando a amiga até a saída, que era poucos metros de distância da entrada da faculdade.
— Eai magrela, pronta para mais uma disputa entre famílias? - Blake brinca com o prima, em r*****o a família, já que as mães deles eram as mais competitivas que eles competiam. Desde crianças, suas mães sempre lutavam pelo orgulho da família, e até os dias atuais querem que seus filhos sejam perfeitos, e quem sofre é Blake Gray e Olivia Gray.
— Sempre pronta. - diz rindo, vendo seu primo passar na frente e se juntar com um g***o de amigos. As garotas seguem de encontro com outras conhecidas, e seu primo se junta com seus amigos e logo todos se reúnem ao auditório da universidade, onde ocorreria um discurso dos professores e coordenadores sobre o novo período.
— Eu vou dormir, então, se algo importante rolar, você me avisam. - Gregg avisa as três amigas que estavam ao seu lado, todas concordam, apesar de saberem que nem elas prestaram atenção. Dixie e Liv, ficariam focas em seus celulares e Addison, como a mais certinha, prestaria a atenção em algo, ou se perderia dentro de alguma fofoca, a qual Gray e Damelio entrariam.
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— Aquela ali é minha prima. - Blake explica a Cyr, que tinha comentado sobre pessoas novas que já havia visto em sua timeline, mas não sabia quem eram.
— Eai. - Richards chega atrasado no auditório, se sentando ao lado dos rapazes que tinham guardado um lugar para ele. E antes que pudessem entrar em outro assunto ou prosseguir o que estavam falando, professores e os coordenadores começaram com seus discursos de bons alunos, foco e atenção nas aulas. Falando como aquele ano era o início de uma nova fase e precisariam de mais atenção, que estavam crescendo e aquele papo de vida adulta que sempre dão aos jovens. Nenhum ali estava interessado, mas era necessário e obrigatório todo esse discurso aos novatos e veteranos.
Depois de uma longa manhã, escutando professores, professoras, jovens formados e comandantes usados de exemplos. Enfim puderam ter seu tão esperado horário de almoço, onde Avani pode dizer em quantos cenários sonhou e Dixie, contar o tanto de coisas que descobriu só naquela manhã na internet de bobeira.
*
OLIVIA GRAY SIDE.
— Josh está te olhando. — Avani comenta, rindo. Enquanto observava o loiro com os olhos fixos na amiga, encarando-a com um sorriso de canto.
— Josh, quem? — pergunta Olivia, confusa.
— Josh, Josh Richards. O mais cafajeste e cachorro desse campus. — comenta Dixie, em um tom de minoria. — As garotas dessa faculdade babam por ele, mas nunca entendi o porquê. Ele as usa e joga fora. — diz em uma risada anasalada, concluindo seu pensamento, o qual, ainda não entendia.
A morena não compreendia o porquê de meninas daquele campus gostarem tanto de ser tratadas como nada, pelo menos, era isso que podia se observar diante de tantas fofocas daquele local.
— Você diz isso, porque namora com um ursinho. — diz Rae, sorrindo animada — Mas pelo que sei, Josh teve um término muito conturbado com a última namorada, Nessa. E ao que parece, desde então, sem mais sentimentos. — ela explica.
— Você diz isso, mas namora com o Hall. Ele não é tão r**m assim. Bryce tem seus momentos. — diz Gray, defendendo o amigo do primo.
— Bryce é difícil, mas eu não o trocaria por nada. — diz em um tom sonhador.
Rae e Hall são um casal interessante, como filmes e livros. Histórias imaginárias, daquelas que você sonha em vivenciar. O memorável casal de opostos, histórias as quais o amor é p******o e famílias não compreendem os tais sentimentos juvenis.
Rae é suave, criativa, sonhadora...
Bryce pode se lembrar, como: festas, vida e entusiasmo.
Ela é doce como mel e ele forte como café. Uma combinação entre coisas que, em mente, jamais poderiam ocorrer.
— Ele ainda está te olhando. — diz Gregg rindo.
A conversa com risadas e provocações, não havia sido longa o suficiente para que os olhos do predador da escola, pudessem ter se distraído com outros corpos.
Gray movia seu rosto com delicadeza e lentidão, direcionando seu olhar ao loiro que tanto a encarava.
Ao encontro de olhares, uma tensão sobre por ambos os corpos. Um sorriso de canto se tensiona no lábio da garota. Enquanto, Richards, um pouco mais discreto e cafajeste, apenas morde levemente seu lábio inferior, sem deixar com que o contato se quebre.
Entretanto, antes que ele pudesse tomar qualquer atitude diante do possível interesse da garota de belíssimos cabelos loiros, ela já havia desviado seu olhar. Voltando para algo mais interessante. Talvez a conversa com as amigas fosse mais importante do que um simples cara que a observava.
— Ele é gatinho. — ele comenta, dando ombros, enquanto voltava seu olhar para o g***o, após a intensa troca de olhares com o rapaz.
— Ele é o maior canalha dessa cidade. — exclama Addison — Usa e joga fora. Odeia relacionamentos. E não é o tipo de cara que se tem amor. — ela avisa — Josh é um bom amigo, mas relacionamentos não são com ele. — ela completa, como um alerta.
Além do mais, todos sabiam da reputação de Richards e se envolver, era um risco. No entanto, Rae havia esquecido a qual amiga estava se referindo a mensagem.
— E quem disse que eu gosto de relacionamentos? — Gray rebate, com orgulho em seu tom.
Desacreditada no amor e uma bela garota competitiva. Era como um desafio. Ela gostava do risco e amava o jogo. Agora, ela tinha uma meta e não desistiria dela tão fácil.
— Verdade, você não acredita no amor. — Avani diz rindo, levando seu café aos lábios grossos e macios.
— Errada você não está. Mas eu também dizia isso, só que antes do Noah. — Damelio comenta, insinuando apenas que a pessoa certa ainda não havia chegado para surpreender essa.
Dixie e Olivia eram parecidas, de diversos jeitos e pensamentos. Falando de amor e sentimentos, eram, realmente, muito similares.
Damelio já havia sido traída e tanto abandonada por ex's namorados na época da escola e início da faculdade. Mas ao se envolver com seu melhor amigo, ele se tornou a única razão pelo qual ela se levantava todos os dias.
Enquanto, Olivia, havia sofrido o suficiente em sua adolescência. Decepções, corações quebrados e noites m*l dormidas era do que se baseava seu fundamental. Desde então, sem envolvimentos. Confiar, passou a ser sua maior dificuldade e um bloqueio cresceu dentro de si, jamais conseguiu se entregar a alguém, depois da última decepção.
Ela havia se cansado de ser sempre aquela que dormia com o travesseiro molhado — passou a ser quem fazia dormirem com o travesseiro molhado.
— Pelo visto, ser a solteira no meio de três casadas não será uma tarefa fácil. — Gray diz com graça em sem tom. Um sorriso brincalhão estampado em seus lábios, com a intenção de distrair o clima estranho, o qual ela nem entendia do significado.
— Fale isso só pela Addison, porque eu e Avani, vamos para todas as festas e bares possíveis com você, não se preocupe. — diz Damelio, exata.
— Espero que esteja certa. — Olivia concorda, torcendo internamente para que aquilo fosse verdade.
Ela não se importava de sair às sextas e sábados sem companhia, bebidas e festas eram seu passatempo favorito, acompanhada ou não. Entretanto, seu único problema, era quem a levaria para casa.
— Qual é a primeira aula de vocês agora?
— Demos sorte de ter só palestra de manhã, dormi e não prestei atenção em nada que diziam. — Gregg diz aliviada, por ter tido a oportunidade de descansar em meio a palestras irrelevantes de como a faculdade funcionaria e tudo mais. — Mas, eu tenho......geometria, geometria? — pergunta confusa a si mesma. 'Por que geometria se eu escolhi moda?', se perguntava internamente, mas havia se esquecido do fato dos desenhos e cálculos que são necessários para traços e cortes. — Ah é, geometria. — diz desapontada, apenas aceitando os fatos.
— Eu tenho teatro. — comenta Damelio.
— Eu também. — Rae diz entusiasmada, pois além de melhores amigas, eram do mesmo curso.
Ambas optaram por cinema, vendo seus interesses por tecnologia, influência, música e até teatro, isso pareceu ser a escolha certa. — E você, Liv? — pergunta à loira, que buscava algo em sua mala.
— Ahm...aqui, eu tenho...Ahaa! Sociologia. Que d***a, odeio essa matéria. — diz decepcionada, ao olhar em seu horário e ver a matéria que menos gostava em sua grade.
Direito, apesar de suas vantagens, pode ser entediante, às vezes. No entanto, Liv, estudiosa do jeito que é, não parecia se importar com o tanto de livros e aulas que possuía semanalmente. Entretanto, a sociologia era seu único e pior problema, a única matéria que parecia lhe atender mais do que qualquer outra.
Todas ali haviam escolhido os cursos os quais enchiam seus olhos facilmente.
Gregg com seu amor e luxo pela moda, ideias criativas e estilos de se admirar, não poderia ter feito escolha mais decente.
Olivia, após tantas decepções e indignações que a vida lhe trouxe, passou a ser a dona da razão em quaisquer das situações. Sempre com as opiniões mais precisas, mais válidas e os melhores argumentos sem nem se quer se dar o trabalho. E a ideia de sempre querer achar uma forma de ajudar quem está ao seu redor e colocar seu trabalho e interação em prática, não poderiam ter a feito escolher melhor curso.
Enquanto Damelio e Addison, apaixonadas por câmeras e pelo mundo digital, seguiram cinema. Vendo que Dixie, é apaixonada por música desde a infância e principalmente, pelo incentivo e apoio da família.
— Boa sorte! — Damelio diz, sabendo que ambas as matérias das amigas são um lixo, apenas desejando boa sorte, já que para se manter acordado, não seria tarefa fácil. Principalmente para Gregg, que dorme sempre que tem direito.
— Se bobear, vai ser boa soneca para Avani. — Gray comenta, rindo assim como as amigas, recebendo um olhar de reprovação de Gregg, apesar de saber que as companheiras tinham razão.
JOSH RICHARDS SIDE.
— Quem é aquela garota? — Josh pergunta ao amigo sentado à sua frente.
— Ah, é a Gray, Olivia Gray. Prima do Blake. Você chegou atrasado no auditório, mas Blake falou sobre ela. — Kio explica, dando ombros. Com o atraso de Richards no auditório, acabou perdendo parte da conversa, a qual Olivia Gray era a pauta.
— Ah, ela é gata. Mas falando nele, onde ele está? E Bryce e Beck? — Josh pergunta, assim, tirando os olhos da loira que conversava com as amigas, parecendo nem sentir o olhar do rapaz em cima dela.
— Os três estão falando com o treinador. — explica.
Como Hall possuía o título de capitão do time, algumas responsabilidades e assuntos ficavam em suas costas. Não que houvesse problema, já que ele tinha prazer em fazer suas funções. No entanto, algo que não funcionava muito bem, era sua r*****o com o treinador, vendo que Bryce era um rapaz apaixonado por festas e bebidas, enquanto, para seu treinador, isso era algo crucial para a saúde de seus jogadores. Não que seus alunos concordassem ou seguissem suas regras, mas ainda assim, era complicado para Hall lidar com o professor.
— Ah. — concorda com o amigo. Mas dessa vez, seus olhos ainda fissurados na loira, que por sua vez, direcionou seu olhar a ele, fazendo seus olhares se encontrarem e algo dentro de si se acender.
Richards, ganharão do jeito que era, apenas mordeu seu lábio inferior, ao ver o possível interesse da garota. Olivia seria mais uma das garotas que imploraria por sua cama? Ou seria o tipo de garota que cairia nos seus joguinhos de ser usada? Para Richards, essa garota era só mais uma presa, mais um alvo.
— Cara, vai com calma. — avisa Kio rindo — Ela é bonita, e pá, notas boas, inteligente e dedicada. Sério que vai fazer isso com a garota? Por que não brinca com aquela Sissy, ela é apaixonada por você, ou com alguma do quarteto fantástico da escola. Mas com a Gray? Prima do seu amigo, p***a! Está pedindo pra morrer. — Kio tenta avisar o amigo, que parece não dar muita bola.
— Cara, eu dou corta, elas que se enforcam. Não tenho culpa.
Richards não estava errado, mas também não era certo.
Garotas imploravam por seus lábios e por sua cama, mas Josh sempre deixava suas intenções claras. Todos sabem de sua fama, elas quem escolhem se envolver, mesmo sabendo de suas, prováveis, atitudes.
Às vezes, garotas são tolas, pensando que irão mudar a vida ou o jeito de um rapaz, apenas por amar tanto elas quanto elas esperam. E talvez ocorra, mas normalmente, mudam para pior. Assim como Richards. Seu último término não foi algo fácil de engolir, levando em conta a traição de sua namorada com seu melhor amigo. Após isso, Josh apenas evitava se machucar, e não poderiam culpá-lo por isso. Só ele sabe o quanto doeu.
— E ai, falando do que? — Hall se junta aos amigos, se sentando na mesa do refeitório, seguido de Blake e Noah.
— E o Anthony? — Kio pergunta, ao não ver a presença do amigo.
— Está tendo reunião do time de basquete. — Gray explica, dando ombros, enquanto pegava seu celular.
— Falou com sua prima, hoje? — pergunta Noah, distraído.
— Só antes da aula. Na palestra ela sentou longe. — explica.
— Ela parece estar se dando bem aqui. — Beck comenta, calmo.
Honestamente, seu jeito de ser era tanto quanto calmo e paciente. Noah poderia ser descrito com chá, leveza e até bichinhos de pelúcias.
Beck era o tipo de pessoa que você jamais poderia julgar pela capa. Ombros largos, tronco enorme, alto e grandalhão, suas características eram exatas de um popular jogador de futebol, que arrasa corações e garotas imploram para ter ao lado. No entanto, ele não era nem 1% do que sua aparência dizia ser.
O coração de Noah era maior do que qualquer um poderia sonhar em conhecer, um mascate e até um ursinho. Quando Dixie se referiu ao namorado como ursinho, não mentiu, pois era exatamente o que Noah era. Um urso de pelúcia, fofo, calmo, grande e cuidadoso. Era impossível alguém não gostar de Noah, porque ele não era capaz de m***r nem se quer uma mosca, apesar de seu físico enorme.
Esse rapaz tinha o coração de toda a escola.
Diferentemente de Richards, o qual era muito admirado ou extremamente odiado. Alguns eram loucos por seus lábios, mas outros, sentiam nojo de sua presença.
Já Kio, era reconhecido por seu próprio sorriso e sensatez, os cabelos morenos e ótimo porte, derretiam corações, apesar de nunca conseguir se prender a um apenas.
Bryce, Anthony, Blake e Noah namoravam, então não eram muito falados, não tanto quanto quando estavam solteiros.
Hall costumava fazer estragos em festas, mas após assumir o namoro, seu único mundo, passou a ser Addison Rae. Assim como Blake, uma grande dupla em festas e tudo que faziam juntos. Era uma mistura perigosa.
Já Anthony e Noah, costumavam manter a paz e sensatez por onde quer que fossem, desde sempre. Habituavam a sempre usar a calma e nunca deixar com que seus amigos criassem intrigas ou arrumassem brigas fora de casa, o g***o se mantinha de pé por eles.
— Olivia sempre se dá bem com todos, e ela já conhecia as meninas, então, facilitou. — explica, dando de ombros.
Gray admirava sua prima. Ela era do tipo de prima, que ninguém gostaria de ter.
Bonita, notas altas, festas e amada pela família, no entanto, seu único defeito era não ter um namorado. Pelo menos, para as famílias, era necessário um bom namorado e um ótimo emprego, para ser considerado o ente perfeito. Entretanto, nem Blake e nem Olivia possuíam todos os quesitos.
Blake, ao contrário de Olivia, possuía notas na média, uma linda namorada e sua participação no time de futebol da faculdade, o ajudava com a família.
Enquanto, Olivia era solteira, amante de festas e livros, notas altas e dedicadas. Seria a garota perfeita, caso, possuísse um bom namorado, pelo menos, era assim que sua avó e tias analisavam.
— Vocês tem aula do que agora? — Cyr pergunta aos amigos que pareciam distraídos, nem se tocando com o horário que se aproximava.
— Ah é, tem aula. — Hall diz preguiçoso. — Tenho...Ah, logística. — observa, sem muita importância. A matéria em si, não era tão tediosa, mas o fato de ser uma aula, isso já o dava sono.
— Ah, é, eu também tenho logística. — diz Blake, mas com um sorriso em lábios. Essa dupla na mesma sala, não significava coisa boa.
— Tenho filosofia. — Richards diz entediado.
Não era sua matéria favorita questionar o mundo e suas crenças. Richards gostava de processos, mão na massa e coisas assim, filosofia e o estudo da sociedade não eram seu hobbie.
Naquela mesa, ou melhor dizendo, naquele g***o, todos haviam conseguido suas bolsas por meio do esporte. Não que fossem péssimos alunos, mas não eram exemplares, pelo menos, nem todos.
Josh Richards representava algo como sarcasmo, jogos e futuro. Ótimas notas, e até as mais altas da sala, entretanto, era o típico aluno odiado por professores, por causar festa em sala e mesmo assim se sair bem em exames.
O direito penal havia ganhado seu coração após tantas histórias passadas e familiares, que o fizeram buscar a justiça e lealdade, o que foi importante para sua carreira. E fazer parte do time da faculdade, só o deu créditos para o futuro.
Por outro lado, Blake e Bryce haviam optado por admistração, não apenas por ser uj mundo mais amplo para sua ideias. Mas também, por conta de suas famílias.
A família Gray tinha uma empresa, a qual ficaria nas mãos de Blake e de sua prima futuramente. Mas a garota não havia se baseado nas escolhas da família, mas sim em sua paixão e curiosidade.
Entretanto, Anthony com seu amor, paixão e sensatez pela inteligência emocional, optou pela psicologia. Seu cuidado e carisma ao escutar as pessoas e sempre buscar entender e seguir o certo, o incentivou a essa carreira.
Já Kio, mais chegado à cultura, noção de diferenças e com seu leve pensamento sobre negócios e estratégias, antepôs às relações internacionais. Observando seu jeito com a comunicação e pensamentos, que o acompanharam na escolha.