Dar pro chefe 2

1455 Words
Dante narrando Ih, qual foi? Tão querendo o quê aqui, fi? Saber da minha vida? É o de menos... Vou contar, mas ó: um olho no padre e outro na missa. É isso mesmo que tu tá vendo. Sou desconfiadão sem pano. Desconfio até da minha sombra que me acompanha o tempo todo. O ser humano é traíra, fi. Até meu pai traiu minha mãe. Eu não confio em ninguém. Pra mim, todo mundo é cuzão e se vacilar comigo, não tem caô... eu passo! Meu nome é Dante Brandão, tenho 28 anos e sou o dono dessa p***a toda aqui. Sempre fui ligeiro, inteligente, frio, calculista — mas acima de tudo: PROSPERO. Quando cheguei, esse lugar era um caos. O antigo dono era um banana, não sabia de nada, parecia que tava seguindo receita de bolo errada. Cheguei pra arrumar uns bagulhos na área de TI, cuidar dos cofres, da contabilidade, dos computadores — essas paradas que essa galera burra não manja, tá ligado? Eu sou estudado. Sempre quis crescer e encontrei na tecnologia o caminho pra fazer isso render. Hoje tô aqui, no topo. Fui observando os erros e consertando. Não demorou pra eu passar o Juvenal e assumir o comando do morro. Juvenal, olha o nome do cara… piada, né? Desde então, a Rocinha é minha, e aqui virou outro patamar. Enquanto outros morros vivem na bagunça, aqui é papo reto. Me chamam de Lion, o dono do morro. Meu nome é sinônimo de respeito, poder e medo. Sou frio, calculista e determinado. Olhos de gelo, coração de pedra. É assim que me veem. Mas poucos sabem o que pulsa aqui dentro. Sou líder nato, protetor dos meus, e implacável com os inimigos. Minha palavra é lei. Minha presença intimida. Ou você tá comigo, ou tá contra mim. Não tem meio termo. Eu sou o rei do meu reino e ninguém vai me tirar do trono. Da minha vida pessoal? Pouco a dizer. Na moral, papo reto: posso ser tudo — cachorrão, comedor — mas não sou mentiroso nem traidor. Odeio mentira. Meu pai traiu minha mãe quando eu tinha cinco anos. Eles se separaram e eu escutava o choro dela toda noite. Isso me destruiu. Fiquei com ele por um tempo, até que eu mesmo cometi um erro. Depois disso, nunca mais vi aquele desgraçado. Nos deixou largados no Rio, sozinhos, e eu fui obrigado a viver como se essa fosse a única vida possível. Minha mãe, dona Janeide, casou com um tal de Marcos. No início, ele não me aceitava bem. p*u no cu dele. Que se f**a. Mas eles tiveram duas filhas: Sophia e Geovana. Essas meninas são a minha vida. Geovana nem é filha deles — é filha da amiga da minha mãe que morreu e ela pegou pra criar. Doideira, né? Por elas, eu seguro o Marcos na moral, mas meu sangue ainda ferve quando olho pra ele. Com tanto conflito, optei por sair de casa e correr atrás dos meus bagulhos. Hoje, cada uma tem um quarto na minha casa e revezam entre lá e a casa da minha mãe. Vida amorosa? Fria. Mulher pra mim tem que ser cabeça, inteligente, ligeira, saber entrar e sair nos cantos. Só porque sou bandido não quer dizer que o bagulho é desandado. Eu não repito b****a. É um pente e rala. Só teve uma vez que eu me apaixonei e a mina me traiu com o ex dela. Desde então, não tem mais essa de amor. Meter chifre na minha cabeça é vala. Eu não costumo m***r mulher, mas se vier de traíra... é fim. Só tem uma que eu repito: Marcela. Ela é gerente das lojas da boca, firmeza, desenrolada. Me entende, e eu entendo o papel dela. Não tem cobrança, não tem ciúme. É só prazer e parceria. Tá suave. Moro numa casa enorme, cheia de quartos pra aguentar as noites de festa. Sophia e Geovana às vezes dormem aqui. Elas são tudo pra mim — e ao mesmo tempo tiram meu juízo. Geovana namora o GB, um dos meus parceiros. Ele é o sub do sub. O primeiro é o PC, o Pedro, meu irmão de alma. Lealdade inquebrantável. O cara entende meu olhar, defende nossos interesses, é tático, sagaz. Com ele, não tem erro. PC é meu braço direito. Juntos, somos muralha. --- Sábado, 10:00 PM Acordo com o sol torrando minha cara. Olho pro relógio: 13:00. – c*****o, dormi demais. Tenho que resolver os bagulho do baile hoje. Pego o celular e vejo as mensagens. Mensagem on PC: Mano, puxamos pra praia. Tô ligando pra tu há horas e nada, c*****o. – Dá o cu mermo, filha da p**a. Tu sabe que hoje tem baile. Foi pra praia fazer o quê? PC: Tu sabe que tuas irmãs são impossíveis. Puxaram o GB e ele só ia se eu fosse. Como não n**o uma praia, tô aqui, fi. Dá um cola. – Um cola o c*****o. Hoje tem baile, fi. PC: Já tá tudo de boa, mano. Fica suave. Ravi já falou com o fornecedor. Tá tudo certo. – Vão tomar no cu. Mensagem off Desligo o celular. Esses caras só querem vida mansa. Esqueci de falar do Ravi. É da nossa turma também. Mas amigo de verdade, só o PC. E talvez o Gabriel, rastejando. Amizade mesmo eu não tenho muitas. Levanto, tomo uma ducha e subo pra boca. Os caras deixaram tudo nos conforme. Faço o check em tudo. Ia descer pro quiosque, mas mudei de ideia. Que fiquem lá, culpados. Quero ver eles agoniados. Desço o morro na minha moto e vejo Marcela na lojinha. Paro perto. Marcela: Humm... saudades, chefe? – Tá ligada, né? Tirar o estresse. Marcela: Tudo que você quiser... Ela sobe na moto e a gente segue pro meu barraco. Mesmo sendo firmeza, ela não entra na minha casa — é cama e tchau. Exigência minha. Ela sabe o papel dela. Chegamos, ela vem me beijando, eu retribuo com d****o. Viro ela de costas, coloco a c*******a, e... Marcela: Aai! – Gosta de p*u, né s****a? Marcela: Do seu? Sim! Eu continuo socando. Sei que ela dá por aí. Mas f**a-se. Não amo, é só f**a. g**o nela, ela abre as pernas de novo. Marcela: Ainda não gozei. – Foi m*l, Marcelinha. Tô com pressa. Saio do barraco. Ela grita: Marcela: p***a, DANTE! – Dante, o c*****o. É Lion. Subo na moto, volto pra minha goma, durmo um pouco, e acordo na hora de me arrumar pro baile. Visto a beca, meus ouros, p*****a na cintura e desço. – c*****o! É ASSIM QUE EU GOSTO, p***a!!! O baile tá estourado. Subo escoltado pelos vapores. Vejo minhas irmãs. Sophia vem mais contida, animada mas tranquila. Geo vem gritando: Geovana: É ou não é o homem mais lindo da noite? Gabriel: Tá me tirando, Geovana? Geovana: Tu também, amor. Tu sabe! – Deixa de papo furado. Vocês meteram o pé pra praia e me deixaram tomando no cu aqui. Sophia: Os meninos falaram que tava tudo certo. PC: Fi, tu perdeu bonito. Praia tava surreal. Ravi: Três doidona, gata demais. – Quem pegou a terceira? A Sophia? Sophia: Ôh, toma no cu, Dante. (risos) PC: Antes fosse. Mina cu doce. Tava doido pra pegar ela, mas fiquei com a amiga. Geovana: Cu doce só porque não quis dar pra tu? Se enxerga. – Se tu não tem pala, o KO é outro. Sophia: Bem que elas podiam colar no baile. A Dara é linda demais! Geovana: Todas são! – Fica dando teus mole aí, Karina descobre e tu se fode. PC: Aquela doida acha que é minha dona. Fazer o quê? Observo tudo, atento. Meu semblante é sério. Aí vejo ELA. Uma loira, linda, dançando como uma Deusa. Não é do morro. Tem algo diferente nela. Caras tentam chegar, mas ela nem dá papo. Tem atitude. Firmeza. Meus olhos grudam nela. Quem é essa mulher? Nossos olhares se cruzam. Ela desvia, mas já é tarde. Tô fascinado. Quero ela. Passo o rádio: Rádio on – Aê, Canivete. Quem são as três que subiram o morro? Canivete: Abordamos. Disseram que são amigas da Geovana. PC confirmou. – Fechou. Rádio off Vou até o PC. – As mina na pista... são as da praia? PC: c*****o, esqueci de avisar. São sim. – Espera. Não fala nada. Eu vou buscar elas. PC: Qual foi? – Nome da loira? PC: Já gamou? Não julgo. Ela é uma Deusa. – Vai ser minha. Já vai parando com i********e. PC: Dara. Ouço o nome, me afasto. Desço as escadas. Tô em chamas. Ela dança no ritmo da música. Parece provocação. Me aproximo por trás e falo no ouvido: – Então... você quer dar pro chefe?
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