Carolina narrando A gente precisava de um respiro. Entendo a gravidade sei que o Felipe tá preso, sei o buraco que isso abre na vida da Bia mas e daí? O que tinha de tão errado em duas amigas saírem pra tomar uma cerveja, dar risada e tentar esquecer por umas horas? Nada. Absolutamente nada. A Bia precisava daquele alívio: do som de vozes que não cobravam soluções, da comida quente, do calor humano que não vinha preso a um celular trancado numa cela. Eu também precisava talvez mais do que devia admitir m de tirar a poeira da cabeça, de respirar outra coisa que não fosse o medo constando no peito. O bar tava no ritmo do pagode, cheiro de fritura, copo suando. A gente gargalhava das besteiras que saíam, das lembranças tortas, das piadas ruins que só mulher entende e que dá pra concordar

