Capítulo 2

2019 Words
"Para conseguir o que quer, você deve olhar além do que você vê." Filme (O Rei Leão 3) Rosa Finalmente saiu o resultado da minha pós, eu queria estudar no México, porém acho que já chegou o momento de voltar para as minhas raízes, então estou tentando voltar para Buenos Aires. Eu nem acreditei quando vi que eu tinha conseguido a vaga. — Parabéns Rosa — meu professor Gabriel falou sorrindo para mim. — Você foi a única aluna a conseguir está vaga, a concorrência estava bem apertada. — Obrigada professor, eu nem acredito que vou voltar para a Argentina — falei sorrindo. — Eu sei que você está bem empolgada, e eu sei que você só fez trabalhos como estagiária, você precisa de vivência em sala de aula, então te indiquei para um colégio de menina... — Colégio de meninas, estas coisas ainda existem? — perguntei e ele sorriu. — Sim, é um colégio tradicional onde só estudam meninas de boa família... — Quando você diz boa família você está querendo dizer de famílias com muito dinheiro? — odeio estes termos então uma família humilde não é uma boa família, e a verdade é o que eu mais vejo que estas "boas famílias" de boas não tem nada. — Sim, então eu mandei o seu currículo e eles ficaram impressionados... — Mas você falou que eu — fiquei toda sem jeito, ele é o único professor que sabe das minhas limitações. — Sim, eles sabem que você não tem uma das suas pernas, mas também sabe que você faz tudo e se locomove muito bem com a prótese, e nem parece. — E o que eles falaram? — Que você é uma das possíveis professoras, e precisa que você esteja lá amanhã mesmo — ele falou receoso. — Muito obrigada, eu vou comprar as passagens hoje mesmo, muito obrigada pela oportunidade — falei o abraçando. — De nada, você merece muito meu amor — falei sorrindo. Então já fui correndo compra a minha passagem para não ter chance deu desistir. Cheguei em casa disposta a arruma minhas malas e ir embora hoje mesmo, sei que pode ser louco mas já estou cansada de todos os dias ser saco de pancadas da minha avó, porém antes vinha a parte mais difícil me despedir das minhas irmãs. Chamei elas aproveitando que a minha avó tinha saído para compras com as suas colegas. Minhas irmãs estavam todas na sala. — O que aconteceu Rosa? — a Rosângela perguntou sorrindo. — Eu contei a vocês que eu estava tentando uma vaga na universidade da Argentina — falei meio sem jeito, odeio ter que me afastar delas novamente, elas me olhavam com atenção, Ramona a minha irmã mais nova já sabia a minha decisão, mas tinha que conta para as outras — Bom, eu passei e vou fazer o meu mestrado em Buenos Aires, então eu voltarei amanhã mesmo para lá. — E o que você quer que a gente faça, te der os parabéns, então eu dou, parabéns — a Rosário falou seca. — Sei que você estar seguindo seu coração Rosa, mas vamos sentir sua falta, e irá ser melhor assim, ninguém merece ser tratada desta forma que a vovó e a Rosário te tratam, só espero que você seja feliz e que pare de sentir tanta culpa, você é maravilhosa minha irmã— a Rosângela falou me abraçando, logo a Ramona se juntou a este abraço. — O que está acontecendo aqui? — a minha avó perguntou ríspida e grossa. — A aleijadinha vai fazer a pós dela na Argentina, acho que ela quer visitar as vítimas dela né, afinal é lá que os meus pais foram enterrados — a Rosário falou com ódio e eu segurei as lágrimas. — Eu não gasto mais um real com você, sua aleijada, não sei nem para quer eu gasto dinheiro com estas coisas, você nunca vai ser nada, nunca vai ter nem sequer uma família, vai morrer sozinha pedindo esmola — ela falou tentando me jogar no chão, mas Rosângela e Ramona me seguram. Eu queria grita que ela não tinha nada, que todo dinheiro que ela esbanja por aí é unicamente meu, e se eu quisesse ela passaria fome. Mas ao invés disso eu falei. — Eu não te pedir dinheiro vovó, eu vou da um jeito... — Vai vender o seu corpinho — ela falou com um sorriso. — Mas vai ter que da um desconto da perna. — Não vovó, eu vou trabalhar, e eu tenho o meu dinheiro, você pode até controlar 25%, mas o restante é meu — quando falei ela me deu um t**a na cara. — Como você ousa me desrespeitar desta maneira — ela falou com raiva. — Eu não preciso que você tome conta do meu dinheiro, eu vou estudar e vou voltar para a Argentina... — Por mim este avião deveria cair, afinal de contas você não deveria estar viva — ela falou e me retirei indo para o meu quarto. Minhas irmãs até batem na porta, mas aqui m*l tem espaço para mim, então só pedi para elas irem embora. Arrumei a minha mala com cuidado para não esquecer nada importante. — Vamos voltar para casa sapolino — falei com o meu sapo de pelúcia, eu tenho ele desde que eu me lembro por gente, meu pai me deu quanto eu era bebê, e por incrível que pareça ele ainda tem o cheiro dele. Eu não vou para a minha casa de infância já que a minha avó a vendeu tem muito tempo, mas nós temos um condomínio de 10 andares e já falei com os advogados, tem um deles vagos e por sorte já está todo mobiliado. O apartamento fica muito bem localizado, não é muito longe desta tal escola para meninas, também não é muito longe da universidade, então fica perfeito, se eu conseguir o trabalho vai ser maravilhoso. Depois de arrumar as malas e checar que está tudo ali, eu já estava pronta, o meu vôo ia sair a 15 horas e já são 11:50, e não ousei me atrasar, como comprei as passagens em cima da hora o vôo tem duas escalas, mas também sei que logo mais vai da tudo certo. O mais difícil foi a despedida, não queria deixa-las de novo, mas tenho certeza que foi o melhor a se fazer no momento, claro que a minha avó não gostou nada, mas também não falou nada, na verdade ela me ignorou depois da nossa última conversa, ela sempre irá culpa meu pai pelo acidente, para ela é mais fácil acha um culpado para tudo que acontece. — Se cuida viu — a Ramona falou. — Você também, e não se esqueçam que eu amo muito vocês... — Nós sabemos, e me escuta Rosa você é uma mulher maravilhosa e forte, não deixe ninguém te diminuir, você coloca na sua cabecinha que tudo não passou de um acidente... — Eu sei, mas é tão difícil ficar ouvindo o tempo todo que eu sou uma assassina... — Então eu sou o que? — a Rosângela perguntou. — Não entendi... — Eu também estava lá e você perdeu a perna por minha causa, para me proteger, para elas é fácil falar nenhuma delas estava lá na hora, e foi um acidente só um acidente, eu não me lembro direito porquê eu estava dormindo na hora, mas lembra disso Rosa, foi uma tragédia — ela falou me abraçando e a Ramona me abraçou também. — Eu amo vocês — falei e as duas me abraçaram ainda mais apertado. — Também te amamos — elas falaram Última chamada para o voo número 6978 com destino a Buenos Aires. As abracei mais uma vez antes de ir, meu coração estava acelerado só de imaginar que em algumas horas eu vou chegar em Buenos Aires, que em poucas horas eu vou voltar para casa. Sorrir no último vôo para o início de um novo ciclo de vida que está para começar. 3 horas depois Finalmente cheguei em buenos Aires, estava nervosa demais, eu não volto aqui desde o acidente a 15 anos atrás, por eu ter nacionalidade Argentina eu não preciso passar por todo aquele processo na alfândega, e estar naquele lugar me fez lembrar de quando eu tinha dez anos e estava em uma cadeira de rodas ouvindo tantas coisas, tudo parecia está em câmera lenta. E agora eu vejo, está tudo em câmera lenta, tantas pessoas correndo de um lado para o outro, quando eu finalmente sair do aeroporto sentir uma brisa de ar frio fazendo meu corpo arrepiar, e estava chovendo muito forte. Vejo todas as pessoas correndo para tentar pegar um táxi e quando finalmente chego em um, um homem alto chega nele ao mesmo tempo e colocamos nossas mãos na maçaneta. E não sei aquele pequeno toque me fez sentir um choque, e no mesmo estante olhei para ele. Ele é um homem muito bonito tem 1,70 por aí, olhos claros, cabelos pretos, ele ficou me olhando e eu fiquei olhando para ele. E ele também olhava para mim. — Estão juntos? — o taxista perguntou. E na mesma hora tiramos nossas mãos rápido. — Não, eu cheguei aqui primeiro, acho que a senhora deveria pega outro táxi — o homem alto falou alterando a voz, e olhei incrédula para ele. — Nada disso, eu cheguei primeiro que o senhor, e o senhor está vendo outro táxi? — perguntei olhando para os lados, e ele fez o mesmo e viu que todos já tinham saído. Eu estava com frio e a minha perna está doendo, já que eu tinha machucado quando a minha avó me empurrou. — Me desculpa se não tem outro, mas eu preciso muito deste táxi, está chovendo...— somos interrompidos por uma voz doce, meio angelical. — Papito, estou com frio — um menininha fala dentro do casaco dele. E ai já sei que vou ficar esperando pelo próximo táxi, não posso deixar a menina pega chuva e fica exposta ao frio, mesmo estando com dor não posso deixar este serzinho passar frio. — Só um minuto filha — ele falou com a menina que ainda não vi, já que está dentro do casaco. Eu resolve desta vez o interromper. — Pode ir — falei com um sorriso tentando ser o mais agradável possível. — Sério? — ele perguntou surpreso. Eu ia me afastar, mas quando eu pisei a dor aumentou e eu quase me desequilibrei. E ele me ajudou no mesmo momento, e podemos ver que o taxista estava chateado com a nossa demora. — Então quem vai? — o taxista perguntou já irritado. — Podemos dividir o táxi, Você vai para onde? — o homem alto a minha frente falou, desta vez com um sorriso gentil. — Palermo soho — falei e ele começou a rir, e abriu a porta do táxi e colocou a filha dentro do táxi, e em seguida me ajudou a sentar e foi ajudar o taxista a arruma as malas. Me sentei ao lado da filha dele que ficou me olhando, sentir uma energia tão boa vindo dela. — Oi — falei sorrindo para ela mesmo querendo chorar com a dor que eu estava sentindo. E para minha surpresa ela não falou nada, apenas deitou a cabecinha no meu peito e me abraçou. — Nem acredito que íamos brigar pelo táxi sendo que vamos para o mesmo bairro — ele falou entrando no táxi, e ficou chocado ao ver como a filha dele estava. E aquele pequeno gesto, me fez me sentir completa pela primeira vez e mesmo com muita dor, era como se nada fosse mais importante que está ali recebendo todo aquele carinho. A menina pegou a mãozinha e deu ao pai e a apertou com força, ver aquela cena fez com que meus olhos enchessem de lágrimas ao lembra do meu querido pai, me virei para olhar este dia chuvoso que estava lavando meu corpo para uma nova jornada. E olhei para a menininha linda que logo adormeceu no meu peito. ©©©©©©©©©©©©©© Continua...
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