"É preciso ter muita coragem para olhar ao seu redor e ver o mundo, não do jeito que ele é e sim do jeito que ele deveria ser."
— Glee.
Juanes Hernandez
Estava colocando a minha filhinha para dormir.
— Não esquece o biju — falei pegando o elefante de pelúcia que ela tem desde a barriga, eu comprei quando soube que ia ser pai, a Nina adora ele, são inseparáveis.
— Papito, eu não estou com sono e também não quero viajar amanhã — ela choramingou.
— Meu anjinho o papito já te explicou várias vezes que temos que ir, o papai vai trabalhar lá agora — falei, e ela fez bico e sentou cruzando os braços.
— Mas e se a mamãezinha voltar e eu não estiver aqui, eu sonhei com ela ontem e ela falou que não faltava muito para nos encontrarmos, por favor papito fica aqui por favor — ela pediu com aqueles olhinhos lindos, e me dói vê-la assim.
— Filha, já está na hora de dormi — falei depositando um beijo na testa dela, a deitei e a cobrir.
Fiquei fazendo carinho na cabeça dela até ela adormecer.
Sair do quarto, a casa já está quase toda vazia, tem apenas umas caixas e as malas, estávamos dormindo em colchões no chão.
Terminei de arrumar umas coisas que estavam faltando já que vamos viajar cedo amanhã.
— PAPITO — Nina gritou, fui até o quarto dela e ela estava chorando.
— O que aconteceu? — perguntei colocando ela no colo e ninando-a.
— A mamãe não apareceu no meu sonho, eu chamei ela e ela não veio — ela falou chorando.
Toda vez que a Nina fala da mãe me parte o coração, mas não posso fazer nada não foi minha decisão como também não foi bem uma decisão ir para Argentina, mas a Nina está precisando de um novo ambiente, ela não consegue fazer amigos na escola e sempre acaba se sentindo sozinha.
Ela sempre me fala que sonha com a mãe, coisa que eu não entendo ela, não conheceu a mãe já que a Nicole nos abandonou quando ela tinha apenas três dias de vida, me dói muito quando ela me pede para ver a mãe ou fala que a mãe falou algo no sonho, a Nicole nem quis registrar a nossa menina e me deu todos os documentos para que ela não fosse mais considerada mãe dela.
— Ela deve está arrumando as coisas dela filha, afinal vamos viajar muito cedo amanhã — falei para amenizar a angústia dela.
— Posso dormir com o senhor hoje? — ela pediu.
— Pode sim meu amorzinho — falei indo para o meu quarto e colocando ela no colchão.
Arrumei a roupa que vamos amanhã e todos os documentos. Quando você está com aquela sensação boa de que está fazendo o certo, é tão tranquilo, eu já fui para vários lugares do mundo, porém quando me tornei pai meu foco era neste serzinho e no trabalho.
E está oportunidade será muito boa para a minha filha.
Me deitei com ela fazendo carinho, ela é a melhor coisa que aconteceu na minha vida, eu só não soube escolher a melhor mãe para ela, a minha menina merecia ter uma mãe que a amasse de verdade e desse todo o carinho que ela merece.
Demorei a pegar no sono vendo o meu anjinho dormi, que quando finalmente adormeci o meu alarme tocou, então tive que me arrumar e arrumar a Nina.
— Papai eu não quero ir — ela falou novamente chorando, e eu não entendo ela, não tenho nenhum amigo, não temos família, na verdade não temos nada neste lugar.
— Filhinha, o papai vai trabalhar lá na Argentina, vai ser bem legal, você vai para um colégio só de garotas, fica pertinho do hospital, e o nosso apartamento ficar perto de uma praça...
— E a minha mãe vai aparecer nos meus sonhos? — ela perguntou.
— Vai sim filha, vamos se arrumar para ir — falei com ela alisando o seu cabelo, ela terminou de se arrumar.
Fomos para o aeroporto, nosso vôo ia ser muito cansativo, de Cancun vamos para cidade do México vamos ficar duas horas lá, depois vamos para Manaus e de lá para São Paulo onde vamos passar cinco horas, e destino final para Buenos Aires na Argentina.
O voo durou mais de 12 horas, com criança pequena é muito cansativo. Ainda depois tive que passar por toda papelada por está entrando em outro país, quando sair vejo o quanto está chovendo e coloco a Nina dentro do meu casaco, quando consigo chega no táxi uma moça chega também, nossas mãos se encontraram, acho que sentir um choque, alguma coisa que eu nunca senti antes, olhei para ela e fiquei sem acreditar, que mulher bonita, ela me lembrava alguém que não sei bem quem séria.
Ela tem em torno de 1,62m ou 1,65m por aí os cabelos castanhos cumpridos, olhos cor de mel e um corpo escutural.
— Estão juntos? — o taxista perguntou.
— Não, cheguei aqui primeiro acho que a senhora deveria pega outro táxi — estou exausto e não vou ficar na chuva com a Nina, sendo que cheguei primeiro, ela parece ser uma mulher saudável, e não parece está tão cansada.
— Nada disso, eu cheguei primeiro que o senhor, e o senhor está vendo outro táxi? — olhei para os lados e não tem nada, não podia deixar ela na chuva e não sei porque estou preocupado nem a conheço, mas a Nina não pode fica tanto tempo pegando chuva.
— Me desculpa se não tem outro, mas está chovendo...— somos interrompidos
— Papito, estou com frio... — a Nina me interrompeu e notei a expressão da moça.
— Só um minuto filha — falei ajeitando ela no casaco.
— Podem ir — ela me da um sorriso e não sei porque isso mexe comigo, sei que ela desistiu do táxi por conta da minha filha e isso mostra que ela tem um bom coração.
— Sério? — perguntei, afinal estamos no fim do inverno e a temperatura tende a piora, o taxista interrompe o meus pensamentos e só sabia de uma coisa não poderia deixa ela ali.
E não sei o que aconteceu ela fez uma careta e se desequilibrou notei que ela estava sentindo muito dor, tentei ajudar ela.
— Então quem vai? — o taxista perguntou.
— Podíamos dividir o táxi, você vai para onde? — disse por impulso.
— Palermo soho — comecei a rir, não pude acreditar que íamos para o mesmo lugar o tempo todo e estávamos ali discutindo por um táxi, coloco minha princesa dentro e ajudei ela a sentar, notei que ela estava com muita dificuldade em uma das pernas, fui ajuda com as malas e guardei as minhas e as dela.
— Nem acredito que íamos brigar pelo táxi sendo que vamos para o mesmo bairro — falei entrando, mas parei quando vi uma cena inusitada.
A minha filha estava com a cabeça deitada no peito da moça toda aconchegada nela.
Uma coisa que não é normal a Nina m*l fala com as pessoas e nunca se aproxima de ninguém, está ali deitada no peito da moça e meio que abraçando, eu não acredito naquilo.
— Eu sou o Juanes e qual é o seu nome? — perguntei me apresentando e sorrir para ela.
— O meu é Rosa muito prazer — ela sorriu de volta, não sei explicar a sensação que tenho ao vê-la sorrindo, sair do transe quando a Nina começa a se tremer, mas antes que faça alguma coisa a Rosa pega uma manta pequena que estava na sua bolsa e a enrola. — Obrigado — agradeço e ela fez carinho com cuidado na cabecinha da minha filha.
— Não foi nada — ela falou, parecia emocionada. — E qual é o nome desta princesa? — ela pergunta e antes deu responder a Nina levanta a cabeça se cobrindo com a manta e abraçando um elefante de pelúcia.
— Nina e bligada — ela fala para Rosa.
— De nada anjinho — ela falou olhando para minha filha com um carinho que me fez sorrir.
O táxi parou e vi que era o meu endereço é para aumentar a consciência era o mesmo endereço dela, fiz questão de pagar o táxi mesmo com ela insistindo em pagar nem que fosse a metade, mas no final ganhei, peguei minhas malas e entramos, ela pegou e depois de falar com o porteiro fomos juntos até o elevador, e a Nina foi andando e assim que entramos ela segurou na mão da Rosa.
— Rosa, você pode aperta o oitavo andar para mim? — pedi e ela riu, olhei para ela e já tinha apertado. — Já pensou se alugamos o mesmo apartamento.
— Séria coincidência se você tivesse alugado o meu apartamento — ela falou e o sorriso dela era muito amigável.
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Continua...