Christian virou a cabeça e sussurrou. — Beth, se você continuar se agarrando comigo assim, as pessoas vão pensar que somos um casal.
Eu ri e dei a ele um pouco de espaço, embora tenha mantido a minha mão na dobra do seu braço. — Isso seria tão embaraçoso… para mim. Mas, poderia ser bom para você. Quero dizer, você é velho. Ser visto com uma jovem fofa como eu, só poderia aumentar a sua reputação. Posso ouvi-los agora, sussurrando sobre a adorável garota que você tem nos braços. Quando olham para mim, eles se perguntam como pude deixar os meus padrões caírem tanto quando claramente tenho tanto a oferecer. Eu disse isso para zombar dele. Ele sempre falava de si mesmo como se fosse tão grandioso.
Nas últimas vezes que saímos juntos, os funcionários do hotel perguntaram se queríamos quarto juntos, então não seria a primeira vez que alguém pensaria que estávamos juntos.
Christian olhou para mim. — O seu uniforme escolar estraga esse efeito. Me faz parecer que estou cometendo p*******a.
— Isso não é verdade. Respondi.
Os seus lábios se separaram como se ele estivesse prestes a dizer alguma coisa, mas nenhuma palavra saiu. Ele estava ficando cada vez mais distante. Ele estava colocando espaço entre nós. Fazia um contraste sombrio com a forma como costumávamos conversar quando estávamos juntos. Tínhamos conversas como bolhas na banheira.
Como bolhas, as suas palavras muitas vezes eram sem sentido, como se ele tivesse medo de se entregar a mim. Mesmo que ele tenha usado palavras evasivas, havia coisas escondidas por trás delas. Significados que muitas vezes eu não conseguia entender.
Ele ia me dar um fora e queria que parecesse natural. Isso eu tinha certeza.
Em vez de me dar palavras, ele deu um beijo na lateral da minha cabeça, como se eu fosse uma criança. Como se eu fosse a sua doce filha.
Quando ele finalmente falou, as suas palavras eram leves e sem sentido. —O que você tem feito? Está fazendo arte de criança? Colocou alcool no ponche? Eu sinto em dizer, que parece que já fizeram isso.
— Eu não fiz nada. Esse é mais o jogo da Thiphany. Acho que os adultos são bastante capazes de serem esmagados sem a minha ajuda. Além disso, não é como se o álcool pudesse melhorar as suas personalidades.
Ele riu. — Provavelmente não. Depois despejou o resto do champanhe numa planta. Ele nunca exagera nas bebidas.
— Posso te perguntar uma coisa? Eu perguntei, tentando descobrir o motivo da distância entre nós.
— Claro. Ele falou lentamente. — Você tem namorada atualmente?
— Você está preocupada que eu esteja tentando te dar uma madrasta?
– Sim. Admiti, revirando os olhos. O que eu preciso fazer para ele entender que não é o meu pai.
— O que exatamente você acha que mudaria entre nós se tal pessoa existisse? Ele perguntou.
Os seus olhos percorreram o meu corpo para ver se havia algo em mim que ele havia perdido, e então o seu olhar voltaram para os meus olhos, onde o desafio na sua pergunta permanecia.
Eu deveria ter lidado melhor com o seu olhar direto. Infelizmente, involuntariamente desviei os olhos e engoli tudo o que estava preso na minha garganta.
— Além disso. Ele continuou. — Eu nunca me referiria a uma mulher que estava saindo, como minha namorada. Namorados são para pessoas jovens. Você deveria ser namorada de alguém.
— Por que eu iria querer um namorado? Você faz com que ser solteira pareça tão melhor.
Mais uma vez, ele me olhou para ver se havia perdido alguma coisa. As suas sobrancelhas levantaram e caíram rapidamente enquanto ele descartava o que quer que estivesse pensando. Percebi que ele estava procurando sinais de maturidade ao descartar a taça vazia na bandeja do garçon. — Para mudar de assunto. Ele começou maliciosamente. — Eu ia perguntar onde você quer ir neste verão. Eu estava pensando em Sydney ou talvez Okinawa. Quer nadar?
— E a sua casa? Sei que você tem um apartamento em Londres que ainda não vi.
Ele encolheu os ombros imaculados e elegantes. — É chato e só fico lá para trabalhar. Não tem nada além de uma cama e uma janela.
— Sim, mas não vi essa janela ainda. Persisti, com um entusiasmo inocente.
— É pequeno, querida. Prefiro levar você para um mergulho.
Suspirei e tentei uma abordagem diferente. — Christian, você percebe que eu não tenho casa? Posso não ter visitado a casa dos meus pais mais de duas vezes por ano quando eles eram vivos, mas pelo menos aquele era um lugar cheio de fotos nossas, livros que havíamos lido, músicas que escolhemos em vez de músicas de elevador, arte de hotel e músicas antigas. Não tenho nada parecido há anos e estou tão sozinha. Você não pode me dar um lugar que possa ser a minha casa?
Enquanto eu falava, ele parecia preocupado, mas se acalmou consideravelmente quando terminei e
respondeu suavemente. — Isso é tudo? Por que você não disse isso antes? Eu odeio estar no mesmo lugar. Não consigo criar raízes, mas posso entender se você quiser pendurar a sua meia de Natal na mesma lareira todos os anos.Tenho certeza de que poderíamos providenciar para que você visitasse uma das suas tias.
— Não. Eu interrompi. — Eu não quero vê-las. Elas ainda estão descontentes porque os meus pais não tinham dinheiro suficiente para distribuir. Não tente me enganar sobre elas. Eu quero uma casa com você.
Ele levantou a sua mão com desdém. — Você sabe que o meu trabalho me faz pegar aviões todos os dias. Eu nunca estaria lá.
— Tudo bem. Aposto que veria você mais em Londres do que agora.
Christian parecia estar cansado de falar comigo e eu sabia pela sua expressão que ele tinha nenhuma intenção de ceder à minha exigência.
Depois disso, ele dançou comigo duas vezes e com Tiphany uma vez. Então ele fingiu um bocejo, me deu um tapinha na cabeça e disse boa noite.
Olhei para as linhas imaculadas das suas costas e ombros e tive vontade de arrancar o meu coração. Ele estava prestes a levar um choque.
Eu ia fugir da escola.