A luz suave da manhã entrava pelas cortinas do quarto, desenhando linhas douradas sobre a cama ainda desarrumada. Abri os olhos lentamente, sentindo o peso do silêncio e a ausência que pesava ao meu lado. Lorenzo já não estava ali, mas a sensação dele permanecia — firme, inescapável. O calor que ainda queimava minha pele me fez lembrar da noite anterior, de cada toque, cada suspiro roubado entre paredes que jamais deveriam ter nos ouvido. Minha mente lutava para manter o controle, mas o coração parecia correr em direção ao desconhecido, àquilo que eu tentava negar a mim mesma. Eu estava sentada à beira da cama quando ouvi os passos no corredor. O ritmo cadenciado, os passos seguros e inconfundíveis. A porta se abriu devagar, e ele entrou, parecendo ter acabado de sair do banho: o cabelo

