Las Vegas

3388 Words
Tantos anos com uma rotina puxada no circo pareciam uma brincadeira comparada ao ritmo de ensaios e preparação física para realização dos espetáculos em Las Vegas. Era exaustivo acordar cedo e ir para a academia, depois voltar para o flat e improvisar algo para comer antes de seguir para o teatro e passar horas e horas ensaiando mil vezes. Além de todo cansaço eu ainda tinha que me virar com o pouco inglês que sabia... Basicamente aprendia observando e repetia dando o meu melhor e assim estava conquistando meu espaço no espetáculo. - De que lugar do México você é? Perguntou em Espanhol, uma das moças que trabalha nos bastidores cuidando dos figurinos. - Sou brasileira. - I Love Brasil! Declarou. A maioria dos norte americano parecia acreditar que qualquer estrangeiro no país vinha do México. E por isso no grupo todos se esforçavam para falar comigo em espanhol. No fim de mais um dia voltei acabada para o flat e jantei um sanduíche de queijo com um copo de suco de uva, daqueles de caixa. Estava penando para me alimentar sem saber cozinhar. Sentei de frente para a televisão e fiquei parada exausta demais para levantar e ir para a cama. - Vamos pra cama meu amor! Ouvi nitidamente a voz da Isabel e abri os olhos procurando por ela. Havia passado um mês desde a nossa despedida e eu ainda tinha esperança de que ela falasse comigo. Ou de que pelo menos desbloqueasse meu número para que pudéssemos conversar por celular mesmo. Embora soubesse que a Isa tinha motivos para estar magoada comigo, parte de mim esperava que ela continuasse sendo a mesma pessoa sensata de sempre, que mesmo magoada não me ignorava completamente. Já que não podia ligar, envie um e-mail que com toda certeza ela o receberia. Pedi que me respondesse, queria ao menos saber como ela estava, e também queria manter a esperança de que não tínhamos encerrado nossa história. Ainda esperava que ela voltasse atrás em sua decisão antes que os dias passassem e o tempo nos tornasse mais distante uma da outra. Após enviar o e-mail fui para a cama e ao dormir sonhei com ela sorrindo e vindo me abraçar calorosamente. Seu abraço apertado fez meu coração bater mais forte. Ela inalava meu perfume roçando o nariz em meu pescoço e sussurrando que sentia minha falta. Sorri feliz e me agarrei em seu corpo sem querer soltá-la mais. Ficamos em um completo silêncio. Até que eu abri os olhos e acordei agarrando meu travesseiro, sozinha. Uma parte de mim queria largar tudo e voltar para o Brasil, mas a parte mais forte me mostrava que antes de voltar eu precisava fazer minha escolha valer à pena. Meu sofrimento e saudade, assim como a mágoa que certamente havia causado na Isabel, não podiam ser atoa. Voltei a dormir. Tinha que descansar para estar disposta no dia seguinte, quanto aconteceria o último ensaio antes da noite de pré-estreia do espetáculo. Noite dedicada aos patrocinadores, convidados e imprensa. Estava ansiosa e empolgada para o grande momento. Adormeci rápido e despertei com o toque do celular. Caminhei até a cozinha e só para não me sentir sozinha liguei a televisão. Enquanto esperava a cafeteira terminar o café uma chamada no jornal me chamou atenção. Aumentei o volume e fiquei paralisada ao reconhecer o circo. Falando claramente em português a repórter contava de um incidente com graves feridos. Segundo ela os proprietários, entre outros artistas, estavam hospitalizados em estado grave. Desesperei-me ao ouvir a notícia e acordei apavorada. Não havia nada pior do que um pesadelo que lhe fazia acreditar que estava acordada. Ainda com o coração acelerado do susto, liguei impulsivamente para a Manoela que atendeu animada. Estava falando pouco com ela, na maioria das vezes por mensagens. - Oi Lê, que coisa boa você me ligando. Disse ela ao atender. - Oi, que bom ouvir sua voz. Tive um pesadelo terrível. Está tudo bem por aí? Perguntei preocupada. Meus pesadelos eram sempre tão realistas. - Tudo bem minha irmã. E como estão as coisas em Las Vegas? Como vai a Isa? Perguntou por pensar que a Isa estava comigo. Ainda não tinha contado a Manoela ou a minha família que eu e a Isabel estávamos separadas. - Vocês fazem falta por aqui. Insistiu a Manoela parecendo desconfiada e eu não consegui manter a farsa. - A Isa não veio comigo. Ela e eu terminamos. Não conta pra ninguém, por favor. Pedi e ela respondeu chocada. - Lê como assim a Isa não está com você? Desde quando? - Ela não veio comigo, eu só não havia contado pra você antes porque tinha esperança de que ela mudasse de ideia. Mas tem um mês que não nos falamos. Ela me bloqueou no celular. Não consigo entrar em contato mais. Acho que a perdi mesmo. Falei com uma dor no peito. - Ainda estou processando a informação Lê. Você está sozinha em Las Vegas? Ela parecia tentar entender. - Estou. Totalmente sozinha em Las Vegas. Só tenho dedicado meu tempo aos treinos e ensaios para o espetáculo. Consegui uma participação na parte de ilusionismo, estou indo bem Manoela, só que sem a Isabel ao meu lado. Ela se quer cogitou vir comigo. Essa é a verdade. Afirmei e ela ficou quieta. - Fala alguma coisa. Pedi. - Lê, não sei se você é muito determinada ou se é mais impulsiva do que eu imaginava. Você teve coragem de ir sozinha para Las Vegas, e deixar a Isa sozinha depois dela perder o pai? Questionou tentando disfarçar um tom acusativo. - O que eu poderia fazer para reverter o que aconteceu ao pai dela? Gostava do Afonso, e quer saber, acho que ele teria incentivado a Isa a vir para os Estados Unidos comigo. Ela é teimosa! Reclamei. - Desculpa dizer minha irmã, mas você cometeu um erro! Afirmou a Manoela. - Vai ficar contra mim? Reclamei chamando sua atenção. - Não é questão de ficar contra você Lê. É só uma questão de percepção. Você e a Isa foram feitas uma para a outra. Deveria ter pensado melhor, reconsiderado. Disse me irritando... Eu não tinha muito que pensar depois de assinar o contrato. Contava com o bom senso sempre tão presente na Isa. Esperei que ela compreendesse que se tratava de uma oportunidade profissional única em minha vida e carreira artística. Só precisaríamos ficar alguns meses em Las Vegas e depois poderíamos retornar ao Brasil, quem sabe comprar um apartamento no Rio de Janeiro como pensamos juntas. Eu só lhe pedi um pouco do seu tempo. - Eu tenho que ir agora. Essa ligação vai sair cara. Não conta pra ninguém sobre a Isa. Na hora certa eu mesmo vou falar. É só isso que lhe peço. Insisti que ela mantivesse meu segredo. - Quem sabe da sua vida é você Letícia, eu não vou falar nada, não se preocupe. Falou parecendo chateada... A verdade é que todos do circo e minha família adoravam a Isa e com razão, ela sempre foi uma pessoa amigável e disponível. Contar a verdade para a Manoela só me deixou pior. Evitava pensar que tinha acabado minha relação com a Isa. Preferia pensar todos os dias que em breve estaríamos juntas novamente, inclusive falava para meus colegas de espetáculo que tinha uma namorada em meu país. Sempre que fechava os olhos e pensava no futuro, eu a enxergava comigo e acreditava mesmo que isso fosse acontecer, que a vida iria se encarregar de nos colocar frente a frente como da primeira vez, talvez não no picadeiro, mas em outro espetáculo. Apressei meus passos, tomei café e segui para o preparo físico... Durante o número passávamos um tempo suspensos no ar, o que exigia uma boa forma e bastante força física, por isso os preparadores eram bem rigorosos na parte de treino de musculação. Embora no circo trabalhasse com altura em um número ou outro, estava mais acostumada a fica no chão, por isso me dediquei bastante a adquirir o equilíbrio, força e postura adequada para meu número no espetáculo, que acontecia mais no ar do que em terra. Era uma dança com um show de luzes para um efeito de ilusionismo, estava verdadeiramente empolgada para que todos vissem, ansiava pela reação da plateia e pelos aplausos. Imaginava toda emoção nos olhos das pessoas e todo encanto, a produção do espetáculo era grandiosa e nos testes já era possível mensurar o sucesso de toda apresentação. Fazer parte de algo assim era um sonho. Terminado o aquecimento físico passei no flat, comi algumas frutas e corri para o teatro para o último ensaio, desta vez todos com figurino. Fiquei ainda mais animada. Estava pronta para dar o melhor de mim e queria muito me destacar no show... O ensaio foi à prova de que eu estava mais que preparada. Ao terminar voltei para o flat segura de que faria uma participação incrível. Dormi com um sorriso nos lábios e no dia seguinte levantei um pouco mais tarde. Abri o e-mail na esperança de que a Isa tivesse respondido, mas não fiquei surpresa por ela me ignorar. Preparei um almoço leve com salada e um salmão pronto, apenas para colocar no microondas. Fiz a refeição em silêncio, o que era estranho já que tinha passado toda minha vida comendo na companhia da minha família e depois da Isa. Minha vida estava mesmo muito solitária, mas era o preço que estava pagando por decidir buscar algo mais para minha carreira artística. Saí sem pressa do Flat e fui caminhando até o teatro que não ficava muito distante. Sentei em um canto dos bastidores e fiquei ouvindo música no celular, usando um headphone. Do meu canto assisti as últimas movimentações dos técnicos e produtores. Estavam todos andando de um lado para o outro para deixar tudo pronto para o show. Apenas observei até a responsável pelos figurinos e caracterização chegar.    - Zatinni, prepárate! Disse me dando o sinal para que eu fosse me aprontar, fazendo a maquiagem, cabelo e colocando o figurino... Começava a sentir um frio na barriga, a tensão da estreia. Sensação que sempre amei sentir. O Diretor veio aos bastidores repassando todo cronograma do show e cumprimentando toda equipe com um sorriso que mostrava pavor e euforia de uma forma bem equilibrada. Conforme o tempo passava o movimento aumentava, sempre tinham os atrasados, atrapalhados e os imprevistos. A tensão aumentava, o coração começava a bater mais forte e a boca secava. Tudo acontecia ao mesmo tempo, o barulho era grande, gente gritando, falando, a banda passando o som, o público se acomodando, era o perfeito caos antes de iniciar o show. No meio de tudo eu me sentia confortável, confiante e focada até hesitar por um momento ao pensar que os meus colegas tinham apoio na plateia, menos eu. Quem eu mais queria que estivesse ali naquele momento, estava distante de mim. Não veria seu sorriso, não sentiria seu olhar atento e apaixonado... Respirei fundo para não chorar. Queria tanto o apoio dela naquela noite que a frustração de estar sozinha maltratava meu coração. - Come on Zatinni! Chamou um dos técnicos do palco, estava chegando minha vez e eu precisava prender um gancho ao meu sinto, para literalmente voar para o palco. - Go! Go! Go! Ele gritou dando o sinal para que eu fosse suspensa, respirei fundo e assumi a postura adequada. Em segundos estava voando passeando entre as luzes, e me movimentando como se estivesse no chão. Tinha toda uma coreografia para o número de ilusionismo, tudo ensaiado muitas e muitas vezes. Meus gestos eram sutis, suaves, distraiam com facilidade. E havia tantos outros elementos em palco para distrair o truque realizado pelo ator principal, o qual em um momento eu prendia e suspendia em uma jaula. Aparentemente estava tudo visível aos olhos, mas tinha um imenso trabalho de coreografia para tirar elementos e pessoas de cena sem que ninguém percebesse. Minha participação nesse número era pequena, mas contribuía para um dos melhores momentos do show, e a plateia correspondia com gritos e aplausos. Estava eufórica e repleta de adrenalina, troquei de figurino e logo retornei ao palco desta vez para dançar, mas também fazia parte da apresentação fazer algumas acrobacias no ar. Encenávamos um grande baile, com longos vestido que mudavam de cor bem diante dos olhos do público. Havia sempre muita gente no palco, muita distração e cada passo havia sido marcado pelo diretor de arte e de direção. Embora a responsabilidade fosse imensamente diferente do circo, estava me sentindo realizada por fazer parte em tantos números. O show foi perfeito. A noite estava mesmo incrível, só senti falta de comemorar abraçando e beijando a Isa. Ela teria assistido tudo do começo ao fim e teria se encantado com os detalhes. - Esta linda Letícia, parabéns! A Taynara veio me cumprimentar... Embora ela trabalhasse na produção nos encontrávamos pouco, para minha felicidade. - Obrigada. Agradeci sem lhe dar muita atenção. - Vamos comemorar na festa dos patrocinadores. Bebemos juntas esta noite? Ela perguntou me olhando. - É claro que não vamos beber juntas nem esta, nem em qualquer outra noite. Respondi sem hesitar e ela riu. - Você é muito rancorosa. Supera essa raiva. Eu até esqueci que sua namoradinha me agrediu. Disse com deboche. - A Isabel é boa demais para bater em alguém de verdade. Mas eu não sou muito controlada! Afirmei em tom de ameaça e ela deu um passo atrás. - Nos veremos na festa... Mais o elogio foi sincero, estava linda, deslumbrante Zatinni! Disse se afastando de mim e me olhando dos pés a cabeça... “Era só o que me faltava.” Pensei achando que ela tinha me olhado com outra intenção. Vesti minha roupa, que tinha um decote ousado e esperei uma das limusines destinadas ao elenco para se locomover até o local da festa dos patrocinadores, um hotel e cassino bem famoso em Vegas. Preocupei-me com meu visual para que ele fosse adequado ao lugar, estava me sentindo muito elegante. Recebi alguns cumprimentos e principalmente olhares que não me agradaram muito. Na mesma proporção em os homens do ambiente estavam bem vestidos em ternos que me pareciam bem caros, eles também me pareciam m*l intencionados. Circulei um pouco bebendo champagne e esperando a produção do show chegar para fazer o brinde que oficializava a a******a da temporada de espetáculos. Logo percebi que muitas das meninas do elenco estavam bebendo e flertando com os patrocinadores, parecia que aquela festa seguiria por um caminho que não me agradava muito, por isso após os brindes saí sem chamar atenção e voltei para o flat desejando um bom banho e minha cama. Ela estava lá. Eu senti seu olhar me assistindo com atenção e com excitação. Ao sair do palco senti suas mãos me agarrarem por trás. Reconheci seu jeito de me abraçar. Então o abraço ficou apertado demais, e eu senti minha roupa sendo rasgada. Apavorada, gritei pedindo que ela me soltasse e ouvi uma voz estranha. Não era a Isa era outra mulher. Quis ver seu rosto, mas não consegui. Lutamos. Caímos no chão juntas. Ela me pegava pelos cabelos sem deixar de puxar minha roupa, estava empenhada em me rasgar. Não consegui ver quem era. Mais um pesadelo. Dessa vez acordei sentindo que tinha mesmo apanhado de alguém. Tomei meu café, fui para o treino físico em seguida almocei, descansei um pouco e me arrumei para ir fazer o ensaio do dia e esperar à hora da estreia para o publico pagante. Era animador, principalmente depois da noite anterior... Durante o ensaio estranhei a movimentação. Senti que havia algo estranho e circulei pelos bastidores tentando entender o que estava diferente até que meus olhos se fixaram na ficha de elenco e eu os abri bastante ao notar que meu nome tinha sido substituído em quase todos os números. - Procurei por você ontem. Onde se meteu? A Taynara me abordou. - Não fiquei muito tempo... Pode me explicar essa ficha? Perguntei olhando para ela. - Estava procurando você pra falar sobre isso. - Falar o quê? Questionei já sentindo meu sangue ferver. - Essas festas com patrocinadores são momentos para fazer lobby. Letícia, você errou ao ir embora, perdeu seu lugar. Disse ela me deixando com o sangue ainda mais quente. - Está me dizendo que passei as últimas semanas me dedicando como louca pra alguém fazer, sabe-se lá o quê, com um patrocinador e tomar o meu lugar? Encarei-a. - Não tenho culpa Letícia. O diretor de elenco só me encarregou de contar para você. - Que escroto covarde. Onde ele está? Perguntei furiosa. - Você precisa se acalmar ou vai acabar matando alguém. Ela disse tentando me conter, mas diante da situação eu estava mesmo pronta para cometer um crime. Queria esganar o diretor... Passei por ela furiosa e praticamente invadi a sala do James, diretor de elenco. - Você pode me explicar porque fui substituída? Perguntei e ele me olhou sem entender, então a Taynara entrou na sala se desculpando e traduzindo minha pergunta. - Ele disse o mesmo que lhe disse. Que você devia ter ficado até o final da festa e que o patrocinador pediu que colocasse outra moça em seu lugar. Traduziu a Taynara. - Então é assim que funcionam as coisas aqui? Esforço e dedicação não são suficientes? Questionei e a Taynara falou com ele que explicou como os patrocinadores tinham poder de influência na realização dos shows, e por isso mesmo seus pedidos deviam ser atendidos. - O que isso significa Taynara? Alguma vagabunda do elenco dormiu com um patrocinador e eu sobrei? É isso mesmo? Perguntei olhando para ela. - Você tem outros números Letícia. Pode recuperar seu lugar no decorrer dos espetáculos. Ela respondeu me olhando e eu saí da sala a procura da infeliz que tomou meu lugar. Ao ver a moça dos figurinos fazendo os ajustes no corpo dela, não pensei duas vezes e agarrei-a por trás, puxando pelos cabelos e pela roupa... Estava fora de mim. Tanto trabalho, tantas coisas eu fiz para estar ali para vir qualquer uma e roubar meu posto. Agarraram-me e puxaram de cima dela. - Sua vagabunda! Gritei possessa e o Diretor entrou no camarim correndo com um segurança e gritando coisas que não entendi. - Não vou mais fazer parte disso. Eu não sou uma i****a qualquer! Gritei com tanto ódio que sentia minhas veias saltarem. A Taynara intermediava toda confusão passando para o diretor o que eu estava gritando. - Letícia, você não pode ir assim, tem um contrato e a multa é alta. Disse ela me chamando atenção. - Se eu ficar aqui mato essa desgraçada! Afirmei com sangue nos olhos e ela se quer me traduziu. - Eu falo português. Precisa se acalmar Zatinni. Vamos conversar. Disse um dos produtores. E o segurança me pegou pelo braço. - Me solta! Gritei e o produtor olhou para ele que me soltou. - Vamos até minha sala. Taynara traga água com açúcar para sua amiga. Ele disse. - Não somos amigas! Afirmei com raiva. Só sentia vontade de quebrar tudo pela minha frente. - Zatinni, meu nome é Marcelo. Sou produtor de arte do show. Preciso que sente, fique calma e que me ouça. Disse com a voz passiva. - Eu não quero me acalmar. Isso tudo aqui é uma palhaçada. Fui enganada. Assinei o contrato para um trabalho sério. Mas esse lugar está longe de ser descente. Falei alterada. - Lamento pelo que aconteceu. Tem coisas em Vegas, que podem ser bem desagradáveis. Disse calmamente. - Deixei minha namorada no Brasil pra vir trabalhar nesse show. Abri mão do que tinha de mais importante para passar por isso. Não vou aceitar! Continuei furiosa. - Zatinni. Volte para seu flat. Descanse um pouco. Podemos nos encontrar amanhã, almoçar juntos, e quem sabe eu posso ajudar você a lidar com a situação. Disse ele me deixando irritada. - Eu não sou como essas artistas aqui de Las Vegas. Não vou sair, dormir ou fazer qualquer coisa além do meu trabalho para fazer parte do show... Vou para o flat, porque se ficar aqui mato aquela infeliz, mas vou encontrar um jeito de lidar com isso sozinha! Saí furiosa do teatro, antes que destruísse o lugar e saísse levada pela polícia.   
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