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Espetáculo da vida (Vol.2)

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Após um término sofrido Isabel e Letícia seguem caminhos opostos e ambas encontram novos desafios em suas carreiras. Pela primeira vez Isabel está ousando seguir caminhos desconhecidos e em paralelo a Letícia descobre que o show business não é para qualquer um. Quando a carreira dessas duas chega a um ponto de equilíbrio o reencontro entre elas é um verdadeiro espetáculo com direito a suspense, suspiros e muita tensão.

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Buscando foco
“A vida continua. Levante-se! Encontre forças para seguir em frente independente de ser difícil. Não desista! Não importa se você tem muitos anos de vida ou apenas mais um dia. Dê valor a cada segundo e não se entregue jamais!” Esse passou a ser o meu decreto. Meu pensamento motivacional. Mesmo atordoada eu tinha que encontrar foco. Ainda que enfrentado os piores dias da minha vida, precisava levantar todas as manhãs e lidar com o vazio e a tristeza. Primeiro o meu pai em uma partiu inesperadamente. Depois a Letícia, que foi embora em busca dos seus sonhos, colocando por consequência um final em nosso curto, inseguro e intenso relacionamento. Se fosse do meu controle, não teria deixado nenhum dos dois irem embora. Mas a vida está além do que podemos determinar e queremos controlar. Ela é como um rio sempre seguindo em frente e nunca permanecendo igual. E nós também somos assim, cada dia vivido nos faz diferentes, sempre aprendendo seja na felicidade ou tristeza, pelo sofrimento ou por amor. Para mim restava continuar buscando me refazer. Tinha minha mãe que precisava de ajuda e o restaurante para administrar. Faltava tempo pra ficar sofrendo em meu quarto por uma situação que eu não podia resolver, uma vez que é impossível voltar no tempo. - Isabel. Está pronta? A Lívia me chamou atenção ao bater na porta do meu quarto. Há quase um mês como chefe do restaurante ela estava sendo verdadeiramente incrível. O seu trabalho, com todo seu talento, estava atraindo novos clientes desde a sua chegada. - Estou sim. Podemos ir. Confirmei antes de pegar a chave do carro e deixar o quarto. - Animada para a noite de hoje? Ela me cumprimentou sorridente. - Ansiosa. Declarei. A verdade é que a minha ansiedade estava ligada ao passado e não ao presente. - Fiquei tranquila. A degustação será excelente. Vai sair tudo como planejamos. Ela afirmou certa de que estava tranquilizando-me. Dirigi em silêncio até o restaurante e ao estacionar o carro ela tocou em meu braço e sorriu. - Está tudo bem com você? Perguntou me fitando. - Está sim. É uma ocasião importante, com poder de definir o futuro. Declarei disfarçando o real motivo da minha introspecção. - Você pode confiar que será tudo perfeito. A sua mãe, não gostaria mesmo de participar? - Ela não consegue voltar ao restaurante. - Eu compreendo... Posso garanti que será uma noite perfeita Isabel. Ela declarou confiante. - Confio no seu trabalho. Cuidarei do salão e de tudo que estiver ao meu alcance.  Afirmei e ela estendeu a mão para me cumprimentar e eu a apartei. - Bom serviço! Desejou sorrindo e eu lhe respondi o mesmo. Ao entrarmos no restaurante ela assumiu a cozinha e eu me dediquei à organização do salão, dessa vez com uma atenção especial ao evento da noite. Estava contando com a satisfação dos convidados para atrair o interesse de um novo proprietário para administrar o restaurante. - Vou precisar do máximo de atenção e dedicação de todos vocês. Lembrem-se. Podem estar servindo o futuro chefe de vocês, por isso recebam todos com educação, presteza e simpatia. Avisei aos colaboradores, que eram parte interessada no sucesso da noite. - Caso precisem de mim, estarei aqui. Vamos dar o nosso melhor hoje e sempre! Incentivei-os pouco antes de abrirmos o restaurante. - Mais uma vez bom serviço! Escrevi e mostrei para a Lívia, que da cozinha via todo salão através da parede de vidro. Ela sorriu e fez um gesto de agradecimento com a cabeça. Recebi primeiro o jornalista e o fotógrafo que estavam ali para cobrir o evento e assim soltar uma nota no jornal online e impresso da cidade. Logo eles explicaram como iriam proceder, inclusive fotografando alguns pratos... A Lívia havia me antecipado que eles precisariam de um local adequado para fotografar e por isso montamos um espaço na parte fechada do salão. - Vocês podem fotografar os pratos neste local. Providenciamos especialmente para isso. Afirmei após conduzi-los. - Perfeito Isabel. A iluminação é excelente. Disse o fotógrafo. Eu não teria pensado em tantos detalhes se não fosse a Lívia, e disso tinha consciência. Ela estava ajudando além da cozinha e se mostrava totalmente disposta a me ajudar na venda do restaurante, por isso estava decidida a lhe pagar um bom valor de comissão por seu apoio. Aos poucos o restaurante foi lotando como previmos. Recebi todos os convidados e fiz questão de conduzi-los a um passeio nos espaços. O objetivo era falar que havíamos reformado e que tudo estava em perfeito estado para um possível comprador, sem mencionar valores. Percebi interesse por parte de alguns tanto em comprar quanto em ser sócio do novo proprietário. Estava satisfeita e focada em dar o melhor de mim ao lidar com total simpatia com todos no salão. Tudo acontecia conforme eu e a Lívia planejamos. O clima estava agradável. As pessoas interagiam e sorriam ao comerem os pratos que saiam da cozinha em um ritmo organizado, até o músico estava tocando um som ambiente, que não atrapalhava as pessoas. Ao final da noite quando os convidados se despediam, alguns deixaram um cartão de contato para falarmos posteriormente sobre valores. E assim o objetivo da noite tinha sido alcançado. - Estou ansiosa por um feedback dessa noite. Disse a Lívia se aproximando de mim assim que o último convidado saiu. - Vamos conversar depois de fechar tudo. Afirmei contente e pela minha expressão ela certamente deduziu que tudo tinha ido bem. - Vou para o escritório. Vá para lá depois que encerrar na cozinha. Pedi sorrindo para ela que concordou. Dei as ordens para que o salão fosse organizado e fui para o escritório fazer uma lista com uns contatos de interessados no restaurante. Assim que me sentei em frente ao computador notei dois e-mails na caixa de entrada. Um era Rodrigo, me lembrando do trabalho que tinha no Rio em alguns dias. O outro era de um remetente desconhecido, e ao abrir e ler fiquei surpresa. [Olá Isabel, sou eu Letícia! Não consegui evitar escrever pra você. Tentei ligar, mas acho que me bloqueou. Hoje fez um mês que nos despedimos e eu ainda espero que algo surpreendente aconteça e você apareça aqui, sem avisar. Sei que é um desejo ou sonho bobo. Só precisava dizer que tenho essa esperança. E ficaria muito feliz se me respondesse. Espero mesmo que responda. Sinto saudades. Beijos.] Levei alguns segundos até acreditar que tinha mesmo recebido um e-mail dela. Desde o dia em que nos despedimos, não mantivemos nenhum tipo de contato e de fato eu bloqueio seu número. No começo senti que era uma atitude infantil, mas depois de uns dias percebi que era a melhor coisa a ser feita. Não queria deixar a porta do meu coração aberta para que a Letícia entrasse e saísse quando bem quisesse e quando lhe fosse conveniente. Imediatamente decidi não responder e esperar que ela não me enviasse mais mensagens. Por mais que eu repetisse mil vezes que devia seguir em frente, não era tão simples colocar em prática o que sabia na teoria. Ainda me sentia presa a um pesadelo onde a Letícia me fazia refém dos seus encantos, e quanto mais eu a evitasse melhor seria para me libertar. Permaneci no escritório, pensativa, até a Lívia bater na porta. - Licença... Pediu antes de entrar. - Dispensei todos e preparei algo para nós duas. Disse sendo atenciosa. - Não precisava. Estou sem fome. Agradeci e ela sorriu. - Acredito que você esteja com tanta fome que é incapaz de perceber. Disse rindo de mim e ao ver o prato que ela havia preparado fiquei com água na boca. - De repente fiquei mesmo com fome. Afirmei e ela sorriu. - Prove e de preferência aprove. Disse brincando, mas claro que o prato estava mais que aprovado. Ela era de fato uma chefe de mão cheia, incrivelmente talentosa e com um tempero surpreendente. - Está delicioso, como tudo que você cozinha. Elogiei e ela sorriu. - Obrigada... Estou cumprindo minha segunda função aqui, alimentar você. Disse ela rindo. - Minha mãe se preocupa demais. Afirmei sabendo que certamente ela tinha pedido que a Lívia me fizesse comer. - Ela tem razão em se preocupar. Você fica o dia todo sem comer, mesmo estando em um restaurante Isabel. Desculpa dizer, mas precisa se cuidar um pouco. Está perdendo a cor. Disse me chamando atenção e eu achei engraçado. Andava mesmo me escondendo do sol, nem a piscina usava mais. Estava menos preocupada com meu visual que o normal. Às vezes m*l penteava o cabelo, que crescia com mais volume. - Estou trabalhando demais, apenas isso. Tentei me justificar e ela não aceitou. - Eu também trabalho muito Isa, e estou até com marca de biquíni. Estou aproveitando sua piscina e recebendo um pouco de vitamina D toda manhã. Faz muito bem para a saúde sabia? Disse me olhando e sorrindo. - Eu sei. Estou mesmo precisando de sol. Concordei rindo. Estava sem cor de um jeito que nunca estive antes. - Quando não está no restaurante, ou em consultoria, está trancada no quarto. Sua mãe está preocupada. Ela me diz isso todas as manhãs quando você não aparece para o café. Continuou chamando minha atenção e um nó se fez em minha garganta me fazendo perder a vontade de comer... Participar do café da manhã sempre foi um momento especial para minha família, mas isso quando ela estava completa. Ultimamente não fazia sentido acordar cedo e ir para a cozinha comer. Tinha medo de chorar na frente da minha mãe e fazê-la sofrer mais. - Está complicado lidar com essa situação Lívia. Afirmei contendo o choro na garganta e sendo compreensiva ela segurou minha mão. - Isa eu perdi meus pais na infância, em um acidente causado por imprudência de um motorista que não pagou pelo erro. Cresci sem os dois e precisei ser forte para ajudar meu irmão. Quero que saiba que entendo sua dor e respeito. E também saiba que pode contar comigo. Você não está só. Não precisa superar o luto sem apoio. Tenho conversado muito com sua mãe, ela está mais preocupada com você do que pensa. Isa, você precisa buscar um novo foco na sua vida! Declarou com a voz passiva e atenciosa. - Estou buscando esse foco Lívia. Juro que tenho tentado. Afirmei. - O pouco que conheço sobre você me diz que não é uma pessoa que tenta e sim que consegue Isabel. Não tem problema estar de luto. Viva o luto sem medo. Não tem forte ou fraco em uma situação dessas. Também sei que está lidando com outra perda grande, que também pode ser superada, acredite. Você é uma fortaleza Isabel, é obstinada e determinada, não se anule como pessoa. Levante a cabeça que vai ver que a vida pode ser maravilhosa. Continuou me incentivando e ao ouvir suas palavras eu baixei a cabeça e chorei em silêncio. Ela se levantou e me abraçou... Sentia-me devastada sem meu pai e ainda sem a Letícia... Ela continuou me amparando em silêncio. Ao menos não estava sozinha com a minha mãe e por sorte a Lívia estava alegrando-a. Sentia um peso enorme em meus ombros. Tinha que ser responsável e forte para resolver todas as pendências do restaurante e mexer com as finanças da família de uma forma que protegesse o meu futuro, o da Thati e o da minha mãe. Estava me esforçando ao máximo para não desabar, mas sentia-me exausta, prestes a ter um colapso. - Obrigada Lívia! Agradeci e ela se afastou. - Por favor, tenta terminar de comer. Pediu com uma voz suave e afetuosa e eu não consegui dizer não. Ela não tinha a menor obrigação de cuidar de mim, ou de se preocupar, mas estava fazendo isso de bom grado. Terminei de jantar em silêncio e ela fez o mesmo. No caminho de volta pra casa também não dissemos mais nada, só falamos para nos despedir ao chegarmos. - Durma bem. E... A noite foi um sucesso. Como planejamos. Obrigada por tudo Lívia! Agradeci de coração e ela sorriu. - Ver esse seu sorriso faz tudo valer a pena. Não duvidei em nenhum momento que essa noite seria um sucesso Isabel. Nós duas trabalhamos muito bem juntas. Durma bem, boa noite! Ela se despediu antes de entrar no quarto e em seguida eu fiz o mesmo. Sozinha, procurei relaxar tomando um banho demorado e debaixo do chuveiro desabei mais uma vez... A Lívia estava certa sobre viver o luto e aceitar a dor, superando a cada novo dia. Porém, não estava apenas lidando com o luto. Precisava lidar com a saudade de uma pessoa que tinha partida por escolha própria... Não foi fácil me apaixonar pela Letícia. Soube desde o começo que não tínhamos nada em comum, mas fiquei enfeitiçada assim que olhei para ela a primeira vez. Senti todas as partes do meu corpo aquecer e vibrarem ao tocá-la e ao beijá-la. Fui atraída por sua beleza e sensualidade, mas também por seus olhos, sorriso e carisma. Ela parecia não ser real de tão linda e infelizmente por trás de tanta beleza existia também o caos, a impulsividade, certo egoísmo e muito mais mistério do que em seus números de mágica. A Letícia foi uma grande ilusão e passou a ser um veneno que eu bebia aos poucos para não sucumbir de uma vez. Agora precisava de um antídoto para lidar com a nossa separação. “- Isa, você precisa buscar um novo foco na sua vida!” Lembrei do que disse a Lívia. Estava tentando mesmo encontrar esse foco. Algo que fizesse meu coração bater forte mais uma vez. Queria me conectar ao presente e sonhar novamente com o futuro, mas estava presa ao passado. Não sabia como me desprender dele. Não sabia como seguir em frente de cabeça erguida, sem olhar para trás. Estava congelada no exato momento em que encarei os olhos da Letícia pela última vez. Eu me enganei ao pensar que ela estaria ao meu lado, me ajudando a superar a dor do luto. Em vez disso a dor só aumentou. Uma coisa é perder alguém para a morte, outra é perder para a vida. - Como seguir em frente? ... Como seguir em frente?  Falava caminhando do banheiro para o quarto e dando voltas nele...  – Como vai fazer isso Isabel? Pensa. Pensa. Tem que ter um método. Alguma fórmula. Preciso de motivação. O quê me motiva? Eu tenho vontade de viver. Eu valorizo a vida. Eu sou saudável. Eu gosto do meu trabalho. Eu sou boa nele. Sou focada e determinada. Eu sou forte. Eu sou inquebrável. Nada pode me impedir de ser feliz. A vida não se baseia apenas em uma pessoa. A vida vai além de namorar alguém. A vida segue, eu querendo ou não, aceitando ou não. Ela também chega ao fim, eu querendo ou não, aceitando ou não. É impossível controlar tudo. Não controlei a paixão, não posso controlar a saudade e a dor dentro de mim. Eu decidi ir em frente por bem agora vou ir frente novamente mesmo que por m*l. O foco que importa na vida é viver. Esse é o maior e mais incrível espetáculo, a vida! ... Então parei de dar voltas. Vesti-me e saí do quarto indo até o da Lívia e bati em sua porta. - É a Isabel. Ainda está acordada? Perguntei e ela logo abriu a porta. - Estou sim. Estava lendo. Está tudo bem? Ela me olhou parecendo assustada e eu sorri. - Estava pensando que desde que você chegou à cidade só tem feito o caminho dessa casa para o restaurante, todos os dias. - Verdade. Ela concordou. - Quer sair um pouco? Tem um lugar que acho que pode gostar de conhecer. Convidei sem pensar muito. - Sair agora? - É. Nem precisa colocar outra roupa. Vamos de carro. Vem comigo? Perguntei novamente e ela riu. - Eu vou. Deixa só eu pegar um casaco. Falou pegando o moletom e o vestindo. - Onde quer me levar? Perguntou interessada. - Vamos a colina ver a cidade do alto e o céu. É uma vista diferente, muito bonita. Afirmei assim que entramos no carro. - Coloca alguma coisa pra gente ouvir. Pedi. - Melhor ouvirmos o que você gosta. As músicas no meu celular são em maioria francesas. Disse ela me fazendo rir. - Coloque. Assim posso conhecer você melhor, pelo seu gosto musical. Brinquei com ela que ainda tentou argumentar, mas eu insisti... Ainda que eu não entendesse nenhuma palavra em Francês, gostei do som leve que até soava engraçado. - Passei muito tempo morando na França. Acostumei a ouvir as músicas de lá. Explicou-se ao perceber que eu estava rindo. - Você sente falta da França? Perguntei interessada em saber mais sobre ela. - Gostei do tempo que morei em Paris, é uma cidade maravilhosa. A França é um país importante para qualquer amante da gastronomia. Mas meu lugar é no Brasil. Pensava em voltar para casa todo dia, desde a hora que acordava até o momento em que encostava minha cabeça no travesseiro para dormir. Sentia falta de tudo e principalmente do meu irmão. Contou me despertando interesse em sua história. - Você me disse que tem um irmão gêmeo. É muito próxima dele? Perguntei. - Demais. Falamos todos os dias. Hoje mesmo estávamos conversando sobre a academia que ele está se preparando para abrir. A ideia é que façamos a inauguração do meu restaurante e da academia dele no mesmo período. - Sabem quando será possível? - Depois que ajudar você a vender o restaurante eu volto para minha cidade e vou cuidar da a******a. A propósito. Se não tiver nada em mente, poderia ir comigo para São Paulo. Sua ajuda seria muito bem vinda. Precisamos de orientação, principalmente o meu irmão. Ela propôs e eu não achei a ideia r**m. - É o mínimo que posso fazer por você Lívia. Conte comigo, aceito o trabalho! Afirmei a surpreendendo. - Nossa, eu não esperava que aceitasse assim sem hesitar. Fico contente. Estruturar um negócio sem um consultor de confiança é bem difícil. - Agora você e seu irmão podem contar comigo. Gosto de trabalhar e a partir de agora voltarei a focar na minha carreira! Garanti certa de que esse era o rumo que precisava dar a minha vida. O resto o tempo se encarregaria de me fazer superar e esquecer.

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