Allonso Albuquerque
Saio do banheiro e não vejo a Júlia. Estranho.
Por que ela saiu assim, sem dizer nada?
Me visto, desço para tomar café... e lá está ela.
Linda, nervosa, corada até a raiz do cabelo.
Seus olhos evitam os meus.
Está envergonhada.
— O café está pronto, senhor Albuquerque. — diz ela, com a voz baixinha.
— O que está acontecendo, Júlia? — me aproximo devagar, mantendo o olhar firme nela.
— Nada. — responde, sem me encarar.
Nada, hein?
Aproximo-me mais, paro bem perto.
Tão perto que posso sentir sua respiração acelerar.
Toco sua cintura, puxando-a contra mim.
Inclino a cabeça e passo a barba devagar pelo seu pescoço.
Ela solta um gemido baixo e involuntário.
— Está arrependida do que aconteceu entre a gente? — sussurro em seu ouvido.
— Não... não é isso... —
