Bem direto kkkk...cap...6

1598 Words
JÚLIA FERNÁNDEZ Assim que o carro para na frente da casa, salto como se minhas pernas estivessem em chamas. Preciso fugir dele. Preciso pensar. Entro, largo os sapatos no canto e vou direto à cozinha. Um copo de água. Talvez isso me traga de volta ao eixo. Mas nem isso dá tempo. Termino de beber e, ao virar, dou de cara com ele. Allonso. De novo. Sempre ele. — Deseja algo? — pergunto, tentando soar firme. — Sim. — O quê...? — minha voz sai mais baixa do que eu esperava. — Você, Júlia. Engulo seco — e olha que acabei de beber água. Ele está ali, parado, me encarando com aquele olhar descarado, faminto, e um sorriso canalha que denuncia exatamente o tipo de pecado que está prestes a cometer. — Não. Não, não, não. — digo, recuando. Dou dois passos para trás... e bato direto no balcão. Ótimo. Esses balcões estão começando a me odiar. Allonso se aproxima devagar, com um sorriso ainda maior nos lábios. — Está tentando fugir de mim, senhorita Júlia? — N-não, Allonso... é só que... já está tarde e... — Sei. — murmura, agora tão próximo que sinto o calor de sua respiração na minha pele. Ele encosta os lábios em meu ouvido. — Sente o que você me causa, Júlia? — sussurra, enquanto encosta o corpo no meu. E eu sinto. Sinto tudo. O volume dentro da calça dele pressiona minha barriga, duro, latente, pulsante. Eu não precisava ver para saber que ele está totalmente e******o. Ele não esconde nada. Nunca. — Allonso... por favor, não... Mas ele me beija. Um beijo que queima. Que rasga. Que consome. Sua mão me envolve, me toca, me possui sem tirar a roupa. Desce até meu short, abre o botão com a facilidade de quem tem pressa, e logo sinto sua mão quente invadir, tocar por cima da calcinha… e um arrepio me toma inteira. É errado. Mas é a primeira vez que meu corpo quer. Pela primeira vez, não é medo, é desejo. Mas... Não dá. A mente grita mais alto. O passado sussurra junto. — Para... — minha voz quebra. — Por favor, para, Allonso. Ele para. Os olhos escuros me encaram, agora cheios de dúvida. E me vê. Vê o que ninguém nunca viu. — Eu fiz algo errado? — pergunta, genuinamente confuso ao ver as lágrimas nos meus olhos. — Não... você não fez nada. É que… esquece. Eu desvio o olhar, limpo uma lágrima teimosa, mas ele insiste. — Então deixa eu continuar... — diz, levando os lábios ao meu pescoço. — Não, não, senhor Albuquerque. A gente não pode... — digo, mais firme, me afastando. Dou um passo para trás, depois mais um. Ele não me impede. Só me observa, sério. — Boa noite, senhor. — murmuro, antes de virar e caminhar rápido até meu quarto, onde posso me esconder de tudo. Dele. De mim. Fecho a porta. Encosto nela. E deixo o choro vir. Não por ele. Mas por mim. Porque eu queria. E mesmo assim... não consigo. (***) Allonso Albuquerque Droga. Estava tudo indo perfeitamente… até ela me empurrar e sair correndo como se eu fosse um maldito predador. Porra. Ela tava se entregando, o corpo dela falava mais que a boca. Eu senti. Cada arrepio, cada gemidinho contido, cada tremor. Agora tô aqui, de p*u duro, sozinho, com o gosto da boca dela ainda grudado na minha língua. Que garota maluca. Subo pro meu quarto sem entender p***a nenhuma. Arranco a roupa, entro direto no banho e jogo a água fria no corpo — tentando apagar o fogo que ela deixou aceso. Mas é inútil. A imagem da Júlia presa entre o balcão e o meu corpo se repete como um filme pornô feito só pra me torturar. Aquela boca, aquele olhar assustado misturado com desejo, os cabelos bagunçados, a voz trêmula… Inferno. Ela é só uma empregadinha. Uma distração. Alguém que eu devia usar e jogar fora. Mas por que diabos não consigo parar de pensar nela? Termino o banho, jogo uma calça de moletom no corpo e me jogo na cama. Mas dormir? Impossível. Pego o notebook e me forço a trabalhar. Começo a revisar o caso de tráfico de mulheres. O mesmo de sempre… até que um nome me joga de volta à realidade. Ricardo Santiago. Esse nome me arrepia. Foi o que ela gritou no pesadelo. Júlia. Começo a cavar. Ricardo Santiago: filho do Joseph Santiago, o desgraçado que há anos estamos tentando prender. O rei do tráfico de mulheres de Nova York. Infiltrado, sujo, intocável. Merda. Seria só coincidência? Ou será que Júlia… não é só uma menina assustada com um passado qualquer? Fecho o notebook só às quatro da manhã, com a cabeça fervendo. Domingo. Pelo menos posso dormir até mais tarde. Tento descansar, mas mesmo assim sonho com ela. Acordo e já passa das oito. Saio do banho com a toalha na cabeça, enxugando o cabelo, completamente pelado, quando abro a porta e dou de cara com ela. Júlia. Paralisada. Olhando. Vermelha. — M-m-me desculpa, senhor Albuquerque! — ela se vira de costas, cobrindo o rosto, gaguejando igual uma colegial. Fico olhando por um instante. Por que diabos ela tem esse efeito em mim? Amarro a toalha na cintura e, por pura defesa, descarrego nela. — Quem te deu o direito de invadir meu quarto? — A Bentinha não te explicou que eu odeio isso? — Eu te pago pra obedecer, não pra pensar. Ela abaixa a cabeça, sem falar mais nada, e some dali como se fosse desaparecer no ar. Me arrependo no segundo seguinte. Queria tê-la puxado de volta, jogado na cama e fodido com tanta força que ela nunca mais pensaria em me deixar. Mas… f**a-se. Desço. Café da manhã. — Bom dia, meu filho — diz Bentinha, arrumando a mesa com aquele jeitinho de mãe de todo mundo. — Bom dia. Ela me serve e se desculpa por ter mandado Júlia no meu quarto. Eu só resmungo, dizendo que ela precisa aprender a seguir as regras. Mas por dentro... eu só queria ela quebrando todas. Volto pro escritório. A janela dá vista pra piscina, e lá está ela. Com um vestido azul, curto, colado no corpo, os cabelos soltos dançando no vento. Aquilo me dá raiva. Não sei se é ciúme, frustração ou a p***a do desejo me consumindo. Só sei que ela não devia estar desfilando daquele jeito. — Bentinha! — chamo. Ela aparece em segundos. — O que a sua ajudante tá fazendo, que não tá trabalhando? — Ainda é folga dela, meu filho… ela já adiantou tudo. Disse que ia sair pra um encontro. Encontro. Essa palavra me acerta como um soco. Com quem? Será que ela mentiu quando disse que era solteira? Agradeço a Bentinha e me tranco no escritório. Tento trabalhar. Tento esquecer. Mas não consigo. Só consigo imaginar outra mão tocando ela, outra boca beijando aquela pele que deveria ser só minha. Merda. Desisto. Vou pra piscina, ainda tomado pela tensão, e fico encarando a água como se fosse me afogar só de olhar. — Terra chamando Allonso — a voz de Davi me tira do transe. — O que foi, viado? — Tu tá aí catatônico faz minutos. Dou uma desculpa esfarrapada, mas ele percebe que tem coisa. — E sumiu ontem, hein? Se deu bem? Dou de ombros. — Quase. Terminei tomando banho gelado. Mas essa mulher… — Quem é a sortuda? — A empregada nova. — Jura? Que moral! Quero conhecer. Deve ser especial pra te deixar com o “soldado” na mão. Conto o que rolou. Ele cai na gargalhada. E aí o portão abre. Ela. Júlia volta com o vestido ainda mais curto, o cabelo ainda mais solto… e um sorriso i****a de outro homem a esperando. Sinto o sangue ferver. Fecho os punhos. Quero atravessar o jardim e socar aquele cara. Mas Davi me segura com o olhar. Ela se despede do i****a e entra em casa. — Mano, ela é uma deusa. — Davi diz. — Ela é minha — respondo sem pensar. Ele me encara com a sobrancelha arqueada. — Quem diria… o intocável caiu por uma ajudante. Tá apaixonado, é? — Vai se f***r — resmungo, sem dar mais explicações. Depois que ele vai embora, passo o resto do dia no automático. Trabalho, almoço, ignoro o mundo. Até que à noite… Desço pra pegar água e dá de cara com ela. A mulher que tá fudendo minha sanidade. Ela tenta sair. — Espera — digo. — Deseja algo, senhor Albuquerque? — Sim. Você. Ela congela. Não olha pra mim. Aproximo. Devagar. Até estar perto o suficiente pra sentir o cheiro doce da pele dela. Seguro seu queixo. A forço a olhar nos meus olhos. — Você sabe muito bem o que eu quero, Júlia. Quero te f***r até você não conseguir mais andar. — sussurro, passando o dedo nos lábios dela. Ela treme. Morde o lábio. Não diz nada. — Isso é errado… o senhor é meu chefe. — E daí? O seu corpo tá dizendo sim há dias. A encosto na bancada. Minha boca encontra a dela e dessa vez, ela não resiste. Beijo quente. Profundo. Lambido. Com fome. Minhas mãos exploram. Encontram seus s***s. Apertam. O corpo dela geme sem sair som. — Tá sentindo o que você causa em mim? Ela não responde. Mas também não precisa. Seus olhos me dizem tudo. Ela é minha. Só ainda não sabe disso.
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