Allonso Albuquerque Olho o relógio. Duas da madrugada. Ainda estou na delegacia, e a verdade é que não tenho a menor vontade de voltar pra casa. Casa? Aquela p***a virou um mausoléu com o cheiro dela apagando aos poucos. Só de pensar em deitar naquela cama sem o perfume da Júlia, meu humor vira um lixo ainda maior. Assino os últimos papéis do relatório da operação da semana, fecho o notebook e levanto. Mas não vou pra casa. Hoje, eu vou t*****r. Preciso gozar. Preciso me lembrar que ainda sou homem. — BOATE – 2h34 da manhã O som bate forte no peito e o ambiente está tomado por luzes vermelhas e cheiro de cigarro barato. Entro com o olhar predador de quem sabe exatamente o que veio buscar. Caminho direto até o bar, sento e peço: — Whisky duplo. Com gelo. Enquanto o copo cheg

