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O Cheiro É De Pólvora — Eu Prefiro Rosas [Morro]

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Blurb

Um dia das crianças, violento, no morro do Chapadão marcou a vida de Dara.

Nesse dia, seu melhor amigo, Yuri desapareceu.

Levada pela vontade de descobrir o paradeiro, ela aplica toda sua vida e entra para a Polícia Militar.

Sua primeira operação no morro do Batan, revelará que Yuri, agora, está do outro lado do tabuleiro.

O esmagador cotidiano de polícia e bandido conseguirá impedir este amor improvável!?

***

***

Esta é uma obra adulta que contém violência física, mental e s****l.

De maneira alguma, deve-se tomá-la como apologética a quaisquer formas de crime.

Leia com discrição!

***

Pirataria é crime. Esta obra só pode ser distribuída pela Stary através de suas plataformas digitais: Dreame, PortReader, Sueñovela, Romance Novel e outras aplicações da Dreame Media.

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Prólogo: Lembra de Mim?
Mais uma noite caiu ao som de tiros. Perfumada com pólvora. Os poucos civis começaram a se recolher nas suas casas — ou na casa mais próxima —, sem muita pressa, afinal, era seu dia-a-dia. Dara, a novata, atirava apenas quando via mínima chance de acertar alguém, do outro lado do tabuleiro. Diferente de alguns que não se importavam com quem seria alvejado — contato que acertassem algo, ou alguém. A força da operação se dividiu em três grupamentos: um para cada principal subida do morro. A mais distante, com as casas mais pobres, era o objetivo do terceiro grupamento. Um emaranhado de vielas. Enquanto observava as muitas entradas e saídas, a jovem teve a impressão que a quantidade de soldados era muito pequena, não somente observando o tamanho do morro, mas também pela quantidade de rajadas que não paravam! Alguns companheiros adentravam às casas, vazias ou não. Pareciam procurar algo, mas era impossível dizer o quê, exceto uma certeza da mulata: “Seja lá o que buscam é o que causou a invasão.” Conforme subiram, o grupamento se diluiu no morro. Alguns ocupados com a missão paralela e outros, meros peões, seguiram com o midiático combate ao crime organizado. Ângelo, bom parceiro, não saiu do lado de sua companheira em momento algum. Sua experiência com a situação ficou evidente pelo semblante calma e pela respiração controlada. “Impressionante! Esperava muito menos.”, a moça pensou, rindo. Apenas uma dupla os acompanhou na subida. Seguiam por uma rua estreita — que só dava passagem a um único carro —, temendo entrar numa viela e serem incapazes de sair dela. Três rotas no emaranhado de vielas ligam o alto do morro ao asfalto: duas vielas nos extremos, à direita e esquerda, tem casas no caminho, mas é possível atravessá-las; e no centro, onde as casas estão próximas o suficiente para lajes e telhas servirem de passagem. Na mais distante das três rotas, à direita, Yuri seguiu, observando o movimento abaixo com cautela. Comumente, a rota da polícia é dita pela aparência. Escolheu a direita por ser lugar das paupérrimas. Primeiro porque é mais seguro, recebeu ordens de não desperdiçar a própria vida nessa invasão e não costuma descumprir. Segundo porque é o pedaço mais desguarnecido do morro. Ele não é soldado, mas sempre tem pouco trabalho, logo, guardar os seus é a principal diretriz diariamente. O jovem entrou na primeira casa, silencioso, com o dedo na boca: — Shhh! — Sinalizou para a moradora, que, num primeiro momento, se assustou, mas vendo o rosto desconhecido acalmou. A mulher apenas assentiu e ele seguiu à janela. Avistou a dupla subindo, distante, era impossível distinguir suas feições, exceto identificar o óbvio soldado do sexo feminino caminhando. Os passos foram familiares, mas ele ignorou. Uma mera coincidência da noite! O jovem inspirou e pontou, mirando a cabeça do maior, e mais forte, dos soldados. A marcha policial era lenta, não exigindo de sua visão, muito habituada aos muitos desníveis do morro. Atirou, soltando o ar de seus pulmões devagar, enquanto se abaixava. Um tiro preciso. Sorriu, orgulhoso do bom trabalho. O coração palpitava com o saboroso cheiro de pólvora. Enquanto buscavam abrigo, os policiais abriram fogo na direção. O som dos tiros, o brilho das pequenas explosões de pólvora, ofuscando o brilho do luar, dificultavam dizer de onde partira o disparo fatal do homem forte que os acompanhava. A mulher tapou a própria boca para não gritar. Yuri, sangue-frio, nem sequer suou com a mera possibilidade de a cobertura de alvenaria ser insuficiente para defendê-lo dos tiros. — Putä que pariu! — Ângelo xingou. — Filhos da putä! O medo da morte passeou pelos três. Mesmo o ímpeto de Dara, foi incapaz de refrear o frio suor de escorrer em sua testa. Comedida, ela ainda respirou fundo. — Eparrei Oyá! — A jovem bem-disse. — Desce com seu parceiro. — Ângelo disse ao outro homem. Os olhos do rapaz transbordavam pavor. — Putä que pariu! Choque não, cara! — O policial suplicou. É o pior que poderia acontecer. Flertar com o estado de choque mediante a morte de um companheiro era simplesmente inevitável para um recém-integrado; nem todos possuem nervos de ferro ou estão habituados à morte. — Cuida do garoto e eu sigo. — Dara sugeriu, mais calma. — O negócio é chegar no topo, onde ‘tá o frente, gerente, ou sabe-se lá que nome dão ‘pro filho da putä. — Porrä, cara… não gosto dessa ideia! — reclamou, em negativa. — Nem eu gosto! De sair por aí. Numa invasão. Na calada da noite. Com um homem histérico! — disse, pausadamente. — Cada um com seus problemas. — retrucou, rude. — ‘Cê quer subir? — Nem födendo! Vai. — O agente acaba rindo. — Cuidado! Já ‘tô subindo… só vou deixar esse cuzäo com alguém. Dara apenas assentiu e tornou a vestir de prudência para seguir. Olhou na direção de onde partiu o tiro, tinha quatro barracos, mas somente uma das janelas estava aberta, logo, presumiu que aquela era a posição do atirador. Era extremamente difícil manter-se concentrada com tantos tiros ecoando, mas se resguardou, confiando em seu palpite, mudou a rota, seguindo o padrão dos barracos. Era um pouco difícil andar, por não conhecer o lugar, mas favelas se parecem muito quando já se está habituado a visitar e caminhar por elas. Dara tinha o adendo de vir de uma. Enquanto subia, mantendo-se perto da parede, a rua pouco iluminada com luzes amarelas, viu uma extensa sombra correndo. O indivíduo colocou-se atrás de um poste de concreto. A moça correu e buscou cobertura, infelizmente, apenas um poste era a possibilidade que tinha. A julgar pela grossura, presumiu que o concreto seguraria um único tiro. “Nem um pouco seguro, mas… melhor que nada!” Yuri tornou a respirar fundo. Aquele rosto definitivamente não lhe era estranho. Sua mente podia estar lhe pregando uma peça, ou, era esta a sensação. Ela não o percebera, porém, antes disso, correu ao poste para se abrigar. Mais um expirar e inspirar e ele olhou na direção. Ela também se escondera. “Não vacila, Yuri. ‘Cê nunca vacilou!”, se repreendeu. Ambos permaneceram parados, calculando o que fazer. No jogo de paciência, o medo de lesar o povo, fez com que Dara não se atrevesse a puxar o gatilho, considerando as luzes nas paredes dos interiores das casas, indicando televisões ligadas. Pouco confiante, Yuri mirou no chão e atirou. Pensando que um policial pouco treinado se apavoraria, dando brecha para ele identificar o indivíduo e conseguir um ângulo mais preciso. O corpo da mulata estremeceu com o tiro ao seu lado. A palpitação no peito foi imediata e o descontrole da respiração foi inevitável. Um intenso frio percorreu sua espinha, junto a quente sensação de subitamente estar suando por todo o corpo. Olhando ao redor, Dara percebeu a porta de madeirite de uma casa. Ela fitou a lúgubre viela, lamentando-se por nunca ter idealizado um local como aquele para sua morte. “Se tudo der errado, eu vou morrer!”, engoliu seco. Sem tempo para pensar demais, ela correu na direção da porta, com o plano de se jogar contra a porta de madeirite. “Minha Oyá!”, orou. Ouvindo os passos, Yuri atirou, mas cessou para não alvejar a casa. Apesar de pouco preciso, pensava ter acertado, ao menos um. Sabendo não haver para onde correr, bastava terminar o serviço. O jovem olhou ao redor e desceu, com calma. Dara caiu numa sala simples. Uma senhora estava de pé, próxima. Não tardou para seu ombro começar a queimar, apesar de não olhar, o escorrer do sangue deixou claro o que ocorrera. — Merdä! — Trincou os dentes. Observando a jovem, a senhora duvidou se deveria ajudar ou atrapalhar — ainda cuida de muitos dos rapazes, jovens, que estavam em meio à guerra, porém, a moça também é jovem. Um dilema extremamente c***l! Dara apontou a arma na direção da entrada, ignorando a senhora, quando ouviu os passos taciturnos se aproximarem. O coração foi à boca. Yuri entrou, apontando a arma, com o dedo no gatilho. Os olhos da mulata arregalaram-se, enchendo de lágrimas. Um frio ainda mais intenso passeou por seu corpo. As pequenas mãos e a raquítica, desnutrida, compleição tornou-se a forte compleição de um homem. Tatuagens cobriam as muitas cicatrizes de seu corpo, mas, ela cuidou da maioria delas, podia lembrar-se de cada uma nitidamente. “Se for a maldita onde é uma piada de péssimo gosto!”, Yuri pensou, conseguindo esconder sua surpresa por vê-la. “Como ‘cê virou soldado?”, perguntou a si, triste por ver-se naquela situação. De repente, o pequeno anjo que muito abandonou de si, por ele; o pequeno pedaço de paraíso no inferno… De repente, a bela e frágil rosa estava ali, ameaçada por sua arma, atingida por ele. — Yuri!? — Dara chamou, abaixando a arma. O dedo do jovem permaneceu no gatilho, mas ele foi incapaz de manter os olhos abertos, reconhecendo sua voz. — Putä que pariu! — Arfou. — Tia, tem roupa ‘pra ela aí!? — O jovem perguntou, sentindo o corpo começar a tremer. — S-sim, meu filho. — A mulher respondeu. — Pega. — Pediu, quase impondo. — Não se move ou atiro! — ameaçou, olhando para Dara, com um insuportável nó na garganta. A senhora seguiu ao quarto, apressada — impressionada por ver o rapaz conhecido por matar sorrindo, temendo puxar o gatilho. Os dois continuaram se encarando, incapazes de crer na visão. — Não lembra de mim!? — Dara insistiu. — ‘Tá… me… confundindo, dona. — Engole seco. A senhora retornou com uma muda de roupas. — Troca essa porrä. — Yuri mandou, autoritário. — Dá sua farda e mete o pé! O fuzil e a pistola também ficam. — Yu- — Só faz o que ‘tô mandando, porrä! — Interrompe, ficando mais nervoso. — Deixa o fuzil e a pistola. Tia, tem um chinelo? — Ela pode usar o meu… o que ‘tá havendo, Espinho? — A mulher questiona, preocupada, observando o corpo do rapaz tremer como nunca viu. — N-nada, tia! — diz, tentando tranquilizá-la. A mulher é uma boa pessoa. Cuida de todos na favela como se fossem seus filhos. Uma boa mãe de santo e a caridade em forma de pessoa, infelizmente, vive num lugar ingrato. — Tira essa porrä! — Yuri voltou a mandar, mais alterado. Sabe que passando um policial, ou um amigo, ele morreria de qualquer jeito… e Dara acabaria sendo alvejada no processo! “Merdä!”, repetiu-se em sua mente tão rapidamente quanto a adrenalina acelerava as batidas de seu coração. Dara pôs o fuzil à sua frente, devagar. Abriu o coldre para tirar a pistola. — Com coldre e tudo! — O jovem disse. Ela assentiu, tirando o coldre e olhando-o mais atentamente. Era impossível que tenha errado. Eram os mesmos olhos que ela fitou na fotografia nos últimos anos em que procurou, diariamente! — Não lembra de mim? — Tornou a perguntar, tirando a farda. Os soluços na garganta o impossibilitaram de responder. Ele apontou a arma para a cabeça da jovem: — Mais rápido! Nervosa, ela tirou a farda e vestiu-se, rapidamente. — Agora, rala e nunca mais volta aqui! — mandou. — Toma a viela e desce… pode invadir as casas, fodä-se. Não volta! — Eu ‘tô te procurando há anos! — Ela chorou. — Por fav- — Já disse que ‘tá me confundindo! — Insistiu, mesmo com a voz embargada, pegando as armas. — Tia, taca fogo nessa porrä, por favor? Compro um chinelo depois. — Virou-se para sair. — Tudo bem, meu filho. Ela ‘tá sangrando… Posso ajudar… — Se chegou aqui, ela aguenta partir… Vão pensar que ela é civil e levar ‘pro hospital — disse, realmente desejando que ocorresse. O rapaz saiu da casa, respirando fundo. Sentiu o coração acelerado como não sentia desde a infância. Ele parou próximo à porta, olhando sobre os ombros. Dara ainda o fitava, surpresa. — Rala! — Yuri gritou e a moça começou a correr. Ele apontou para o chão e atirou algumas vezes, com um forte aperto no peito. A mera possibilidade de ser acertada, a autopreservação, bombearam mais adrenalina nas veias de Dara e ela simplesmente acelerou a corrida. Apesar da desfavorável situação, ela ainda sorriu. “Achei!”, era o pensamento que permeava sua cabeça. Quando parou de atirar, Yuri abaixou a cabeça, sentindo o quente das lágrimas em seus olhos. O ar lhe faltou pelos muitos soluços acumulados em seu peito. Após tantos anos sem derramar uma única lágrima, senão pelos malditos pesadelos que o atormentavam há tantos anos… Após tanto tempo, desde aquele Dia das Crianças, de novo, ele chorou. — Merdä! — Trincou os dentes. — Meu filho. — A mulher preocupou-se, se aproximando. — ‘Tô… bem… tia… — Ele disse, tirando um bolo de mil reais do bolso e jogando para dentro da casa. — Desculpa pela porta… pela roupa… pelo chinelo… por tudo… — O rapaz disse, aturdido, enxugando o rosto. Ele suspirou, pensando se voltaria ao trabalho, mas decidiu subir o morro, simplesmente incapaz de manter a mente coesa.

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