A aura que envolvia Liora e Saphira ainda pulsava quando elas se levantaram do círculo do Véu. O poder recém-unido fazia seus corações baterem em uníssono, como se o tempo e o espaço entre elas tivessem se apagado.
Mas a paz era apenas uma ilusão breve.
— Vocês não perceberam? — a voz de Selene cortou o ar, grave e urgente. — Alguém está tentando invadir o colégio. Algo… antigo e perigoso.
Antes que pudessem reagir, as paredes do Salão das Sombras estremeceram. Portais etéreos começaram a se abrir em diversos cantos, cuspindo sombras e criaturas distorcidas.
— É a legião do Guardião Caído! — gritou um dos centauros em alerta.
Liora apertou a mão de Saphira.
— A guerra começou.
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No meio do caos, Zephyr Kael apareceu entre eles, segurando seu grimório aberto, seus olhos brilhando com determinação.
— Vocês precisam focar no Véu. — ele avisou. — Se ele cair, todos os mundos se desintegrarão.
Saphira sentiu a pressão do poder crescer dentro dela. Era difícil controlar a energia combinada, como se o Véu estivesse vivo, pulsando e lutando contra ela.
— Eu não quero que isso nos destrua. — sussurrou para Liora.
Mas a irmã apenas apertou os olhos, pronta para enfrentar o que viesse.
— Então vamos lutar. Juntas.
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Enquanto isso, no Salão da Lua, Meridius Thorne observava a invasão.
— É hora de revelar a verdade que vocês precisam ouvir. — disse ele para a diretora Stark e os líderes das outras facções.
— O Véu não foi criado apenas para proteger — ele continuou, sua voz carregada de pesar. — Foi criado para conter uma traição antiga. Um poder que foi corrompido por uma das primeiras gerações dos Guardiões. Uma força que busca o caos absoluto.
— Essa força — disse a diretora Stark — está se movendo novamente.
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De volta ao colégio, enquanto as criaturas avançavam, Liora e Saphira se posicionaram lado a lado, evocando feitiços ancestrais. O poder delas se entrelaçava em um escudo de luz que repelía as sombras, mas era só o começo.
Um rugido cortou o ar, e do portal maior surgiu o Guardião Caído, seu olhar ardendo como brasas.
— Vocês acreditam que podem me deter? — ele zombou. — Eu sou a f***a, a rachadura no tecido da realidade. Eu sou o que vocês temem.
Liora avançou, lançando uma sequência de feitiços que brilhavam com a força do Véu, mas o Guardião desviava com facilidade.
— Não subestime a escuridão, irmã. — disse Saphira, com um sorriso sombrio. — Ela faz parte de mim, assim como de você.
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No meio da batalha, Zephyr começou a conjurar um feitiço proibido, um último recurso que poderia fechar os portais, mas ao custo de prender os dois lados — amigos e inimigos — em uma prisão temporal.
— Cuidado! — gritou Liora. — Não podemos nos prender assim!
Mas o destino parecia decidido.
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Quando a energia começou a explodir em torno deles, uma voz mais suave, quase esquecida, ecoou no campo de batalha.
— Lio... Saphira...
Era a voz da mãe delas, há muito desaparecida, que atravessava o Véu para lhes entregar um último conselho.
— Unam suas forças não só em poder, mas em coração. Só assim o Véu resistirá.
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Com essa lembrança, as irmãs renovaram sua força e, num último impulso, uniram seus poderes para selar os portais.
O silêncio caiu, pesado e reverente.
Mas algo dentro de Saphira mudou.
Um fragmento de escuridão havia se enraizado.
E a verdadeira batalha estava apenas começando.