Capítulo 7 – Fragmentos de Verdade

592 Words
A aura que envolvia Liora e Saphira ainda pulsava quando elas se levantaram do círculo do Véu. O poder recém-unido fazia seus corações baterem em uníssono, como se o tempo e o espaço entre elas tivessem se apagado. Mas a paz era apenas uma ilusão breve. — Vocês não perceberam? — a voz de Selene cortou o ar, grave e urgente. — Alguém está tentando invadir o colégio. Algo… antigo e perigoso. Antes que pudessem reagir, as paredes do Salão das Sombras estremeceram. Portais etéreos começaram a se abrir em diversos cantos, cuspindo sombras e criaturas distorcidas. — É a legião do Guardião Caído! — gritou um dos centauros em alerta. Liora apertou a mão de Saphira. — A guerra começou. --- No meio do caos, Zephyr Kael apareceu entre eles, segurando seu grimório aberto, seus olhos brilhando com determinação. — Vocês precisam focar no Véu. — ele avisou. — Se ele cair, todos os mundos se desintegrarão. Saphira sentiu a pressão do poder crescer dentro dela. Era difícil controlar a energia combinada, como se o Véu estivesse vivo, pulsando e lutando contra ela. — Eu não quero que isso nos destrua. — sussurrou para Liora. Mas a irmã apenas apertou os olhos, pronta para enfrentar o que viesse. — Então vamos lutar. Juntas. --- Enquanto isso, no Salão da Lua, Meridius Thorne observava a invasão. — É hora de revelar a verdade que vocês precisam ouvir. — disse ele para a diretora Stark e os líderes das outras facções. — O Véu não foi criado apenas para proteger — ele continuou, sua voz carregada de pesar. — Foi criado para conter uma traição antiga. Um poder que foi corrompido por uma das primeiras gerações dos Guardiões. Uma força que busca o caos absoluto. — Essa força — disse a diretora Stark — está se movendo novamente. — De volta ao colégio, enquanto as criaturas avançavam, Liora e Saphira se posicionaram lado a lado, evocando feitiços ancestrais. O poder delas se entrelaçava em um escudo de luz que repelía as sombras, mas era só o começo. Um rugido cortou o ar, e do portal maior surgiu o Guardião Caído, seu olhar ardendo como brasas. — Vocês acreditam que podem me deter? — ele zombou. — Eu sou a f***a, a rachadura no tecido da realidade. Eu sou o que vocês temem. Liora avançou, lançando uma sequência de feitiços que brilhavam com a força do Véu, mas o Guardião desviava com facilidade. — Não subestime a escuridão, irmã. — disse Saphira, com um sorriso sombrio. — Ela faz parte de mim, assim como de você. — No meio da batalha, Zephyr começou a conjurar um feitiço proibido, um último recurso que poderia fechar os portais, mas ao custo de prender os dois lados — amigos e inimigos — em uma prisão temporal. — Cuidado! — gritou Liora. — Não podemos nos prender assim! Mas o destino parecia decidido. — Quando a energia começou a explodir em torno deles, uma voz mais suave, quase esquecida, ecoou no campo de batalha. — Lio... Saphira... Era a voz da mãe delas, há muito desaparecida, que atravessava o Véu para lhes entregar um último conselho. — Unam suas forças não só em poder, mas em coração. Só assim o Véu resistirá. — Com essa lembrança, as irmãs renovaram sua força e, num último impulso, uniram seus poderes para selar os portais. O silêncio caiu, pesado e reverente. Mas algo dentro de Saphira mudou. Um fragmento de escuridão havia se enraizado. E a verdadeira batalha estava apenas começando.
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