intemporal

O início da luta

Lari, esta casa é só minha, nem sequer Kora sabe da sua

existência, podes ficar aqui, ela é tua também. – Ele não a

queria deixar ir para longe de si. Ele amava-a, ela era a pessoa

que lhe havia dado sem pensar em receber, durante quase

um ano construíram uma amizade, mas o amor crescente

entre eles, esteve camuflado tempo demais, agora ele não ia

abrir mão de vivê-lo, com ela. O próximo problema seria Kora,

que até ali ele havia esquecido completamente. Ele teria de

dar a cara, pois ela era perigosa, ela seria capaz de tudo para

Jason não a deixar, principalmente porque ela tinha segredos

de Jason bem guardados, que se expostos, poderiam estragar

toda a sua vida em segundos. Jason não havia ponderado

ainda as hipóteses, nem sequer tinha nenhum plano em

relação a Kora, a como recuperar as provas contra ele, ou o

divorcio, ele sabia que ia resolver, demorasse o tempo que

fosse. Jay e a tua mulher? Sabes que esse é mais um assunto que

terás de resolver, se quiseres mesmo ter um futuro comigo…-

ela tinha razão, mas ele nem sequer conseguia imaginar,

agora perdê-la. Era completamente impensável, ele iria pedir

o divorcio a Kora, tentar fazer um bom acordo com ela, com a

promessa da casa em lisboa, e uma quantia avultada

monetária, que a deixasse suficientemente satisfeita, para

que ela aceitasse o pedido.

- dá-me tempo amor, ficas aqui, e eu ficarei sempre aqui

contigo, eu resolvo tudo com ela, tenho também o trabalho,

que preciso de resolver também assuntos relacionados com

o mesmo. – Jason falou pensativo, batidas na porta

interromperam o seu raciocínio. Ele respondeu

afirmativamente, aprovando a entrada de quem estivesse a

bater.

Emile entra com o carrinho de transporte de refeições. -Dom

Jason, ,menina Bellagio, trouxe comida, a menina adormeceu

sem comer, devia estar exausta minha filha, agora tem de se

alimentar.

-Obrigada, Nona! Meu amor, vamos comer.

- Obrigada, Emile!!!- Lari e Jason sorriram ternamente para a

velha senhora simpática, enquanto ela saía do quarto.

-Vem cá meu amor, temos de te alimentar! - Agora sem

qualquer maquilhagem, Jason via no rosto dela a marca que

Anthony havia lhe feito. E as manchas negras a volta do seu

pescoço. O estomago deu um nó naquele momento. A

vontade de matar quele homem desprezível, voltou a assolar

o seu coraçao. “ Vou amar-te tanto minha doce menina, vou fazer-te esquecer que algum dia foste magoada…” Sentaram-

se os dois na mesinha da enorme varanda, deliciaram

-se com as preciosidades de Emile. Jason observou a mulher

que amava, havia um brilho tao especial, tao único, mesmo

de rosto magoado, aquela mulher era radiante, aos seus

olhos.

- Pequena, não queria te deixar, por nada deste mundo… mas

sabes que terei de ir a lisboa ainda hoje… aqui sei que estarás

segura, quero que te lembres que isto e tudo meramente,

temporário. Vou resolver tudo, seremos so nos dos dois, e

todo este amor, que espera ser, descoberto e explorado…- os

seus olhos eram puro desejo, daquele que queima, arde

louca e intensamente. Jason tinha esperança, nos planos que

traçava na sua mente, em relação ao futuro.

O telemóvel dele toca, Kora lia-se no ecrã.

-Pequena… tenho de atender, para ela não começar com

alarmismos e dramas…- Lari assentiu, positivamente.

-Sim, Kora!

“Jason, onde raios de metes-te?! E com quem, há vários dias

que não sei absolutamente nada de ti!”

- Kora eu vou a casa hoje, mas apenas de passagem,

precisamos de conversar.

“Jason eu estou pouco me borrifando para o que fazes da tua

vida, mas devo lembrar-te que temos um acordo, devemos

respeitá-lo, então não fique muito tempo sem aparecer! “

-Sim Kora! Eu sei dessa merda! Dentro de algum tempo

estarei aí. - Ele não a deixou responder e desliga-lhe a

chamada. Ele sentia-se completamente frustrado com tudo, queria estar perto de Lari, mas sabia que tinha um acordo

com a família de Kora, e tinha de respeitar, pelo menos por

enquanto.

- Minha pequena…- encostou a sua testa a dela- tenho

mesmo de ir… lamento tanto! Queria ficar aqui… sentir a tua

pele…- beijou o seu pescoço, - sentir-te…- beijou o seu

ombro, - amar-te! - apertou o seu seio, deliciosamente, fê-la

rolar a cabeça para trás, como que em aprovação, em ânsia…

Ele desceu o toque, apertou a sua cintura, desceu,

acariciando cada pedaço de pele, Lari soltou um gemido

baixo, carente dele, ela desejava-o, ali naquele instante. Ele

queria perder-se nela até ambos se cansarem, mas… ainda

não. Roçou os dedos por cima do calção fino, no seu sexo,

beijou-a, ele teve de ter o maior autocontrolo naquele

momento para não a levar para a cama naquele instante,

faziam meses que Jason não tinha sexo, o seu afrodisíaco era

ela, mas ele queria mais, na primeira vez, ele queria dar-lhe

sexo, mas ainda mais, amor. Ele sentia que ela era a pessoa

certa para o seu ser, mas tinha de sair, a guerra com a sua

mulher iria começar, assim que ele pedisse o divorcio. Ele

parou as provocações, puxou-a para os seus braços, ela

abraçou-o com força, inalou o seu cheiro delicioso,

envolvendo os seus sentidos, levando-a por momentos para

uma outra realidade, onde tudo seria possível, e só eles dois

existiam. Ele beijou a sua cabeça, farta de caracóis, Lari

encarou o seu amor.

-Vou ficar a tua espera, vou aguentar, aqui ao teu lado,

quando precisares de forças, poderás sempre vir busca-las

aqui,- ela colocou a mão dele no seu peito, acima do seu

coração, que latejava de amor por ele.- Faz o que tens de fazer, mas volta… para mim!- O peito de jason parecia querer

explodir de tao acelerado que estava com aquela declaração.

- minha pequena, estarei aqui rapidamente. Alem disso,

sempre saberei para onde voltar, desde que te conheci, seja

quando, onde ou em que circunstancia for.- despediram-se

com m beijo doce, cheio de promessas e juras de amor.

Jason fazia se a estrada, mergulhava nos seus pensamentos,

a vida que ambicionava ao lado de alguém, que ele nunca

pensou ser possível encontrar. O divorcio com Kora, envolvia

muito mais do que apenas uma relação de duas pessoas,

envolvia famílias, negócios, acordos perigosos. Jason sabia,

que assim que dissesse a Kora que queria o divórcio, a guerra

era declarada dali adiante, e das duas uma, ou ele aceitava

abdicar de Lari, mantendo-se com a mulher, ou abria uma

guerra e ficava com a mulher que ele amava e queria, mas

com consequências maiores. Jason teria de ser forte,

organizar-se para puder vencer cada obstáculo que ainda iria

aparecer. Ele vivera até ali, quase que como obrigado a ser

alguém que não era ele, a viver uma vida que também não lhe

fazia minimamente feliz ou realizado, fosse a que ponto fosse,

pessoal ou profissional, preso numa vida que não lhe

interessava. Lari era a centelha que lhe havia trazido

esperança de amar. Ele foi decidido em acabar tudo o que

não acrescentava a sua caminhada. Com tanta coisa a

ocupar a sua mente, ele chegava a enorme moradia, onde era

a sua casa com Kora. “ Deus, sei que já me ajudas-te imenso,

sei que me salvas-te , é por tua causa que ainda respiro,

mas… ajuda-me, nunca precisei que guiasses os meus pés,

amorosamente, mas tu és testemunha da ligação que tenho com esta pessoa, acredito que tu tenhas feito eu me

atravessar no seu caminho, então ajuda-me a fazer as coisas

da melhor forma, da uma forcinha ao meu coração, por favor,

amem…”