intemporal

Kora

Jason estacionou o carro na garagem, o carro de Kora

também la estava, era exatamente o que ele queria. Queria

que fosse fácil, resolver tudo de vez. Entrou em casa ,

procurou a com os olhos, não a viu. Subiu ate ao seu quarto,

queria tomar um duche antes de qualquer coisa, mas um

sentimento estranho invadiu o seu peito, ele sentia-se

deslocado, a casa onde morou quase nove anos era-lhe

totalmente desconhecida, como se fosse errado, como se

não fosse sua. Mesmo tendo construído tudo sozinho, para

ele, aquilo já não lhe pertencia.

-Jason, es tu? – a voz de Kora interrompeu o seu pensamento.

-Sim Kora, sou eu. -respondeu de má vontade. Ela irrompeu

pelo seu quarto.

-Podes me dizer onde é que andaste?

-Pelo o amor de Deus, acabei de chegar! Deixa-me tomar

duche, trocar de roupa e falamos!

-Esta bem, despacha-te se faz favor. - Ela saiu.

Jason revirou os olhos, não conseguia evitar, ela levava-o a

exaustão psicológica. Ela sempre havia sido uma mulher

linda, dava perfeitamente para modelo, mas nunca gostou de

mexer uma palha, Jason começou a namorar com ela, eram

miúdos, as famílias, dele e a de Kora, praticamente

empurraram-nos para o casamento. Era bom para ambas as

partes, eram aliados de negócios, era uma parte realmente

importante. Jason com vinte e três anos, deixou-se levar pelo

que era bom para os outros e não para ele. Passado muito

pouco tempo de estarem casados, Kora começava as

traições, ele sofreu inicialmente. Até entender que afinal, não amava aquela mulher. Ela tinha chegado ao ponto de se

envolver com amigos, ou melhor pessoas que ele julgava

serem amigos. Passaram a ser marido e mulher apenas para

as pessoas, para as aparências, e em casa era cada um na

sua vida, no seu quarto. Jason aprendeu a procurar também

ele mulheres para se satisfazer. Ele não olhava mais para

Kora, ele não queria se envolver com ela, nem mesmo so para

sua satisfação pessoal. Saiu do banho, vestiu uma camisa

branca e um dos seus fatos feito a medida, que lhe caia

perfeitamente, justo nas coxas e pernas, ele era realmente

um homem lindíssimo!

Sentia-se pronto para enfrentar a víbora, ou pelo menos

achava ele. Ela estava na varanda, fumava um cigarro, ele foi

até ela.

-Já podemos falar? Já me podes dizer onde andaste?

- Não te interessa onde andei! O que interessa é que quero

falar contigo. - Kora franziu o celho.

-Estas demasiado estranho… a tua postura esta diferente,

que se passa? Desembucha lá que tenho coisas marcadas

mais…

-Quero o divórcio! - Jason não a deixou finalizar, disse-lhe

calmo e determinado. - Kora esperava tudo menos aquele

tipo de declaração, ela estava realmente em choque.

-Estas maluco?! Perdeste a cabeça?! Estamos juntos á nove

anos Jason!!!

-Exatamente! Já chega…- ele virou as costas, indo se servir de

whiskey.

- Não me vires as costas! Jason! Isso não pode ser uma ideia

da tua cabeça! – Kora estava alterada, mas não gritava. Pensei que ate fosses gostar da ideia, ate mais ainda que eu.

-A minha questão é, porque agora? Sempre fomos

companheiros, mas o que te fez agora querer o divorcio?

- diz-me Kora, consegues te lembrar a quanto tempo é que

não ns beijamos, ou não temos qualquer tipo de relação

amorosa? Melhor que isso, consegues te lembrar a última vez

que fizemos amor???- Jason ia apelar a tudo o que estava

completamente errado entre eles, desde as suas traições, até

ao facto de não serem de facto um casal, á diversos anos.

- Eu… eu… não sei… não me consigo lembrar…- Jason olhou-a

indignado, como é que ela poderia apenas não se lembrar

deles.

-Quase cinco anos , cinco anos sem qualquer ligação

emocional entre nos dois…- deu um gole generoso no liquido

âmbar, do seu copo.- não temos absolutamente nada em

comum, não existe um motivo real, que nos faça realmente

estar juntos ate agora. Nada me prende a ti Kora, NADA. -

Jason enfatizou a última palavra.

-Nada??? E tudo o que construímos juntos Jason?

-Juntos?! Eu construí tudo, eu sozinho enquanto tu te

passeavas pela sociedade, querendo me arrastar pelo braço,

apenas para afirmar que era teu, tu sempre viveste encostada

em mim, na minha sombra constantemente. Nunca te exigi

que trabalhasses, sabendo que tenho possibilidades de te

sustentar toda a nossa vida. Mas isso agora, já não importa,

quero te dar um valor que aches justo e a casa também pode

ficar para ti. Dou-te o que achares justo para ti Kora.

- Casa??? Valor justo??? Só podes estar a gozar comigo

Jason!!! Então pensas que me podes oferecer migalhas e queeu fico feliz com isso? Principalmente sabendo o que te

reserva o futuro, e o acordo que temos entre as nossas

famílias!!! Eu não sou uma c****a de rua, Jason! Eu sou tua

mulher!

-Kora por favor… não temos necessidade de entrar por este

tipo guerras, sabes bem que nunca seria injusto contigo Kora,

mesmo que não mereças.

- Eu nunca te daria o divorcio! Nem que me desses todo o

dinheiro que tens agora… eu quero mais, e quero providenciar

para a minha família! O cargo que irás ocupar é tudo o que

preciso! Não vai haver guerra, porque simplesmente não vai

haver divorcio!

- Nada disso interessa, o acorde entre as famílias, se tu

quiseres podes fazer o teu pai aceitá-lo! Se tu aceitares e lhe

explicares que não és feliz, sabes bem que és a menina dele

Kora, ele só quer que sejas feliz! E o acordo pode manter-se,

sem casamento de fachada. Até será melhor, mais fácil para

todos… eu quero m ais Kora… eu preciso de amar, quero-me

sentir amado, quero saber o que è ser feliz, sem interesses,

apenas, amor… nunca me quiseste dar nada disto.

-Lamento Jason, mas eu não te darei o divorcio, podes viver o

que raio te apetecer, so não te darei o divorcio, e tu sabes que

tenho provas, que te impedem de tomar decisões

precipitadas. Então na pecas mais o teu tempo!

-Mas que raio queres tu de mim Kora? Queres me prender a ti

a vida toda, por estatuto e dinheiro??? Es assim tao egoísta?

-ACABOU JASON!!! Não temos mais nada absolutamente

para discutir, este assunto encerra aqui e agora! Foste a pior escolha que fiz na minha vida, nunca deveria ter

me casado, ou aceitado esse maldito acordo, e tu venenosa,

agiste à traição quando foste arranjando provas contra mim!

Sempre te dei tudo e tudo o que precisaste estive lá para ti! E

hoje, olha bem para ti sua maldita! – Jason virou as costas

para sair.

-JASON! JASON! - Kora gritou, na tentativa de o parar. Ele

ignorou-a e saiu.

Jason foi para a esquadra, ele queria resolver os problemas

pendentes, ele havia ficado dois dias e meio de folga, era hora

de retomar a atividade no trabalho, mas ele não queria voltar,

e ele também não precisava de o fazer, por um lado. Foi

direto ao superior, ele tinha uma ideia em mente, para não ter

de ficar em lisboa, longe de Lari.

Bateu a porta, esperou permissão para entrar, que obteve de

seguida. Jason explicou ao seu superior, que não se sentia

nas suas melhor condições e capacidades, que precisava

descansar, ele não tirava ferias, faziam quatro anos que ele so

conseguia tirar fins de semana prolongados e nada mais que

isso. Pediu licença, juntou as ferias então conseguiu três

meses em casa. Era o que ele queria, ele sabia que tinha uma

missão a cumprir, para o seu padrinho, mas ele precisava

deste tempo isolado de pessoas e coisas que não lhe

fizessem bem. Ele ficou radiante, agora podia tentar resolver

problemas, mas o que ele realmente mais desejava naquele

momento, era estar com Lari, poder começar a explorar o

início deste amor extraordinário. Ele não ia desistir do

divorcio, ele iria até as ultimas instancias para conseguir tirar

as provas de Kora e obriga-la a dar-lhe o divórcio.