First Year | Os sentimentos do primeiro dia de aula

955 Words
Um simples comunicado ao coração: não se apaixone por alguém que esteja tão perto de você, e mesmo assim, você não pode alcançá-la. É algo incrivelmente injusto. O primeiro sinal havia tocado. Eles tinham quinze minutos para se reunirem no auditório. A sala de Jeongwoo era pequena e cuidadosamente arrumada, havia algumas fotos nas paredes, vários certificados, uma foto do professor no dia de sua formatura. Nanami não conseguiu parar de olhar aquela foto. Na verdade, ela nem mesmo tentou parar de olhar. Jeong percebeu e sorriu, pegando a foto e balançando o corpo enquanto falava. — Eu não estou parecendo legal nesta foto? — A pergunta veio de surpresa. Nanami apenas sorriu timidamente e balançou a cabeça. — Bem, você já sabe o que falar na cerimônia? — Eu posso apenas improvisar na hora. Na verdade, fiquei pensando no que falar e decidi apenas falar o que vier na cabeça. Nanami ainda sentia algo quente ao fitar nos olhos castanhos escuros de Jeong. E pelo fato de ela não saber o porquê disso, conseguia agir normalmente, como se aquilo não fosse nada demais. Ah, pobre menina ingênua que não consegue compreender os sinais do primeiro amor; com certeza, será bem mais divertido quando ela souber que sentimento é esse, ainda mais pelo seu professor. A expressão de Jeong se tornou muito mais divertida quando Nanami terminou de falar. — Oh, vejo que estou presente de uma gênia jamais vista! — E novamente aquele sorriso reconfortante. — Você é realmente incrível. — Muito obrigada — respondeu, lembrando-se de algo logo em seguida. – Ah, sim. Professor Woo, por que me mandaram até o senhor? Eu achei que fosse pra pegar os horários, mas lembrei que eles enviam por e-mail. Então... — Eles não avisaram você? Existe um sistema de integração ao novo aluno. Pra que ele não se sinta deslocado e com dificuldades pra se enturmar, é selecionado um veterano pra ficar ao lado dele por um mês. Ajudam nas interações, atividades, apresentar a escola, aos clubes e essas coisas. O aluno com a nota mais alta da turma tem a companhia do professor responsável pela turma, então estarei pegando no seu pé pelos próximos quinze dias. Ei, você é uma garota de sorte. Jeong deu a volta na mesa e sentou-se na cadeira ao lado da morena. Ela o acompanhou pelo olhar, ele logo percebeu e ficou sério por um momento. Não demonstrou nenhuma reação, piscou algumas vezes e perguntou: — O que foi? Tem algo de errado no meu rosto? — Por que te chamam de Jeong? Jeongwoo, dessa vez, teve uma reação um tanto inesperada. Os olhos inchados arregalaram-se um pouco, enquanto ele ajeitava a coluna. Olhou bem rápido para baixo, desviou o olhar e depois sorriu. — Ah! — Ele sorriu novamente. Quantas vezes ele sorriu durante esse tempo? Nanami já havia perdido a conta. — Eu só tenho 24 anos, se as pessoas me chamarem de ‘professor Baek’, me sentirei velho. E eu sou jovem e bonito pra ser chamado de velho. Não havia mais nada que pudesse ser dito. Ao longe, o segundo sinal tocava; a cerimônia já estava começando. Jeong se assustou, o tempo havia passado mais rápido do que ele havia imaginado. Nanami tinha um breve discurso de começo de ano. — Temos que ir, você vai se atrasar! Eles estavam atrasados sim, mas isso não deixava que a personalidade extrovertida de Jeong fosse reprimida. Ele segurou na mão da morena e a puxou. — Espera, a minha bolsa, eu tenho que deixar na sala. — Tá tudo bem, você pode fazer isso depois. — Espera aí! Que tipo de cena seria essa? Seria, definitivamente, o destino. Poucos alunos nos corredores, alguns poucos funcionários. Mas Nanami teria que estar logo no auditório. E Jeong não poderia negar, estava curioso sobre o que a jovem iria falar. Afinal, ela não iria no improviso? Quão incrível ela poderia ser? As portas do auditório estavam bem a frente, estavam abertas. — Lin Nanami? — Vai logo! — Ele sussurrava e balançava a mãozinha enquanto andava para o outro lado. — Lin Nanami está presente? — Nanami se perguntava quantas vezes teriam chamado seu nome. — Você não vem? — Eu vou estar logo ali, vai rápido. — Nanami? — Estou aqui! Os estudantes se viraram para observar a jovem que corria pelo corredor entre as cadeiras; chegou nas escadas do palco e pela primeira vez na vida, um calafrio correu na espinha, Nanami estava nervosa. Ela caminhou até o púlpito no centro do palco, onde ela apenas colocou a bolsa no chão, apoiada no palco de madeira. Estava sendo observada por todos e o silêncio era desconfortável; observava Jeongwoo que dava a volta e juntava-se aos outros professores. Ele mandava um encorajamento discreto. Nanami ainda não tinha ideia do que deveria falar. — Olá. Meu nome é Lin Nanami — sua voz doce escoou pelo auditório. Na primeira fileira, ele viu Jaemin a encorajando. — Desde pequena eu ouvia falar desde lugar. Eu sempre quis saber o que tinha de tão especial aqui. Mesmo eu estando lá fora, sabia que este era um lugar diferente. A oportunidade veio esse ano. Eu resolvi tentar a prova e eu achava que não fosse possível cruzar estes portões até o dia de hoje. Eu fiquei com muito medo ao ver o número de estudantes que estavam no pátio. Eu me senti perdida. Mas em pouco tempo, eu já pude experimentar um pouco da magia deste lugar. É apenas mais um ano pra alguns de vocês. Mas pra outros, assim como eu, é o começo de algo diferente. Eu quero continuar provando desta sensação. E poder criar boas lembranças com todos vocês. Obrigada.
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