Capítulo 4

1817 Words
P.o.v.Jully 1 semana! Esse é o tempo que estou a ficar com minha nova família. Tudo está equilibrado, como uma balança sabe? Fora o tempo que estou na escola, fico o dia no quarto, mas claro que o Harry insiste em incomodar quando não estou no cômodo.  Já perdi a conta das vezes que sinto vontade de gritar com ele, mas não posso fazer sem ganhar um belo castigo. Sério? castigo? Meu deve estar me testando. E hoje como já é sábado vamos para nossa primeira "atividade em família". Que coisa i****a. Papai criou uma lista de afazeres com esse tema. O primeiro: ir passear á cavalo, o que até seria uma boa ideia se eu pudesse ir sozinha. Estou a cerca de uma hora deitada e não quero sair da cama. Mas é melhorar me levantar, tenho certeza que daqui á algum tempo vem alguém abrir a porta e gritar para que eu vá logo. Dito e feito. Lembrete: Tenho que aprender a deixar meus pensamentos quietos e bem guardados na minha cabeça. - JÁ CHEGA DORMINHOCA!LEVANTE-SE LOGO, SENÃO VAMOS E VOCÊ FICA AQUI. - Harry grita, abrindo a porta com força. Bem que eles poderiam me esquecer e consequentemente deixar eu ficar aqui. As cobertas foram puxadas e soltei um guincho em reprovação. - Eu já vou e não precisa gritar porque não sou s***a. - Falei ficando sentada na cama. - Está parecendo um zumbi. - Meu querido meio irmão diz, levando a mão ao peito como se estivesse levado um susto. - Sai daqui. - Falei e mandei-lhe um travesseiro na cara, mas por sorte ele conseguiu escapar e saiu fechando a porta. Me arrastei até o banheiro e liguei a água para que a banheira enchesse. Quando a mesma já estava com água pela metade, desliguei a água, me despi e me meti pra dentro da mesma. Depois de alguns minutos considerei sair, afinal eu fui burra e deixei a porta aberta, a qualquer momento alguém poderia entrar, o que seria nem um pouco agradável. Me prendi a uma toalha e deixei a água descer. Fui até o quarto e me sequei. Coloquei calças jeans, uma camiseta branca lisa e por fim um par de botas pretas. Passei a escova pelo cabelo e prendi o mesmo no alto da cabeça. Achei melhor nem pegar o celular, não faria nada com ele mesmo. Sai do quarto e desci as escadas. A sala estava vazia, então fui até a cozinha e estavam a colocar a louça para lavar. - Bom dia filha. - Papai falou com um sorriso no rosto. - Bom dia pai. - Falei enquanto lhe dava um abraço. - Bom dia Jully. - Falou Anne me dedicando um sorriso caloroso. - Bom dia Anne. - Disse e retribui com um abraço um pouco desajeitado. - Bom dia Jully. - Falou com uma alegria falsa. E pra piorar meu pai e Anne acreditaram. - Bom dia Harry. - Falei lhe mostrando um sorriso cínico, que novamente acreditaram. - Então vamos? - Harry perguntou se levantando. - Quer o café- da-manhã filha? A gente não se importa em esperar. - d***a, vamos ter que esperar mais. - Harry disse num sussurro tão baixo que apenas eu acabei por ouvir. Parece que ele gosta mesmo da ideia de andar a cavalo, acho que posso aguentar até o almoço né? Afinal nem estou com tanta fome. - Não precisa, nem estou com tanta fome. - Disse olhando para o Harry. - Ainda bem. - Sussurrou Harry saindo da cozinha. Okay, ele nem se deu conta que fiz isso por ele. Da próxima nem me dou conta de sua existência... - Vamos logo a isto. - Falei um pouco irritada enquanto ia até o carro, meu pai e Anne vieram logo atrás de mim e por fim entraram no carro, como Harry já estava no mesmo saímos logo em seguida. Por ser em um lugar cheio de jardim e árvores ficava um pouco longe, considerando que morávamos no centro de Londres. Deve ter passado uns 20 minutos e Harry sem paciência começou a bater o pé no chão. Pa,pa,pa,pa,pa...Droga, isto estava ficando cansativo.. Bufei e ele se deu conta que estava a me irritar, então pra piorar a situação começou também a bater o dedo na janela, o que com certeza estava a me incomodar ainda mais. Pa,toc,pa,toc,pa,toc...Já chega! - Será que dá pra você parar com isso? Está me irritando e sabe disso. - Falei o olhando com raiva. - Não me importo com o que te irrita. EU faço o que EU quiser. - Falou dando ênfase no "EU". - EU também faço o que EU quiser, e se EU quiser lhe dou um t**a. - Disse o imitando. - Você não teria coragem. - Falou com um olhar desafiador. - Está me desafiando? Olha que eu posso aceitar o desafio. - Disse com o mesmo olhar. - É melhor vocês pararem com isso, agora são irmãos e tem que se respeitarem. - Interveio Anne. Tanto eu como Harry soltamos um "Argh" em resposta ao comentário de sua mãe. Sério que teremos que nos respeitar? Não conseguimos nem ficar perto um do outro que as implicâncias começam. Por fim ele parou com os barulhos e depois de mais uns 20 minutos chegamos até o local. Saímos do carro, exceto por meu pai que foi estacionar o carro em algum local vago. Fomos até uma sala e um rapaz acabou por nos acompanhar até os cavalos que já estavam preparados para o passeio. Meu pai voltou e escolhemos os cavalos. Anne ficou com uma égua com a pele em um tom de bege claro, com a crina da mesma cor que tinha os olhos pretos. Meu pai ficou com um preto com a crina também preta e olhos castanhos. Harry escolheu um marrom com a crina da mesma cor de olhos cinzas. E eu acabei por ficar com um branco, tão branco que parecia-se com a neve, a crina era igual e seus olhos eram azuis. Colocamos capacetes e subimos nos cavalos, prendendo todas aquelas coisas para evitar que caíssemos. - Todos sabem andar á cavalo ou precisam de ajuda? - O instrutor lindo de bonito perguntou educadamente enquanto permanecíamos parados. - Eu não sei andar. Pode me ajudar? - Admiti envergonhada. - Só está se aproveitando do rapaz. - Disse em tom baixo, mas todos acabamos por ouvir e Anne lhe lançou um olhar em reprovação. - Claro que te ajudo. - Respondeu ficando um pouco corado ao comentário do Harry. Anne e meu pai foram á frente um ao lado do outro, Harry foi um pouco atrás deles. O instrutor subiu no cavalo e ficou atrás de mim. - Está vendo estas duas "cordas"? - Assenti - Segure uma em cada mão. - Fiz o disse e ele colocou também as mãos nas cordas. - Para fazer o cavalo ir para á direita puxe apenas um pouco a corda direita. - Assim o fiz. - Para ir á esquerda faça o mesmo mas com a corda esquerda - O fiz novamente - E para que o cavalo ande apenas dê uma batida com as pernas ao lado da barriga dele. - Me mostrou e depois saltou do cavalo. - Acha que consegue ir sozinha? - Acho que sim, obrigado. - Falei com um sorriso de agradecimento. - Estou ás ordens. Até mais. - Até. - Ele saiu dali e dei uma batidinha de leve, o cavalo começou a andar. Estava indo muito devagar, dei uma batida um pouco mais forte e ele começou a andar em trotes. Logo alcançei Harry, diminui o andar do cavalo e fiquei a o acompanhar. - Não sabia mesmo andar a cavalo? - Perguntou calmo não querendo gozar. - Não. Achou que eu estava mentindo? - Perguntei olhando o horizonte. - Não. É que seu pai não precisou de ajuda e achei que já tivessem ido andar juntos. - Na verdade não. Ele uma vez me disse que andar á cavalo lhe fazia lembrar da minha mãe e não gostava de pensar nela porque ficava triste. Então sempre respeitei isso. - Entendo. Me desculpe por tocar no assunto, você também fica sensível quando se refere á sua mãe. - Não tem problema. Só a queria ter conhecido sabe? Poder ter assistidos filmes juntas, ela me pentear os cabelos para ir á escola ou me contar histórias de princesas para que eu dormisse tranquila. Parece que meu pai gosta mesmo da sua mãe, para conseguir superar isso e aceitar andar á cavalo com ela. - Concordo, ela parece estar muito feliz com a nova vida. E eu também estou, quero dizer o seu pai sempre é legal comigo e eu te entendo, só está tentando se proteger do desconhecido e não faz isso por m*l. Uau! Quando ele está calmo realmente diz coisas impressionantes.. Que acabam por ser apenas verdades, mas é que é estranho ser a mesma pessoa que a um tempo atrás não me aguentava olhar na cara. - Obrigado por me entender. - Disse o olhando nos olhos. - Èr..o que acha de uma corrida? - Disse ficando alegre. - Claro que não, eu acabei de aprender e você já quer que eu saia a correr por aí? - Falei em tom de g**o. - Vamos lá, é apenas uma corrida e além disso o jardim é plano, nada de errado pode acontecer. E agora será que eu vou? Deixa disso Jully, não precisa ter medo de tudo. -Tá bom então, eu aceito a corrida. - Disse um ainda um pouco receosa. - Vou contar até três e no "valendo" saímos ao mesmo tempo. - Onde vai ser a chegada? - Está vendo aquela árvore lá no final? - Perguntou apontando pra uma árvore grande e seca. Assenti. - Lá será a chegada, está pronta? - Sim. - Um, dois, três, valendo. - Disse e começamos a correr ao mesmo tempo. Não sei do que estava com medo, o cavalo corria bem rápido e o vento batia no meu rosto, aquilo era maravilhoso. Rapidamente passei á frente do Harry e soltei uma gargalhada ao olhá-lo e ele estava sem acreditar que estava a perder. - EEE - Gritei assim que passei da árvore e ganhei a corrida. Olhei para trás e Harry estava parado, claro tinha acabado de perder porque continuaria. Foi aí que me dei conta que não sabia como parar o cavalo. Estava assustada e a única coisa que veio á cabeça foi puxar as rédeas e foi o que fiz. Puxei com força as rédeas e o cavalo se jogou para trás soltando um relincho, foi impossível me segurar e acabei por cair para trás, com tamanha força do salto acabei por bater a cabeça e rolar um pouco ao chão, apenas vi algo a correr em minha direção e fiquei inconsciente.
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