Uma semana se passou e todos os dias, Anélion ia na sala de Cayle, na tentativa de ter algum contato com ele, mas as garotas sempre o impediam.
Foi então que em certo dia, Cayle esqueceu de levar algo para comer e teve que ir ao refeitório.
Ele escolheu um sanduíche e quando ia pagar, alguém segurou seu braço.
Como as correntes em seu corpo não se agitaram, significava que não havia intenção assassina direcionada a si, o que o fez levantar a cabeça e encarar o dono daquelas mãos.
-Tudo bem. Eu pago para você. _o mesmo garoto que sempre ia na sala e tirava sua paz por estar cercado de meninas ofereceu-se para pagar o lanche dele.
Cayle nada fez. Não agradeceu, e nem sequer sorriu, apenas pegou seu sanduíche fez um simbólico aceno de cabeça e saiu.
O rapaz rapidamente pagou e seguiu Cayle, observando-o por trás e vendo que ele era bem pequeno e delicado.
Parecia ser extremamente frágil.
Ele colocou o braço em volta dos ombros do menor, chamando a atenção de todos para eles.
Anélion era um garoto extremamente popular e isso já era chamativo em si, mas vê-lo com um ninguém como Cayle, todo cheio de sorrisos na forma como nunca direcionou a nenhuma outra garota deixou todos enciumados.
Percebendo isso, Cayle resolveu dar um fim naquele contato físico.
Ele afastou-se, agradeceu pelo maior ter pagado seu lanche e foi embora.
Anélion ficou com cara de i****a. Quando foi tatear os bolsos a procura do celular, ele viu uma nota em dinheiro que não deveria estar ali e sorriu.
Cayle havia devolvido o dinheiro do lanche de forma sorrateira.
-Ele é tão adorável.... _sorriu bobo, chamando a atenção de um de seus amigos que estavam por perto.
-Não vai me dizer que o grande Anélion, senhor cavalheiro gentil, está apaixonado por aquele garoto? _perguntou provocativo.
-Merda! _Anélion tapou a boca do amigo e saiu arrastando ele de perto das outras pessoas. _Como você descobriu? _perguntou surpreso.
-Cara, você é um livro aberto. É óbvio que você estaria apaixonado por ele. Você sempre vai na sala dele e quando o vê fica sorrindo igual um i****a. _falou revirando os olhos.
-Tá! Você me pegou dessa vez! _Anélion disse suspirando derrotado.
Matthew começou a rir pelo nervosismo do amigo, dando tapinhas nas costas dele.
-Mas cara, porque você foi gostar logo dele? Sabe.... Ele é tão... como posso dizer? _falou pensativo.
-Só posso te dizer que é segredo. _falou dando uma piscadela, fazendo Matthew revirar os olhos.
-Mas parece que ele nem liga para sua existência. _zombou.
-Verdade. Eu tenho tentado investir nele, mas as meninas da sala dele sempre voam em mim quando eu apareço, por isso tentei uma tática diferente hoje, mas não sei se ele gostou. _comentou cabisbaixo.
-Assim.... eu até admito. Ele é muito fofinho e pequeno, mas não é algo que vai atrair um "senhor popular" como você. _disse fazendo aspas.
-Mas eu adoro ele. É a coisinha mais fofa do mundo e extremamente adorável, dá vontade de seguir pra todo lugar. _Anélion falou com um sorriso bobo.
-Parece que esse garoto realmente roubou seu coração. Você tá parecendo um i****a falando essas coisas. Na verdade, um maníaco por querer ficar seguindo ele. _Matthew comentou divertido.
Enquanto eles estavam conversando animadamente, Cayle tentou pular do prédio novamente, falhando.
As correntes prenderam na parede e ele ficou pendurando por elas, balançando ao vento.
-Merda!!!!!!!! _gritou irritado. _Eu quero morrer! _disse estressado.
As correntes colocaram ele no chão e depois entraram em seu corpo.
Ele voltou para a sala de aula como se nada tivesse acontecido.
"C*ralho! Porque não posso simplesmente me matar como todo mundo?" _pensou sem prestar atenção na aula, levando uma advertência da professora.
-Não tem problema mesmo. Não é como se eu tivesse alguém em casa para ver esse papel. _falou friamente balançando a advertência em mãos.
A professora sentiu um aperto no peito.
Aquele garoto era tão novo e pequeno, mas já tinha conhecido muitas dores em sua vida.
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