Percepções

3562 Words
Assim que voltei ao Recife precisei lidar com a insistência da Marina. Ela estava obcecada com a ideia de fazer um evento para comemorar minha possível nomeação como Diretora do Grupo e também o meu aniversário de vinte e nove anos. Quando a Marina colocava uma ideia na cabeça era realmente difícil de fazê-la desistir. - Tenho outros planos em andamento. Pode esquecer essa ideia Marina. - Você vai assumir o seu legado nessa família e não quer nos dar o prazer de comemorar? - Caso o conselho aceite meu nome para o cargo nós podemos fazer um brinde no escritório. - Nunca faço nada por você filha. Esse momento é único. - Todos os momentos são únicos. Cheguei perto dela e coloquei o braço por cima do seu ombro. - Não sabemos o que o conselho vai decidir. Está além do meu desejo e também do seu e do Júlio. Quero que participe dessa reunião. Apenas esteja ao meu lado. Vou ficar feliz em receber seu abraço caso meu nome seja aceito ou recusado para o cargo. - Você continua teimosa. Quando vai parar de recusar todas as minhas sugestões? Ela questionou olhando nos meus olhos e eu sorri. - Quando sugerir algo que combine comigo. Agora preciso que me deixe trabalhar. Praticamente a expulsei do escritório e assim que fiquei sozinha liguei para minha assistente. - Pamela. Caso a Marina tente convencê-la a planejar algum evento surpresa após a reunião do conselho eu exijo que se recuse. Lembre-se. Você trabalha para mim e não para ela. - Está bem senhorita Blanc. Trabalhei pela manhã e no começo da tarde fiz uma pausa para planejar mais alguns detalhes da minha festa de aniversário e também incluir a Lívia Lamartine na lista de convidadas. Estava animada para receber um grupo seleto na mansão em Porto de Galinhas e esperava surpreender a todas com uma ideia que andava trabalhando nas minhas horas vagas. Ainda pela tarde me exercitei em uma academia com o acompanhamento da Personal Trainer. Depois voltei para o escritório e antes de acabar o expediente recebi algumas mensagens da Alice onde ela me contou que a jornalista especialista em memorial estava na fazenda conversando com a Fernanda. A Carina havia aceitado o desafio de resgatar fotos e outros registros familiares que foram destruídos no incêndio do celeiro. - Quando tiver mais notícias me informe. Vocês duas estão bem? Perguntei por curiosidade. - A Fernanda fala comigo quando quer ou precisa. - Entendi. Nada mudou. Com a Fernanda é sempre assim. Parece que ela não cresce. Comentei me lembrando da forma que ela me tratou quando falamos por ligação. - Volto para o Recife antes do seu aniversário. Onde vai passar o carnaval? A Alice perguntou mudando de assunto. - Não sei. O Alex me pediu para ir passar uns dias com ele em São Paulo. Ainda não decidi. Mande lembranças a Maria Paula. Adoraria que ela tivesse aqui no meu aniversário. Não sei se gosto de você quando está longe dela. Brinquei com a Alice e ela deu risada. - Professores não podem viajar sempre que querem. Infelizmente. - Tudo bem. É o trabalho dela. Vejo você em breve. Qualquer novidade é só avisar. - Espera! Tem uma coisa que quero contar antes de desligar. A Fernanda e a Flores adiaram o casamento. Elas tinham pensado em fazer no celeiro e depois de tudo isso ficou complicado. - A Fernanda casar no celeiro é uma ironia terrível. Enfim. Ela casa onde quiser. Não é da minha conta. Você não precisa me atualizar sobre os detalhes do casamento da Porto. - Certo. Desculpa. Também não precisa ficar alterada. - Tenho que trabalhar. Falamos em breve. Encerrei a ligação e por um momento pensei em ligar para a Fernanda. Não podia ser verdade essa história de ela casar no celeiro. Se fosse ficaria aliviada com o incêndio. Esse lugar era nosso. Todos os lugares daquela fazenda eram nossos. Não fazia sentido ela casar com outra. - Senhorita Blanc. Estou de saída. Precisa de mais alguma coisa? A Pamela bateu na minha porta. - Antes de ir chame o João Paulo. Decidi ir embora mais cedo pra casa e fiquei pensando no que a Alice me falou. Não conseguia imaginar a Fernanda casando no celeiro. Ele era parte da nossa história. Onde nos beijamos e tocamos pela primeira vez. Onde a própria Fernanda fez algo que disse ser um erro ao trair a noiva. Pensando nisso cogitei que a Alice tinha inventado essa informação só para me provocar e garantir que eu fizesse algo para impedir o casamento. - Quanto mais penso em você menos essa situação faz sentido. Reclamei enquanto mexia na geladeira e pegava alguns ingredientes. - Sou fácil de entender. É você quem complica pensando demais. Aquele olhar tenso da Fernanda me deixava triste. - Devíamos ficar bem uma com a outra. Eu realmente quero isso Nanda. Porque não podemos esquecer o passado e seguir em frente? - Acha que é fácil deixar anos de abandono para trás? - Entendo que não seja simples, mas você podia fazer o esforço de tentar? Ela ficou em silêncio. - Certo. O assunto acabou. Não vou insistir mais. - Você sempre desiste Joana. Ouvi sua afirmação e engoli seco. Terminei meu sanduíche e quando me sentei para comer fiquei encarando o celular por quase dez minutos. Senti que precisava fazer algo. Mostrar que me importava. Liguei para a Fernanda e quando ela atendeu sai falando sem medir as palavras. - Você casar depois do que aconteceu entre nós duas é um erro. Pensa um pouco Fernanda. Reconheço que errei com você e que feri seus sentimentos. Também sofri com a nossa distância e lidei com isso morrendo um pouco toda vez que pensava em você e me lembrava desse seu sorriso. Desista desse casamento e eu desisto de ser a Diretora do Grupo. Pego o primeiro avião até Lisboa e vamos fazer a nossa vida juntas. Ela desligou sem responder e me enviou uma mensagem em seguida. - Siga sua vida e seja quem você sempre quis ser. Não quero mais ouvir sua voz. A mensagem fria congelou minha alma. Por um momento pensei. Se ela tivesse dito sim. Se tivesse concordado. O que eu diria a todos que estavam contando com o meu comprometimento ao Grupo? Era loucura me dispor assim para alguém que nitidamente estava presa ao passado e que não me queria em seu presente. A Fernanda me amou um dia. Porém quando escolhi ficar distante ela acabou transformando esse amor em ódio. Fiquei pensando nessa proporção amor e ódio por alguns dias e ao me consultar com a Doutora Marlene resolvi falar a respeito. - Nunca existiu um equilíbrio entre nós duas. Parece que sempre estávamos em momentos diferentes. Ela estava pronta pra dizer que gostava de meninas e eu não. Ela queria namorar e fazer planos para o futuro e eu só queria aproveitar o momento. A Fernanda me amava tanto e quando finalmente percebi que sinto o mesmo ela me despreza. O que tem de errado comigo? - Você não pode decidir quando e como o outro sente o que sente Joana. Isso se trata apenas dos seus sentimentos. Está confusa com a rejeição de alguém que você acredita ter lhe amado. Mas isso há quanto tempo? - Dez anos. Em dez anos muita coisa muda eu sei. Mudei muito. Não sei se me sinto rejeitada. É pensando bem eu me sinto rejeitada sim. Mas ela me beijou quando nos encontramos há oito meses. Ela se entregou exatamente como se entregava há dez anos. - Não posso analisar a Fernanda. Você é a minha paciente. O que toda essa entrega pode ter significado na sua perspectiva? - Quando ela me beijou senti que era uma despedida. A despedida que não tivemos anos atrás porque fugi sem me despedir dela. Magoei muito a Fernanda e tenho consciência disso. Ela sempre me procurou com pressa e eu não sabia reagir a essa urgência dela. Agora não tem mais isso. A pressa acabou. Ela não quer me ouvir e não esquece o passado. Eu também não. - Como passou a semana depois de falar com a senhorita Porto? - Senti uma tristeza depois da forma que ela me tratou na ligação. Cheguei a discutir com ela em uma situação que criei e fui acusada de desistir. - A acusação procede? - Sei que é tudo fantasia da minha cabeça Doutora. Mas sim procede. Desisti dela há muitos anos. Ou pelo menos é assim que imagino que ela se sinta. Estou muito confusa. Não sei mais se são os meus sentimentos ou se são os que suponho ser dela. - Examine as suas escolhas. Porque decidiu se distanciar da Fernanda? - Não estava pronta para ser a pessoa que ela queria que eu fosse. A Nanda sempre soube o que queria ser e onde queria chegar. Eu tinha só metade dessa resposta e mesmo assim comecei a me questionar se estava realmente certa. Escolhi partir em busca de certezas e nessa busca ela não cabia. Ninguém cabia. Preenchi minha vida com pessoas diferentes que não sabiam nada sobre mim. Isso me ajudou. A expectativa das pessoas. Incluindo da Fernanda. Pesavam muito na minha vida. Sabia que não tinha como me aventurar carregando esse peso. É como ir fazer uma trilha pra apreciar a natureza e sair levando tudo que tenho em casa. Não tem liberdade e atrapalha a experiência. - Como se sente em relação a essa liberdade hoje? - Parece que me acorrentei ao passado depois que encontrei com a Fernanda. Não consigo olhar pra frente e nem viver o momento com leveza. Tinha aceitado meus erros e assimilado que fiz as escolhas que me cabia fazer naquele momento. Mas quando encontrei com ela tudo ficou muito bagunçado na minha mente. Agora só consigo pensar que escolhi a jornada errada. - Consegue mudar os fatos e enxergar que o resultado seria diferente? Pensei por um minuto. - Tenho a impressão que nós duas sempre estaríamos em momentos distintos. - Você chegou a uma conclusão por hora. Sendo assim vamos encerrar por hoje. - Está bem. Minha assistente vai marcar a próxima seção. Não sei como vai ser minha agenda no carnaval. Antes de ir. Devo continuar procurando notícias da Fernanda? - Não procure saber. Mas não evite informações. - Entendi. Obrigada Doutora! Deixei o consultório e antes de seguir para o meu apartamento passei no shopping e resolvi fazer compras enquanto conversava com a Lauren no celular. Tinha pedido para a italiana receber a amiga da Nayara no apartamento por uns dias. A Flávia estava em busca de uma especialização dentro da sua área e havia conseguido uma boa oportunidade em Milão. - Vocês conversaram? O que achou dela? Perguntei interessada. - Gostei dela. Conversamos hoje e acertamos os detalhes. Ela chega à Milão daqui a dois dias. A minha assistente vai buscá-la no aeroporto. Amanhã estou indo até Nápoles. Você recebeu o e-mail da Kiara? - Recebi. Vou participar da reunião por chamada de vídeo. Estou me organizando para voltar a Europa assim que assumir o cargo de Diretora. Quando estiver pela Itália podemos marcar uma reunião em Nápoles ou Milão. Estamos indo bem? - Entreguei alguns contratos essa semana. Estamos indo muito bem. Recebi os equipamentos novos ontem e estou acompanhando os técnicos na instalação. Você sabe que aprendo observando. A Duquesa confirmou o contrato para alguns eventos. Possivelmente é sobre isso que a Kiara quer falar. Talvez ela queira que você seja intermediária em algo com a Duquesa. - Vocês não precisam de mim para isso. A Duquesa é acessível no que diz respeito a trabalho. - Não se preocupe. Posso resolver. Vamos esperar ouvir a Kiara antes. E a sua festa de aniversário? Vai mesmo fazer? - Vou e você tem que comparecer. - Separei cinco dias na minha agenda só pra você. Se fosse possível ficava por mais tempo. - Estou feliz que venha Bianchi. Espero comemorar meu aniversário e meu novo cargo na ocasião. Estou na expectativa dessa resposta. Só tenho que esperar mais alguns dias. - Alguma dúvida de que esse cargo é seu? Ela perguntou rindo. - Estou confiante e ao mesmo tempo receosa. Tem muita coisa acontecendo no momento. Pensei na minha situação com a Fernanda. Aquela que estava encenando na minha cabeça. Depois de passar um bom tempo falando com a Lauren cheguei ao meu apartamento e relaxei na banheira bebendo uma taça de vinho e lendo. Permaneci nessa leitura até começar a ficar sonolenta e finalmente me deitei para dormir. Acordei poucas horas depois e como havia perdido o sono resolvi trabalhar e entrar em contato com a Andie, que continuava sendo minha assistente e cuidando dos meus interesses e projetos no escritório do Grupo em Milão. Fiquei presa trabalhando no computador até a metade da manhã quando precisei sair e comparecer a um compromisso na companhia do Otávio. Tive um dia exaustivo e no fim da tarde de sexta-feira liguei para a Monique e pedi que ela me fizesse companhia no final de semana. Combinamos de nos encontrar no dia seguinte e passar o sábado e parte do domingo na minha mansão em Porto de Galinhas. Na sexta dormi tarde conversando com a Duquesa e me divertindo com as reclamações da nobre. Isso porque ela novamente havia se encantado por alguém que não estava lhe correspondendo como o esperado. A Emilly sempre escolhia o caminho mais difícil para seguir. - A Layla é realmente linda. Lembro muito bem dela Duquesa. Como vou me esquecer de uma DJ e dançarina com belos olhos azuis e pernas torneadas. Entendo seu encantamento e não estou julgando. Porém me preocupo com suas escolhas. A Layla é como a Lauren. Ela gosta de liberdade e não está procurando uma namorada. Sem falar que você é da nobreza e quem quiser ser sua namorada vai seguir certos costumes. - É complicado e eu desisto? Você me disse para insistir. Gostei da senhorita Hall. Ela tem belas pernas e olhos azuis e também é gentil, atenciosa e desinibida. Eu realmente gostei dela. - Sendo assim convide a DJ para vir a minha festa como sua acompanhante. Não sou eu a pessoa que vai lhe dizer com quem ficar Emilly. A Layla é bem-vinda! Realmente entendia o interesse da Duquesa, mas considerava que a Layla era expansiva demais e não havia problema nisso. Exceto que a Emilly procurava alguém que se deixasse moldar as nuances e exigências do título da nobreza e da carreira dela. Expectativa essa que tinha chance de ser muitas vezes frustradas. Dormi algumas horas e acordei cedo para ir ao encontro da Monique. Por volta das oito e meia da manhã ela me esperava no cais e estava linda usando um vestido amarelo longo e estampado. Ao nos abraçarmos não perdi tempo e elogiei sua beleza e bom gosto. - Estou a sua altura senhorita Blanc. Ela brincou comigo. - A partir de agora só me chame de Jota B. Pedi para deixarem um café da manhã a nossa espera na mansão. Podemos beber um suco e comer frutas na viagem. Espero que não se importe em esperar um pouco. A combinação barco e comida nem sempre é agradável. Afirmei oferecendo a mão e lhe ajudando a entrar na Lancha. - Vou aceitar o suco. Fiquei animada com a sua ligação. Desde Nova York não nos falamos mais. Pensei que tinha me esquecido Jota B. Sorri para ela. - Mesmo que tentasse não conseguiria esquecer uma mulher como você Nikki. - Tenho certeza que diz isso para todas, mas vou considerar um elogio. Ela disse rindo. Durante a viagem conversamos muito e a loira me contou que estava pensando em voltar para sua cidade em Goiás. Após anos trabalhando como acompanhante ela considerava ter feito uma reserva financeira adequada para investir no seu próprio negócio. Falamos bastante sobre os seus planos durante toda viagem e eu me ofereci para lhe indicar um consultor de investimentos. Sair de uma profissão para outra nunca era fácil. Era exatamente o tipo de decisão que precisava de muita cautela e planejamento. Assim que chegamos à mansão tomamos o café da manhã e aproveitamos algumas horas de descanso ao lado da piscina e de frente para o mar. Além de saborearmos algumas bebidas, desfrutamos da companhia uma da outra com conversas agradáveis e trocas de carícias. Passamos o dia na mansão e durante a noite saímos para jantar e ouvir música ao vivo. A companhia da Nikki tinha um valor muito maior do que ela cobrava. Era uma experiência completa. Além de linda ela era divertida, autêntica e inteligente. Aproveitamos à noite e voltamos para a mansão depois de assistir o sol nascer. Ao lado dela não precisava me preocupar com nada. Não precisava responder perguntas demais e não tinha que me justificar sempre que sentia vontade de simplesmente ficar em silêncio. No domingo acordamos tarde e depois do almoço voltamos para o Recife. Como não tinha nenhum compromisso pedi que ela ficasse mais algumas horas comigo e a convidei para ir ao cinema. Assistimos a um filme de ficção científica focado na jornada de um casal apaixonado. O roteiro todo me surpreendeu e distraiu de uma forma que não senti o tempo passar. Depois do cinema nós duas nos sentamos em um quiosque de Boa Viagem e bebemos um vinho antes de nos despedirmos. O fim de semana passou sem que me preocupasse com nada e sem que a minha mente ficasse projetando a Fernanda diante dos meus olhos. A semana que antecedia o carnaval era sempre agitada nas lojas de turismo do Grupo. Aproveitei esse movimento para observar o desempenho dos colaboradores e gestores de algumas unidades. Uma das minhas primeiras medidas ao assumir o cargo de Diretora seria observar a qualidade dos serviços oferecidos nas nossas agências e observar qual era a taxa de retorno dos nossos clientes. Isso porque ter a fidelidade dos clientes e a confiança dos stakeholders era muito mais importante do que sair em busca de novos clientes e mercados. Ainda no começo da semana pedi para a Pamela confirmar com o Alex minha chegada a São Paulo no fim da tarde de sexta-feira. Na quarta-feira à noite encontrei com a Doutora Marlene para mais uma consulta e dessa vez falei um pouco mais sobre a minha relação com a Fernanda e a Alice. Desabafei sobre como me senti ao descobri que fui traída pela Alice e também contei como isso me influenciou a ficar longe da Fernanda. No fim da seção concluí que ao menos a Alice amadureceu e reconheceu o próprio erro e ao contrário dela a Fernanda parecia fechada para seguir em frente e não só perdoar os erros que cometemos por imaturidade, como também para aceitar que teve sua parcela de culpa e abrir mão do rancor que a estava corroendo. A verdade é que sempre falaram da minha teimosia, mas a Fernanda era muito pior. A teimosia dela era a de uma menina mimada que recebeu uma resposta negativa a algo que queria. Diante disso ela sempre se fechava e ficava em silêncio. Na sexta-feira passei o dia ao lado do Júlio em reuniões com o senhor Heitor Marinho e Galaretto. Estava acompanhando os projetos do escritório do Grupo em Milão e aproveitei o encontro virtual para conversar sobre alguns assuntos pertinentes. Após a reunião almocei com o Otávio e a Vanessa. Também aproveitei a oportunidade para falar com ela sobre possíveis mudanças na nossa estratégia de marketing. Dessa vez o meu foco era nas agências que trabalhavam com turismo ecológico pelo país. Andava lendo sobre o assunto e conversando com alguns especialistas. Por isso tinha muitos planos para explorarmos essa área com uma abordagem mais respeitosa e menos gananciosa. Após a refeição passei no salão para cortar meu cabelo antes de seguir viagem para São Paulo. Estava indo mais por insistência do Alex do que por empolgação. O pirralho queria me apresentar aos amigos dele e da Madalena. Sabendo que o Alex sempre falava de mim eu imaginei que eram os amigos deles que na verdade estavam querendo me conhecer. Assim que cheguei a São Paula o Alex me esperava no aeroporto. Dessa vez me hospedei no apartamento em que ele morava e quando chegamos ao condomínio ele fez questão de me apresentar a todo mundo que encontramos no caminho. Como suspeitava todos sabiam quem eu era e foi assim até o camarote no sambódromo do Anhembi. Todo mundo que me cumprimentava afirmava que tinha ouvido falar bem de mim. - Você devia ter me apresentado ao conselho do Grupo. Certeza que eles teriam aprovado meu cargo como Diretora há mais tempo. Caso um dia precise de uma biografia vou pedir pra que escreva pirralho. Brinquei com ele. - Tem umas cinco amigas da Madalena que estão loucas pra lhe conhecer. Só não apronta com as meninas e eu prometo continuar falando bem de você. Dei risada. - Que horas vou ver minha cunhada? - Ela vai desfilar e depois vem nos encontrar no camarote. - Enquanto isso nós dois vamos beber. Nunca ficamos embriagados juntos. Afirmei sorrindo e olhando nos olhos dele. - Tem sempre uma primeira vez. Você bebe Gin? - Hoje acompanho você em qualquer bebida. Declarei sorrindo e o abraçando.
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