Paixão de carnaval

3507 Words
O Alex não era um pirralho há muitos anos e mesmo assim às vezes era difícil enxergá-lo como um homem adulto. Sempre que encarava seus olhos ainda olhava para o menino. Porém depois de algumas doses de bebida tudo mudou. Descobri que o meu irmão era muito mais divertido embriagado e que tinha muitas histórias pra contar das suas aventuras como piloto. O Alexandre era sensacional. Simpático e comunicativo. Ele atraía muitos olhares e era gentil com as mulheres sem ser ousado. Sem contar que ele gostava de dançar e era muito animado. - Como passei todos esses anos sem aproveitar o carnaval? Isso aqui é o paraíso Alex. Comentei olhando algumas morenas sambando. - Vai aproveitar minha irmã. A morena com as plumas no cabelo não tira os olhos de você. - Espera. Está querendo me ensinar o caminho que percorri mil vezes antes de você? - Para de chateação e vai nessa Joana. Eu vou pegar mais bebida. Ele me deu um empurrão sutil e eu o encarei antes de ir até a morena. - Joana Blanc. Por acaso nos conhecemos? Não pensei em nada melhor para dizer e ela me perguntou se eu falava inglês. - Sim. De onde você é? - Canadá. - Primeira vez no Brasil? - Segunda. Passei um tempo fazendo intercâmbio no ano passado. Decidi voltar para conhecer o carnaval. Amo o Brasil. - Você não me disse seu nome. Ou devo lhe chamar de Garota do Canadá? Brinquei com ela. - Meu nome é Charlotte. E o seu? - Pode me chamar de Jota B. Por um momento pensei que fosse brasileira. - Meu pai é brasileiro. Ele nasceu em São Paulo e foi adotado por meus avós no Canadá. - Entendi. Você tem sangue brasileiro. É uma bela mulher e tem olhos marcantes. Os olhos dela tinham um castanho escuro brilhante e intenso. - Não consegui ser discreta ao olhar pra você. Gostei do seu cabelo e dos seus olhos também. - Quer descobrir se gosta da minha boca e do meu beijo? Perguntei sem perder tempo e ela sorriu antes de me beijar. Notei que as amigas dela ficaram nos observando e tentei ignorá-las. Porém os comentários me chamaram atenção. Todas falando em inglês diziam que a amiga não perdia tempo. A morena canadense me beijou com vontade e mordeu meu lábio inferior de um jeito que me deixou tensa. Pensei que fosse me machucar. Ao nos afastarmos sorri para ela e olhei para o Alex abrindo bem os olhos e pedindo socorro. Ele entendeu bem o meu sinal e se aproximou pegando na minha mão. - Joana. A Madalena está nos chamando. Temos que ir agora. Olhei para a Charlotte e sorri. - Sinto muito estou aqui com minha família. Despedi-me dela com um sorriso e o Alex me puxou até outro lado do camarote. - Você entendeu meu sinal. Acabou de me salvar pirralho. A canadense estava com fome. Ele começou a gargalhar e quase não conseguiu parar. - Comecei do jeito errado e a culpa é sua. Estava bem na companhia da bebida. - Nos precipitamos. A Madalena está mesmo chegando e quer que você conheça a melhor amiga dela. A Suzana é cantora. Ruiva dos olhos claros. Gosta de ruivas? - Alex meu segredo é que eu gosto de todas as mulheres. Afirmei rindo. - Vamos para outra festa. Essa amiga da Madalena vai se apresentar com a banda. - Quando vou conhecer a ruiva? - Elas estão subindo. Limpa o batom da morena. Ele me entregou um guardanapo. - Se planejava me apresentar alguém não devia ter me incentivado a falar com uma desconhecida. - A Madalena acabou de me mandar mensagem. Não é minha culpa. A noiva do Alex se aproximou de mãos dadas com uma amiga que era simplesmente uma ruiva linda dos olhos claros e exóticos. - Suzana essa é a minha cunhada. Joana. - Ouvi falar muito de você. A ruiva sorriu ao me cumprimentar com beijos. - Espero que coisas boas. - Seu irmão só fala bem de você. O quanto é inteligente, divertida e linda. Ela não perdeu tempo ao flertar comigo. - Você tem olhos fascinantes Suzana. Tenho certeza que todo mundo lhe diz isso. - Mas você não é todo mundo. É a famosa irmã do Alex. O jeito que ela falou deixou-me intrigada. Assim que saímos do sambódromo o Alex e a Madalena entraram em um carro e a Suzana me convidou para ir com ela em outro. Sentindo o interesse da ruiva não hesitei em aceitar o convite. Só não esperava que antes de seguir para a festa ela fosse me levar para seu apartamento. - O Alex disse que você faz sucesso com as mulheres e que dormiu com a namorada do seu irmão. Gosto de mulheres perigosas. Ela disse antes de me agarrar e beijar no elevador. - Essa versão da história é pior que os fatos reais. - Não ligo para os detalhes. Continuamos nos beijando e ela me puxou até o seu apartamento. Uma cobertura com vista para a avenida paulista e que tinha um palco no canto da sala com vários instrumentos musicais. - Você está com pressa? Perguntei depois que ela me empurrou no sofá e subiu no meu colo. - Tenho uma apresentação em uma hora. Temos vinte minutos. Ela voltou a me beijar o começou a se despir. Senti-me desconfortável com a pressa. - Espera Suzana. Podemos ir para o seu show e continuar isso com mais tempo depois. O Alex tem razão ao dizer que faço sucesso com as mulheres. Mas isso é porque sei como tratá-las. A menos que queira resolver isso de qualquer jeito. É o que você quer? - Entendi. Tem que ser do seu jeito. Vamos embora. Senti que ela ficou irritada. Deixamos o apartamento e ao chegarmos ao local aonde ela iria se apresentar outra moça ruiva nos abordou. - Suzy. Que bom que você ainda não entrou. Tentei ligar e mandar mensagens no seu celular. Os seguranças não acreditam que somos irmãs. Eles não querem me deixar entrar. - Ai Samantha. Falei pra você dizer que é da minha assessoria. Ninguém acredita que somos irmãs. Olha pra você e olha pra mim! Ela foi completamente esnobe. - Pode resolver isso ou não? - Vou ver o que posso fazer. Vem Joana. Ela me pegou pela mão e ao passarmos pelo segurança eu fiz questão de pará-la. - Tem algo que eu possa fazer pra ajudar sua irmã a entrar no evento? - Quê? - Você não vai deixar sua irmã do lado de fora. Ou vai? - O Alex disse que você é generosa. Sorte da Samantha. Toma. Entrega essa pulseira e diz pra ela ficar longe do palco. Ao tirar um monte de pulseiras VIP da bolsa ela me fez entender que ignorou a irmã de propósito. Voltei até o portão e chamei pela Samantha. - Oi. Tudo bem? Sua irmã me pediu para entregar sua pulseira. Ela sorriu mostrando alívio. - Pensei que fosse ficar aqui a noite toda. Obrigada! Você é a namorada nova da Suzy? - Não. Acabamos de nos conhecer no sambódromo. Sou a Joana Blanc. - Irmã do Alex. Ouvi falar de você. É ainda mais bonita pessoalmente. - O Alex mostrou minhas fotos? Perguntei rindo. - Ele é muito seu fã. Pode me chamar de Samy. Ela sorriu e seu sorriso era lindo. - É um prazer conhecê-la Samy. Sabe onde podemos encontrar bebida nesse lugar? Perguntei sorrindo para ela. - Sei sim. Costumo vir quando tem show da banda da Suzana. Trabalho com ela há três anos. Sou uma das suas assistentes pessoais. Ela tem mais duas que são fáceis do segurança reconhecer porque são loiras altas e magras. O tom que ela falou foi bastante depreciativo. - Certamente os seguranças pensam que essas loiras são a mesma pessoa. Muitas são bem parecidas. Tenho certeza que tinha uma seis ou sete iguais no sambódromo. Declarei a fazendo gargalhar e a risada dela era contagiante. - Tem um bar nesse espaço que tem bebida do mundo todo. O que você gosta de beber? - Bebo qualquer coisa desde que tenha uma boa companhia. Aceita beber comigo? - Você quer minha companhia? - Acabei de fazer essa pergunta. Afirmei dando risada. - Tá bom. Espera um pouco. É alguma brincadeira? A Suzy quer me constranger outra vez? - Não é nada disso. O Alex fala bem de mim. Certo? Pelo que ele fala acredita que estaria brincando com você a pedida da sua irmã? - Ele diz que você é generosa e divertida. - O Alex me ama. Sempre soube disso. Afirmei rindo. - Ele te ama mesmo. Eu queria ter uma relação assim com a minha irmã. Mas é complicado. - O que me diz de esquecermos as complicações e bebermos juntas? Sorri olhando nos olhos dela. - Claro. A Suzy me mandou ficar longe do palco? Fiquei sem graça pelo jeito que ela perguntou e não tive coragem de responder. - Podemos esquecer a sua irmã e nos divertir juntas essa noite. Gosta de dançar? Sei que tem uma tenda com música eletrônica em algum lugar desse evento. Será que me faz companhia? - Serei sua companhia com todo gosto. Essa tenda fica por aqui. Ela pegou na minha mão e nós duas seguimos até um espaço aberto com uma tenda de fitas coloridas onde estava rolando a apresentação de um DJ famoso. Assim que pegamos nossas bebidas ela tentou sentar em um canto escondido e eu não a deixei sozinha. Praticamente arrastei a ruiva até perto do palco e entre um gole e outro de bebida consegui fazê-la se soltar e dançar. A Samy simplesmente salvou minha noite com a sua simpatia e sorriso carismático. Um DJ após o outro e eu sequer percebi que o dia tinha amanhecido. Há tempos não me divertia desse jeito. A serotonina produzida enquanto dançava fez com que meu corpo fosse tomado por prazer. Diante disso nenhum dilema bobo me desanimava. Estava me sentindo leve e quando o evento acabou senti vontade de continuar me divertindo. Quando peguei o celular notei inúmeras mensagens do Alex e respondi sem ler. “- Estou bem Alex. Encontrei uma boa companhia. Vejo você no apartamento!” Respondi deduzindo que ele estava preocupado. - Estou hospedada com o meu irmão. Mas tenho um apartamento em um flat/hotel no Morumbi onde podemos continuar nos divertindo. Pensei em pedir algo para comermos e quem sabe nós continuamos a festa dançando no chuveiro. Propus sem pensar na reação dela. - Nós duas no chuveiro e sem roupa? - Se você for tímida demais eu posso fechar os olhos. Brinquei com ela que deu risada e ficou com a face corada. - Isso nunca aconteceu comigo. - Nunca ficou com uma mulher? Perguntei curiosa. - Uma vez. Mas nunca fiquei com alguém como você? Dei risada sem entender. - Não sei o que você quer dizer. Isso é um sim. Vamos tomar banho juntas! Ou é um não? Perguntei olhando nos olhos dela. - É sim. Com certeza é sim. Sem pegadinha não é? - Espera. Eu preciso saber de uma coisa antes de irmos tomar banho juntas. Falei parando de frente pra ela. - Sabia que tinha algo estranho. - Calma. Eu quero saber como é seu beijo. Sorri antes de tomar a boca dela enquanto segurava sua nuca com uma mão e cintura com a outra. Ela correspondeu ao beijo sem pressa e me abraçou. Senti o gosto da bebida com laranja e menta nos seus lábios e sorri ao sair do beijo. - Vamos embora daqui. Declarei sorrindo animada. - Vai ser difícil conseguirmos táxi até o Morumbi. Meu apartamento fica aqui perto. Tem pizza gelada e sorvete de chocolate na geladeira. O que você acha? Ela propôs e eu aceite. Seguimos de táxi e chegando ao apartamento fiquei surpresa ao ver que o lugar era bem simples. Deduzi que as irmãs não eram de família rica e que as condições da Suzana eram melhores por ela ser cantora de uma banda relativamente famosa na região. - Tem uma camiseta pra me emprestar depois do banho? Comecei a me despir e ela ficou me olhando sem graça. - Esperava que eu tomasse banho usando roupas? Perguntei rindo. - Tem toalhas limpas no armário. Ela baixou os olhos sem jeito. - Espero que não me deixe sozinha no banheiro. Coloca uma música legal. Pedi rindo e em seguida entrei no banho deixei a porta aberta. Esperei que ela me fizesse companhia. Porém nada aconteceu. Depois de me cobrir com um roupão que ela emprestou fiquei sentada e liguei a televisão. Estava passando a última escola de samba no sambódromo de São Paulo e eu me distraí por um minuto até ouvir a voz dela me chamando no chuveiro. Algo aconteceu que a encorajou e eu suspeitei que ela tivesse se tocado antes de me chamar porque estava com a face corada. Entrei no banho junto com a ruivinha e sorri ao ver suas sardas. Percebendo que ela era tímida apenas agarrei sua nuca e a puxei para um beijo. Ficamos no chuveiro até gozarmos e quando saímos continuamos na cama. Rolamos nos lençóis por mais de uma hora e não tivemos pressa. Era assim que o sexo tinha que ser. Lento e proveitoso. Comemos a pizza que estava na geladeira e depois ficamos conversando na cama. Acabei adormecendo e acordei com gritos e puxões. Parecia que estava acontecendo um incêndio em algum lugar. Imediatamente minha cabeça começou a doer e quando abri os olhos a Suzana estava gritando com a irmã e literalmente puxando minha perna. - O que está fazendo aqui? Você dormiu com a minha irmã? Qual é o seu problema? Ela questionou gritando. - Qual é o seu problema Suzana? Sua irmã é maior de idade. - Estávamos juntas e você me trocou por ela? Está louca? - Dá pra falar baixo. Você está gritando dentro da minha cabeça. Pedi colocando a mão na nuca e me sentindo exausta. - A que ponto você chegou Samantha. Ela está visivelmente embriagada. - Para de falar bobagem. Só estou cansada e passei a noite com a sua irmã porque quis. Levantei despida e procurei minhas roupas no banheiro. - Samantha. Você pode pedir um táxi? Preciso dormir. O sono está me dando dor de cabeça. - Você pode falar com o porteiro. É melhor sair logo daqui antes que a Suzana surte. Ela pediu apreensiva e eu sorri antes de me despedi beijando seus lábios. - Certo. Pode colocar seu número aqui? Ligo pra você mais tarde se quiser. Entreguei o meu celular e ela digitou o número sob o olhar de julgamento da irmã. - Você até pode ter uma voz bonita. Só que não tem muita educação. Falei olhando para a Suzana antes de ir embora e ao entrar no elevador comecei a rir. Pelo jeito a cantora não ficou nada satisfeita em perder para a irmã que ela tratava com desprezo. Segui para o apartamento do Alex e entrei sem fazer barulho. Dormi algumas horas até o Alex bater na porta do quarto me chamando. Ele estava constrangido porque deixei a melhor amiga da namorada dele com raiva por ter passado a noite com a irmã gêmea dela. - Sequer sabia que elas são gêmeas. Respondi prontamente. - Faz diferença Joana? Elas são irmãs de qualquer jeito. - A Suzana é arrogante e trata a irmã como uma pessoa inferior. Sinceramente se está reclamando porque espera que me arrependa eu sinto muito Alex. A Suzana realmente é linda, mas não sei lidar com gente esnobe. Prefiro pessoas divertidas e genuínas. Não me arrependo de ter aproveitado a companhia da Samantha e estou pensando em passar o feriado de carnaval ao lado da ruivinha. Você não faz ideia do quanto me diverti. - Você tinha que ficar com a irmã da melhor amiga da minha noiva? - A Madalena tem uma melhor amiga difícil. Lamento muito. - Posso pelo menos dizer que você pediu desculpa? Eu me aproximei dele e coloquei a mão em seu ombro. - Melhor você não mentir. Não tenho porque pedir desculpa por algo assim. - Tudo bem Joana. Quer saber. Também acho a Suzana esnobe. Devia ter dito isso pra você. - Ótimo que concordamos. Agora me diz o que vamos comer. Estou faminta. - A Madalena me chamou pra ir a uma feijoada na casa de uns parentes dela. Você se importa em ir também? Fico um pouco deslocado perto dos primos dela. - Por mim tudo bem. Estou morrendo de fome. - A família dela é humilde. Então é feijoada com pagode e churrasco. - Parece divertido. Vou vestir uma roupa confortável. Afirmei sorrindo e ele ficou animado. Deixamos o hotel e seguimos até o subúrbio onde uma tia da Madalena morava e a família dela estava reunida. Os pais da advogada eram do interior de São Paulo e eventualmente visitavam os parentes e a filha na capital. Finalmente conheci a sogra do Alex e gostei bastante dela. Sendo simpática ela me serviu de feijoada e churrasco e o pai da Madalena também foi gentil e me ofereceu cerveja. Conheci alguns primos dela e acabei não simpatizando muito com eles por ver que não tratavam o Alex muito bem. Passei metade da tarde ao lado do meu irmão e depois liguei para a Samantha e a convidei para ficar comigo no apartamento do Morumbi. O flat estava desocupado e nós duas podíamos ficar à vontade. Pedi para abastecerem o bar do apartamento e recebi a ruivinha com uma bebida gelada. Conversamos um pouco e ela me pediu desculpa pela irmã. Preferi não falar mais da Suzana e perguntei pra ela onde poderíamos ir aproveitar o carnaval. Ela falou de uma festa a fantasia e disse que tinha um amigo que podia consegui entradas e adereços para irmos ao baile. Aceitei a ideia sem hesitar e assim que chegamos ao local do baile percebi que escolhi a irmã certa para acompanhar. Os amigos dela eram todos gays do teatro e da dança. Diverti-me muito na companhia deles e no fim da festa convidei todos para o meu apartamento no Morumbi. Pedi mais bebida e pizza pra todo mundo. Dancei e fiquei sabendo de todas as fofocas das subcelebridades do teatro e da dança. Não conhecia ninguém de quem eles falavam, mas me diverti e dei boas risadas ouvindo às histórias. No domingo um dos amigos dela nos convidou para ir a uma chácara com riacho no interior de São Paulo e eu gostei da ideia de me aventurar um pouco antes de voltar para o Recife. Novamente não me arrependi. Foram os três dias mais animados que tive desde que voltei para o Brasil. Bebi sem exageros. Tomei banho no riacho e na piscina da chácara. Conheci um grupo muito animado e criativo. Dancei e troquei muitos beijos e carícias com a Samantha. O feriado de carnaval me proporcionou momentos de lazer proveitosos e totalmente sadios. - Tinha ouvido falar de amores de verão. E nesses últimos dias senti que vivi uma paixão de carnaval ao seu lado. A Samy confessou com a cabeça deitada em meu ombro enquanto deixávamos o interior e seguíamos para a capital de ônibus. - Todo mundo merece uma paixão de carnaval. Declarei recordando o quanto me diverti com a Marcela no carnaval que passamos juntas. - Gostei muito de ter a sua companhia. Todos esses convites que aceitei nos últimos dias foram porque você estava comigo. Normalmente recuso sair com meus amigos mesmo gostando muito deles. Sempre me sinto deslocada. - Sinceramente você devia continuar aceitando todos os convites dos seus amigos. Eles são divertidos e bem corretos. Sem vícios loucos só o prazer da diversão e das risadas. É bem melhor você ficar na companhia deles do que da sua irmã. Tenho que ser honesta com você. - É eu sei. A Suzana é um poço sem fundo de arrogância e prepotência. Ela não era assim, mas começou a ganhar dinheiro como cantora e ser chamada para fazer presença VIP em eventos e isso fez um estrago na cabeça dela. - Você conhece sua irmã melhor do que eu. Porém acredito que ninguém muda de uma hora pra outra e assume outra personalidade. De alguma forma esse lado arrogante estava nela antes de se tornar conhecida. Não adianta negar a nossa sombra ou a dos outros. Afirmei pensando que devia falar sobre isso com a Doutora Marlene. Quando chegamos à São Paulo nos despedimos na rodoviária. Antes de segui viagem passei no apartamento do Alex para pegar o resto das minhas coisas e conversei com ele por um tempo. Mesmo contrariado com a situação chata que o coloquei com a noiva ele entendeu meu lado e foi afetuoso como sempre. O Alex sabia que não mudava minha opinião para agradar ninguém. Mesmo que essa pessoa estivesse prestes a ser parte da família.
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