Estefano guiou Amélie pelos corredores laterais da mansão, evitando os salões iluminados e o burburinho dos empregados que ainda circulavam pelos corredores da casa, Estefano lhes lançava um olhar de aviso, como se dissesse " não se atrave a abrir a boca sobre ela".
O vento frio mordia a pele dela, mas a proximidade dele, firme e protetora, trazia um conforto que ela não conseguia compreender totalmente.
Chegaram a uma pequena ala esquecida da mansão um cômodo reservado, com uma lareira apagada, cortinas pesadas e móveis cobertos por panos claros. Era simples, silencioso, seguro.
— Aqui você vai ficar — disse ele, a voz baixa, quase um sussurro. — Ninguém vai incomodá-la.
Amélie soltou um suspiro, aliviada e, ao mesmo tempo, constrangida por depender dele de forma tão absoluta.
— Obrigada… senhor Estefano.
Ele se aproximou, cuidadosamente, como se temesse assustá-la.
— Eu não posso permitir que nada nem ninguém a machuque — disse, olhando profundamente nos olhos dela. — Nem minha mãe, nem qualquer um nesta casa.
Amélie sentiu o coração acelerar.
Era a primeira vez que alguém na mansão a tratava com tamanha gentileza e atenção.
— Eu… nunca pensei que alguém realmente se importasse comigo assim — murmurou, a voz embargada.
Ele se inclinou levemente, apenas perto o suficiente para que ela sentisse a intensidade da presença dele.
— E eu me importo — disse com firmeza. — Mais do que posso explicar.
O silêncio caiu sobre eles, pesado e carregado de significado.
Não havia toques, não havia gestos físicos, apenas a proximidade, o calor da presença um do outro, e uma sensação estranha de que, por aquele momento, o mundo inteiro lá fora desaparecera.
Amélie fechou os olhos por um instante, respirando fundo, tentando absorver a sensação de segurança e atenção que sentia ao lado dele.
— Eu… confio em você — disse, quase um sussurro, mas com toda a força de quem se entrega a uma promessa de p******o.
Estefano segurou o olhar dela, como se quisesse gravar cada detalhe daquele momento.
— E eu nunca vou te decepcionar — respondeu, a voz firme e suave ao mesmo tempo.
Por alguns instantes, ficaram apenas ali, respirando no mesmo ritmo, os sentimentos densos e intensos preenchendo o pequeno cômodo, criando uma i********e silenciosa, mas poderosa.
Amélie sentiu, pela primeira vez desde que chegara à mansão, que talvez houvesse alguém disposto a lutar por ela, mesmo contra todos.
Estefano se aproximou sentando-se mais perto de Amélie.
— Amélie...— Chamou Estefano com a voz baixa, quase como um sussurro.
Amélie ergueu os olhos cor de mel para encontrar os castanhos profundos dele.
Estefano fica por um tempo hipnotizado com o brilho dos olhos dela. Amélie estava mais magra, suja, fraca...mas continuava doce...Estefano não sabia explicar, mas Amélie o encantava.
— Eu...— começou hesitante, tentou continuar, ele queria falar mas a voz não saia, a proximidade de Amélie estava mexendo com ele de forma que não deveria.
Estefano sem pensar nas consequências, se aproxima de uma vez e captura os lábios de Amélie em um beijo firme, profundo, como se dependesse daquilo para viver. Amélie arregalou os olhos, mas acabou retribuindo, meio sem saber o que fazer, acabou apenas imitando o que ele estava fazendo.
Amélie acabou se perdendo na sensação daquilo que era novo pra ela, Estefano percebendo que ela retribuiu, a envolveu em seus braços e aprofundou o beijo. Amélie sentiu os braços fortes de Estefano a envolvendo, ela não sabia o porquê mas se sentia extremamente bem ali, confortável, segura, Amélie sentia o corpo quente como nunca antes, o corpo esquentava de dentro para fora, ela sentia as bochechas queimarem como fogo, ela sentia vontade de não parar, não sair dali. Mas a realidade bateu em sua mente trazendo de volta todo o sofrimento que a família do homem que estava com ela nos braços a fazia passar, Amélie se afastou bruscamente batendo no braço de Estefano com toda a sua força.
Estefano se afastou assutado, mas nem sequer reclamou do t**a de Amélie, como se nem tivesse feito cócegas.
— Amélie o..o que foi ? Não gostou ?
— C..como se atreve Estefano ? Acha que sou uma mulher da vida ?
Estefano franze o cenho.
— O que ?
— Acha que sou uma... meretriz?
Estefano entendeu o que ela quis dizer e acabou rindo a deixando ainda mais irritada. Amélie avançou e deu-lhe outros tapas em seu braço. Estefano não sentia nada com os tapas.
— Amélie se acalma, por favor.
— Não, você me desrespeitou.
— Me perdoa...não foi por querer, eu..eu não resisti.
— Como assim? Estefano eu estou suja, cansada, como pode me achar atraente ?
— Amélie por Deus... Você é a mulher mais linda que já vi em toda a minha vida, não precisa de vestidos rodados, jóias caras, sua beleza é real, tanto por dentro quanto por fora. Você é perfeita.
Amélie corou sem saber o que dizer.
— Você tem razão...eu te desrespeitei, peço por Deus que me perdoe. Mas, quero que saiba que te..desejo.
— Senhor... Por favor.
—Por favor me escuta, eu desejo você e quero você pra mim.
— E...Estefano, o que isso ? Quer me comprar ? Isso que está insinuando. Saiba que isso é inaceit—
—Não...por Deus, não é isso.— Estefano a interrompeu rindo.
Amélie franze o cenho, meio confusa.
— Amélie te quero como esposa.— Estefano diz simplesmente.
Amélie arregala os olhos.
— O que ? Senhor...misericórdia, sua mãe jamais deixaria. Eu sou uma criada.
— Shh, pare com isso Amélie. Você me deixou louco desde o dia que esses malditos olhos mel me olharam como se eu fosse...só mais uma pessoa normal.
— Mas o senhor é normal senhor.
Estefano ri.
— Por isso que eu gosto de você, não é maldosa e muito menos interesseira. Você é perfeita... Amélie