Capítulo 42. O beijo

978 Words
Estefano guiou Amélie pelos corredores laterais da mansão, evitando os salões iluminados e o burburinho dos empregados que ainda circulavam pelos corredores da casa, Estefano lhes lançava um olhar de aviso, como se dissesse " não se atrave a abrir a boca sobre ela". O vento frio mordia a pele dela, mas a proximidade dele, firme e protetora, trazia um conforto que ela não conseguia compreender totalmente. Chegaram a uma pequena ala esquecida da mansão um cômodo reservado, com uma lareira apagada, cortinas pesadas e móveis cobertos por panos claros. Era simples, silencioso, seguro. — Aqui você vai ficar — disse ele, a voz baixa, quase um sussurro. — Ninguém vai incomodá-la. Amélie soltou um suspiro, aliviada e, ao mesmo tempo, constrangida por depender dele de forma tão absoluta. — Obrigada… senhor Estefano. Ele se aproximou, cuidadosamente, como se temesse assustá-la. — Eu não posso permitir que nada nem ninguém a machuque — disse, olhando profundamente nos olhos dela. — Nem minha mãe, nem qualquer um nesta casa. Amélie sentiu o coração acelerar. Era a primeira vez que alguém na mansão a tratava com tamanha gentileza e atenção. — Eu… nunca pensei que alguém realmente se importasse comigo assim — murmurou, a voz embargada. Ele se inclinou levemente, apenas perto o suficiente para que ela sentisse a intensidade da presença dele. — E eu me importo — disse com firmeza. — Mais do que posso explicar. O silêncio caiu sobre eles, pesado e carregado de significado. Não havia toques, não havia gestos físicos, apenas a proximidade, o calor da presença um do outro, e uma sensação estranha de que, por aquele momento, o mundo inteiro lá fora desaparecera. Amélie fechou os olhos por um instante, respirando fundo, tentando absorver a sensação de segurança e atenção que sentia ao lado dele. — Eu… confio em você — disse, quase um sussurro, mas com toda a força de quem se entrega a uma promessa de p******o. Estefano segurou o olhar dela, como se quisesse gravar cada detalhe daquele momento. — E eu nunca vou te decepcionar — respondeu, a voz firme e suave ao mesmo tempo. Por alguns instantes, ficaram apenas ali, respirando no mesmo ritmo, os sentimentos densos e intensos preenchendo o pequeno cômodo, criando uma i********e silenciosa, mas poderosa. Amélie sentiu, pela primeira vez desde que chegara à mansão, que talvez houvesse alguém disposto a lutar por ela, mesmo contra todos. Estefano se aproximou sentando-se mais perto de Amélie. — Amélie...— Chamou Estefano com a voz baixa, quase como um sussurro. Amélie ergueu os olhos cor de mel para encontrar os castanhos profundos dele. Estefano fica por um tempo hipnotizado com o brilho dos olhos dela. Amélie estava mais magra, suja, fraca...mas continuava doce...Estefano não sabia explicar, mas Amélie o encantava. — Eu...— começou hesitante, tentou continuar, ele queria falar mas a voz não saia, a proximidade de Amélie estava mexendo com ele de forma que não deveria. Estefano sem pensar nas consequências, se aproxima de uma vez e captura os lábios de Amélie em um beijo firme, profundo, como se dependesse daquilo para viver. Amélie arregalou os olhos, mas acabou retribuindo, meio sem saber o que fazer, acabou apenas imitando o que ele estava fazendo. Amélie acabou se perdendo na sensação daquilo que era novo pra ela, Estefano percebendo que ela retribuiu, a envolveu em seus braços e aprofundou o beijo. Amélie sentiu os braços fortes de Estefano a envolvendo, ela não sabia o porquê mas se sentia extremamente bem ali, confortável, segura, Amélie sentia o corpo quente como nunca antes, o corpo esquentava de dentro para fora, ela sentia as bochechas queimarem como fogo, ela sentia vontade de não parar, não sair dali. Mas a realidade bateu em sua mente trazendo de volta todo o sofrimento que a família do homem que estava com ela nos braços a fazia passar, Amélie se afastou bruscamente batendo no braço de Estefano com toda a sua força. Estefano se afastou assutado, mas nem sequer reclamou do t**a de Amélie, como se nem tivesse feito cócegas. — Amélie o..o que foi ? Não gostou ? — C..como se atreve Estefano ? Acha que sou uma mulher da vida ? Estefano franze o cenho. — O que ? — Acha que sou uma... meretriz? Estefano entendeu o que ela quis dizer e acabou rindo a deixando ainda mais irritada. Amélie avançou e deu-lhe outros tapas em seu braço. Estefano não sentia nada com os tapas. — Amélie se acalma, por favor. — Não, você me desrespeitou. — Me perdoa...não foi por querer, eu..eu não resisti. — Como assim? Estefano eu estou suja, cansada, como pode me achar atraente ? — Amélie por Deus... Você é a mulher mais linda que já vi em toda a minha vida, não precisa de vestidos rodados, jóias caras, sua beleza é real, tanto por dentro quanto por fora. Você é perfeita. Amélie corou sem saber o que dizer. — Você tem razão...eu te desrespeitei, peço por Deus que me perdoe. Mas, quero que saiba que te..desejo. — Senhor... Por favor. —Por favor me escuta, eu desejo você e quero você pra mim. — E...Estefano, o que isso ? Quer me comprar ? Isso que está insinuando. Saiba que isso é inaceit— —Não...por Deus, não é isso.— Estefano a interrompeu rindo. Amélie franze o cenho, meio confusa. — Amélie te quero como esposa.— Estefano diz simplesmente. Amélie arregala os olhos. — O que ? Senhor...misericórdia, sua mãe jamais deixaria. Eu sou uma criada. — Shh, pare com isso Amélie. Você me deixou louco desde o dia que esses malditos olhos mel me olharam como se eu fosse...só mais uma pessoa normal. — Mas o senhor é normal senhor. Estefano ri. — Por isso que eu gosto de você, não é maldosa e muito menos interesseira. Você é perfeita... Amélie
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